sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

O frasco







Abre-te os verdes dos teus olhos,
Arranca a tampa do meu suspiro
Olhe que no interior do vidro molha
O meu cheiro ardente que explode
Tira o rótulo e guarda-o é meu perfume
Tem a cor dos teus olhos é lume...!
Aspire-o e feche teus olhos bêbados
Extasiados pela à minha procura
Não é o cheiro que palpita teu coração
E sim, a lembrança quando pensa em mim
Quem eu sou...? Assim perguntas a ti:
“- Eu sou a porta do teu belo jardim...!”


Dádiva assim está meu coração em relação a ti...! Isto por que ganhastes à minha confiança, plantando com a tua suavidade e sinceridade na minha alma as verdades que tanto me encantam. Levantou dentro de mim um belo olhar de admiração por esse ser que longínquo respira e vive. Tomou em tuas mãos o meu espírito e o fecundou com o doce do seu olhar e o buscar incessante da sua procura. Alegrou-me, fazendo com que eu pudesse confiar, isto é, voltar a confiar nesta geração humana, na qual, há muito tempo tinha se esvaído de mim. Dádiva é algo que se aprofunda nos sentimentos humanos, fazendo com que os nossos olhares se tornem meigos, resplandecendo nas pupilas, brilhando na retina uma admiração sensata e única. Faz correr nos lábios o néctar que se misturando a saliva, explode em uma doçura onde nem o mel das abelhas se compara ao seu gosto e o seu doce supremo. Eis que em mim também foi magnânimo o andar dos teus suspiros e os abafantes ais que jorraram da tua boca. Calei-me quando no primeiro dia pedistes com os teus lábios, com doçura extrema à minha companhia; e eu, levado por uma sensibilidade; compadeci-me, não por piedade, mas sim, admiração por uma voz que soava como em busca de socorro, e de repente, vi-me envolvido pela a luz que iluminavam as verdades que pulsavam dos teus lábios, e repentinamente, deixou-me ser seduzido por ti e pela a tua busca frenética.


Não chore porque pego tuas lágrimas
Farei uma lembrança para a posteridade
Cravarei no meu seio a doce saudade
Inebrio-me, mas ao teu lado resplandeço
Eu sonho e tremo, mas também cresço
Se tu quiseres sentir o meu cheiro
Pegue o algodão e embebeda-o
Na essência que nas tuas mãos chegou
Pois diante de ti eu sempre estou
O frasco é teu e seu conteúdo é uma fresta
Da tua mente e quando triste se encontrar
Eu sou e sempre serei, podes me buscar
No perfume sempre que ao teu corpo tocar


A essência...



Deves perceber que dentro do frasco há um líquido. Abra a sua tampa e leve as tuas narinas. Foi feito com ingredientes sensíveis ao odor humano. Colhido em um belo campo, onde jazem todos os tipos de flores multi coloridas e puras. A verdade, para se sentir o seu cheiro é preciso, através do orifício, do gargalo do frasco, destampar, abrir a barreira que o impede de fluir. Faça isso, porque assim como o perfume, abre-te e te deixes saltar nesta dimensão que trilham teus passos, isso porque há em ti vida. Abre-te, deixando exalar o perfume ímpar que brota da tua alma. Deixe que ele corra como um oceano, infindável aos olhos humanos. Não prive do cheiro doce, silvestre que habita em ti. Há uma essência em ti e ela é viva e eficaz. Abre-te, arrancando assim aquilo que te prende de ascender. Deixe correr a simplicidade, a candura e o doce ingénuo que palpita no teu seio de mulher. Tome em tuas mãos aquilo que habita na campa do teu íntimo, fortalecendo-te e criando assim raízes para a tua sustentação.


Cheire o odor que o vento espalha
Sinta-te rejuvenescida e mais mulher
No teu dorso fecunda a estrela d alva
A aurora seduz teus olhos verdes
Até eu fui tragado pela a tua beleza
Agora eu a chamarei de minha alteza
É sonho que vagueia e no peito
Resvala a gotícula deste frasco que a ti enviei
Eu também senhorita tenho o meu segredo
Mas abre-te a tampa e a ti direi...
O segredo... O segredo... É o teu cheiro...
Que dos teus belos e doces olhos roubei...



O cheiro...



Deves saber que, quando se abre o coração e se olha o cheiro que pairou nas nossas narinas, sentimos os pulmões livres, como se respirassem um ar celestial e doce. O odor penetra na mente, descendo até ao coração que embevecido pelo o cheiro, pede que os nossos olhos se fechem, criando assim na nossa mente uma bela constelação de emoções, sonhos e prazeres que vivificam os sentimentos frágeis, fazendo com que eles ressuscitem bravamente ao calor do contacto do odor. A verdade, os olhos que verem a passagem do estado líquido ao gasoso, são os olhos de uma imaginação que, agraciada pela a necessidade de conhecer a felicidade, se fundem em visões alucinantes, transmitindo assim a visão ao coração. O toque sutil de uma essência que trenspassa as nossas narinas elevam-se dentro da gente gigantesca montanhas absolutas de um querer que abrasivo, tornam-se as nossas emoções sensíveis a um odor que faz criar no íntimo, um belo circo, onde toda a lona cobre o sonho que efervesce no peito. Abrimos os nossos olhos e sentimos que a ansiedade torna-se absoluta, envolvendo com mestria o querer de um coração que, sutilmente, anseia perder-se em um longo eflúvio de risos matutinos e ingénuos...!



Descem em chuva os pensamentos que soam
Na imaginação criativa de um poeta
É ouro...! É pérola...! É incenso que sobe,
Um agradável aroma que se descobre
Nasce no olhar e como pomba celeste voa
No célere céu das lágrimas que descem
Descem e sobem e neste movimento eterno
Sempre em nós a estação é de inverno
Que belas flores enfeitam o amor que sente
Um oásis se forma na frente da gente
É amor...! – Diz o poeta na sua procura,
É o sentimento ímpar da nossa formosura...!



A saudade.



Arranca-te do teu jardim o meu perfume
Banha o teu corpo, a tua pele sentirá
Jamais ela se esquecerá da suave nódoa
Da marca de um perfume que eu usar
Lembre-se que o cheiro nunca acabará
A tua mente extasiada sentira a falta
Se, por acaso um dia tu dele separar-se
Beba e sinta na língua o gosto do vinho
Jamais esquecerás tu o longo caminho
De sempre com o perfume te banhar...



Quando se gosta de um perfume, jamais esqueceremos o seu odor. Queremos descobrir a sua fórmula com os seus ingredientes ricos em cheiro e prazer. O perfume que invade as narinas, sempre deixa uma marca profunda na mente, ora, procurando os pensamentos o cheiro doce que antes invadia a sua alma e não o encontrando, eis que se levanta no ego uma sensação de busca. Atiramos-nos, Desvairadamente a cata das flores para fazemos o cheiro que nos causa dependência. Temos a sede que absorta, permanece criando um carrossel de sabores ao redor da pele. Levantamos os olhos tentando observar, atentamente, uma leve presença, apenas uma gotícula do bálsamo que tanto fecunda e faz o espírito alegrar-se, saltitando no azul de um mar que nasce e corre lá no mais profundo e absoluto interior da gente. É tão suave quando se abre um frasco, cujo odor nos faz passear através de um simples fechar de olhos, explodindo assim em gozo as sensações que invadem o grande firmamento que edifica os sentimentos. É delirante suprir a carência de um coração que abandonado ao relento, de repente, abrem-se as emoções, causando uma tempestade de prazer que faz gotejar os olhos que silenciosos, procuram apenas acreditar que a beleza começa a se formar, enquanto corre um zéfiro frio e suave no nosso campo, no interior humano começa a se formar as primeiras nuvens para depois, com um novamente fechar de pálpebras fazer trovejar e chover lá nas profundezas de um sentimento que bate e vive no seio da gente.



Criam-se perfumes com bálsamo do amor
Cabe colocar uma porção sutil ao coração
Quando se gosta do cheiro o amor se e busca
A sua fórmula, a sua essência sua paixão
Assim é uma amizade quando se gosta
Traça-se nos olhos uma bela admiração
Eu e tu somos aos nossos olhos a razão
Que se fundem do amor à afeição...!
O ferreiro molda à aliança da união
Sempre se olha e se admira quando a emoção
Conquista os olhos de um coração...!




Falei a ti, cara senhorita de um aroma em cujo frasco contém gotículas de essências criadas por mãos humanas. Há sim, outro odor genuíno e puro, castro e suaves onde mãos dos seres mortais não são capazes de criar. O odor que me refiro, é o cheiro, quando se gosta, entregando-se assim, a outra pessoa com incansável admiração. É provável que o líquido que corra através do amor, quando se nutre algum tipo de sentimento a outro coração; fundem-se: um sereno e doce, o outro: amável e suave. Eis que ambos, em uma bela fusão, tal como se fosse o ouro macedónico e o diamante persiano, agrupam-se, mistura-se, transformando ambos em um encantado, revoado sonho que no alto da sua prosperidade, permanece sobrevoando o espírito majestoso que assentado, sobre as asas do pensar, saboreia com um grande mar nos lábios, a chegada explosiva do amor.
Há sim, quando se gosta, um cheiro que trespassa as nossas narinas, mesmo quando se está ausente do calor que nos faz tanto bem; mas também, há de sabermos que pelo menos o respirar, o exalar de uma vida, de uma estrela resplandecendo ao longe dos nossos olhos, é um belo motivo de admirá-la e querer tocar-lhe toda a sua amplitude. É um belo sonho imaginar qual a beleza que ostenta no seu brilho e ansiar, para nós, toda a sua doçura e o seu brilho que na constância do seu piscar, remete a nossa criativa imaginação sensata uma leve vontade de desejá-la.



Mas cadê o frasco que foi esquecido
O grande segurador do nosso perfume
O vidro transparente igual à mente
O que seguro o calor, o cheiro e lume...
A causa da evaporação que sustenta
É o interior de um frasco sem valor
Todos querem sorver da essência o odor
Esquecemos o frasco que o sabor
Segura no seu interior o sonho do amor...



E tu bem sabes, ó sensível mulher...! Sabeis sim, que apesar de não conhecê-la e não saber detalhes da tua vida e tua lida neste imenso campo de batalha que se chama vida e sabeis que eu sem o teu conhecimento e sem a tua autorização, levanto a ti grandes clamores de felicidade...! Sim, bela manhã que resplandece...! Ao raiar do sol, até o repouso do grande astro que sustenta em si forças e poderes...! Até as madrugadas quando a ti crio constelações de aspirações a tua vida. Torço e torcerei pela a tua existência. Aprenderei cada dia mais com o abrir dos teus olhos quando, na tua cama anseia a tua alma entrar e penetrar em lugares altos e majestosos. Tu sabes, ó bela campa que sustenta as minhas pegadas...! Sabeis nestes escritos que a ti dedico com extremo carinho toda à minha admiração e afeição pela a tua amizade e pelo teu carinho. Tens paciência com o amigo que desconheces e que longínquo tece a ti comentários solúveis e concretos do teu ser. Eu sou o frasco que remete as tuas narinas o doce sabor de um perfume que exalas diante dos teus olhos, criando assim borbulha de desejos aos teus lábios e sonhos grandiosos ao teu coração...! Eu sou apenas uma passagem para a tua criativa imaginação, rica em essência e rápida no agir. O frasco contém além do cheiro que certamente impregnado ficará por toda a tua vida, a morada da tua procura e o asilo das palpitações que moram e gotejam na flor do teu viver. Doce e querida amiga, assim eu expresso a ti, com letras que saltam diante dos meus olhos a tua existência e tudo aquilo que fecundastes na minha vida. Saúdo-a com formas varonis, cada transpirar da tua vida...! Eu sou o vidro que deixa transparecer, no reflexo do seu espelho, a tua sensibilidade e toda a tua força interior que brilha e ascende o fogo que caminha na trilha do teu destino...!



E assim vai-se a pluma ao vento
Molham as flores ao relento
Espantamos quando achamos o tesouro
Será bela Madona que é de ouro...?
Duvidamos... E não cremos...
Mas existem sim pessoas solidárias
Eu a guardo sim no meu peito
Esse é o meu maior tesouro
Prata, bronze ou até mesmo o ouro
Não reluz quando se ama o outro



Eu falo de ti, isso porque eu a acho que é uma mulher sensata. Uma mulher onde a vida abnegou-lhe os sonhos mais sensatos e castos. Há uma batalha que se desenrola na tua vida, mas isso vem provar que é uma diva forte, onde no seio, certamente se fundirá a grande vontade de ascender, em um crescimento colossal e magistral, isso porque ainda permanece no recôndito da tua vida, transcender e conhecer as formas da felicidade que ainda faz suspirar e tremer o teu seio; quando os teus pensamentos, voando aligeiro, sentem a necessidade de fazer arfar os desejos do teu coração. Há ainda a calma do teu olhar, complacente a tudo, um belo olhar de quem nada pede, mas no fundo, traça diante das imagens do teu afã, a bela misericórdia de um grito que não foi solto, mas no silêncio, o teu pulsar, o teu imaginar, elevam-se na tua face e, balbuciando frases leves e frouxas, penetra nos teus suspiros o raiar da paz que tanto ansiastes a chegar...



E lá vem nas lágrimas o sonho
Levando-me ao êxtase da utopia
Ando e sei que não estou sozinho
Cerca-me o vento onde se rodopia
A fragrância inocente que banha
A mátria do espírito da verdade
Eu sei que deste a pequena idade
Sempre sonhei e hoje satisfaço
As pegadas dos meus leves passos
Eu sei quem eu sou; mesmo descalços
Moldo meus sonhos e sou eu que faço...
Por que eu sou o autor...














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