quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

O ÚLTIMO VOO-BALÉ

E quando se retona se Ver claramente, à
maneira da imaginação, pois no seu diurno, eis que ficou noite,
e a audácia de um tom mais claro que foi morto
 ressurge no
balanço agitado do coração.
O que fez ele de mim? Atrair a uma ilusão absoluta

 e retornar aos seus jurados que falam:
- "Estás mais vivo em ti o vivo... Portanto não morra! Confiscaremos os teus sopros vivos para que não

 os lancem na soberba solidão que te sondas".
Entretanto a promessa não fora paga e ele volta

para quitar as suas dívidas. 

A influência de um mundo
 que chega ao seu fim.
E na dança de uma gaivota
 a sua alma contracena com os
 desejos sensíveis que ficaram
 absortos na bebida que
nunca fora
servida à sua sede.
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 “Quero reconciliar comigo,
e depois me dispensar das
espessuras largas. E na leveza
 dos meus sentidos instalar os
 organismos de forças que
expulsarão as desordens do
meu coração, pois as mãos
que me perfuram sempre
vêm com flores e espinhos, e o
 cálice amargo da sua carne
 é desumano, e ainda o frio do
 seu perfume tem ausência do
 doce, e sempre vem com elos
 que atam os círculos gentis
da inocência do meu espírito.”
 
  As contrações veementes dos
voos dos instintos na força
 das volúpias
das luzes dos olhos, e na postura
dos lábios que se cortam.
Um procurando o outro
para sobreviverem".
 
Festejar a fertilidade dos sentidos, e
celebrar sintonizada na residência do
seu corpo as oferendas para si mesmo
 cheios de anseios ao ar livre das saudações
dos beijos, e que escorrem esplendidos, e  que
 não se calam na bandeira dos olhares de
explosões que são devotos ao brilho das
plumas do pássaro cintilante, e com
relâmpagos de saudades.
Confidências serão soltam no vento, e na
espiritualidade das lágrimas que fazem
 a última serenata.
Sugestivo é a sua visão que se equilibra nas
 bases profundas das suas estruturas, e
exaustas se voltam para o
 chão do seu descanso.
Um cisne de simpatia e com a alma
 ferida a naufragar, mas é sagrada,
 é voraz e altiva no seu
instante de dor.
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Dentro dela muitos passos se ouvem.
E são transparentes as nascentes
 pintadas das suas asas
que abarcam as suas plumas
sem atividades eróticas.
 É a dissolução do fechado
 que se abre em
fusão de misturas de asas que
 se juntam e se batem. Diante
e dentro dos seus olhares festeja
um corpo consagrado e
vinculado na dança
triunfante da harmonia. E o azul do céu do seu íntimo ninguém o conheces...Nem aqueles que coabitaram com ela.  
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Pergunta à gaivota a outra:
- O que achas que ela tem? O que a instiga?
 Amor? Dores?
Ou simplesmente dança pelo o
 prazer de dançar?
 
A vida não é definitiva, e as tolices, a
ganância e as mágoas tudo isso são inúteis
ao leito da morte de uma alma.
Despojar a sua dança nas
 meditações das
peregrinações dos afetos. Reconciliar-se
 e depois se despedir das manifestações
de um corpo que traça a sua última dança.
 
- Pelo o visível do seu rosto e a mortalha
que  esplandece nas suas plumas,
e o pratear
do brilho dos seus pés nos rodopios incessantes,
acho que dança pelo o seu último
apelo dos seus campos que transitaram
 solitários, e onde mãos graciosas jamais
sentiram a sua macieza. Então ela
 rodopia para reger as dádivas
que seriam ofertadas
e que foram ignoradas. Vejo o fogo e uma
espada levantada, e o seu corte está tão
agudo. Percebo  que um lençol branco
 espera as gotículas das suas lágrimas, e o
dia se veste de noite para receber o
choro da sua ausência.
Responde a outra gaivota.
 
 Bater às asas e mover o ar...
E na sua força às intenções fazem flutuar
 o corpo no Voo-Balé. A pulsação
irresistível do voo no centro da sua motriz se
distanciando do seu mundo vivo, e
o instável possuidor das suas ilusões se
 rasga nas desordens que
segregam o invadido gozador
dos seus sonhos.
 
- Não podemos fazer nada por ela?
pergunta a gaivota vaidosa. 
 
- Não é o seu corpo que está em crise,
e sim, à entidade das práticas do intenso
dos seus sentimentos? A interiorização
de o seu mover pela a dança não é uma fuga. 
Nascem e se desfazem os primeiros risos...
O avanço do silêncio... O lugar perturbador...
Arrastam-se e convoca o abismo com
uma carga intensa de imagens
estranhas... E metamórfico o fôlego  que se
esvai lento nos fluxos entrelaçados de
agonia dentro da desvelação de um
 mundo sombrio, e o condutor da
sua matéria cava a sua última apresentação.
Responde a gaivota.
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  O CORPO
A criação e a técnica da dança na
investigação de um EU lírico.
Articular as asas e no voo-balé de uma
gaivota os seus últimos gestos de equilíbrio
dentro de si mesmo. Sem sensualidade, e 
a ler e identificar o evolutivo da sua
emergência no reconhecimento da
 imaginação do corpo ambiente.
A sua ondulação
desprovida de sensualismo, e a consciência
 da luz da sua percepção na dinâmica
vibrática para as mutações do olhar
 também dançante no solo acrobático.
Seu corpo
é treinado, energético, vulnerável e íntimo,
e veiculado está nele o teórico da sua
dança a suscitar o engajamento da sua
 alma com a coreografia
também dançantes dos seus sonhos.
Pois no corpo tudo se morre
E fogem os suspiros tão belos
Sonhos e emoções se evaporam
E no seu seio se revelam
Quem foi à cândida? Será ela!
Que na sua última dança,
Foi uma prisioneira tão bela!
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- Nada podemos fazer – continuou a gaivota
O seu molde cria o foragido
do seu corpo, e aleijadas as memórias
esmagam e apertam a sua forma, e
proscrito e foragido o seu espírito já não
 mais constrói o deleito dos
seus olhos. Eis que o seu sigilo foi
quebrado e gorjeando os lábios,
saúda-lhe o amor que se abre e traz
o seu cansaço e sono. Chegou-se o tempo
da sua última dança e só nos resta
olhá-la e derramar
lágrimas em louvor da sua metamorfose.  
A claridade da sua dança é uma
pluralidade infatigavelmente de uma luz que
se acende, e que agora deverá se apagar
 para sempre do seu vivo.
Abrir todo o seu sensorial e investigar
 as suas cenas.
 
Sustentar a descoberta de uma revelação
 que por muito tempo ficou às escondidas.
A sucessão dos sopros em um
coração com tortuosos
EVENTOS CORPORAIS.
As luzes dos holofotes se acendem e os seus
fachos se propagam na
 trajetória de
um corpo a iluminar a luz
do sopro que se apagará.
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Imprimir toda a sua significação
coordenada através do compromisso
da perfeição dos movimentos corporais
 e transbordante de sentimentos.
Cadenciados e potenciados por uma
verticalidade simétrica de todo o corpo,
e dentro de uma melodia imortal, uma
Roda-Viva continuas de gestos, expressões
faciais e movimentos cheios de equilíbrios,
porque o seu deleito é feito de luz,
e a sua verdade é o sentir do calor que
aquece o fôlego do seu coração.
Sintetizar a célebre colheita dos seus
olhares, e no plantio da sua dança
festejar a identificação de um
corpo com a fertilidade
dos seus movimentos apaixonados.
É sagrado! Entre o SOL e a LUA
executa o seu último Voo-Balé consagrado
ao seu coração, e neste baile se criará o
mundo das suas formas nos significados
efetivos e místicos de todos os gestos e
símbolos construídos pelo o seu corpo.
Não usará nenhuma máscara bordada e
 cravejada de diamantes, colares
suntuosos, pedras preciosas, plumas
banhadas a ouro e seda de damasco.
O espetáculo é seu e a adoração é para
 o último fôlego do seu espírito.
O campo onde se aborda o treinado
sensível modela o sistema de troca
dos seus afagos, e com a sensibilidade
da corporeidade da coreografia
artística dos seus músculos, e dos discursos
da sua boca nas suas cenas
 serão de perdões.
Porque o seu coração dói e a
sua alma vegeta nas dores.
 
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E dança articulado no seu balé cheio de
 princípios, e no espírito do seu corpo
dançante se fragmentam as suas formas
nos movimentos de eletricidades, e a sua
aparência expressa as imortais suplicas
que se reorganizam  pelos os seus lábios.
Inexplicáveis,
perplexos e abaulados músculos se estendem
rijos e brotam suspiros de uma fonte
que chora no balé do seu arrebatamento.
 Uma luz na canção dominadora dos
ritmos dos seus pés inquietos sobre a
 volúpia das suas asas. Olhares
arrumados de plumas dispensas.
Momento do seu céu nas sensações a
fluir o infinito dos seus sonhos que tocam
o céu da saudade, acaroando os anseios
 que se derramam incendiados. Submersa
a febre nos suores que chora a sua pele,
e às pressas, o punhal da sua dor a gotejar
 o lírio que entontece a sua prece que brilha,
 e do ninho, a voz celeste que tece o bramido
da sua música que embala o soluçar
das suas lágrimas... E,
Adornados  pelo o fogo o seu leito
é um vulcão em delírio! Os atalhos da
 sua aurora escutam os seus pensamentos
 e regressam ocultos aos seus últimos suspiros,
e mansinho, o instante da clareira do
bosque da sua beleza desponta e
reconhece nos seus voos magistrais o
silêncio do inexorável caminho que
será percorrido nas suas veias, e que ativa
o derradeiro fluir vivo da sua essência.
Partilha com ela a descoberta do puro
diálogo que fala o sol à lua nas suas
 confidências de desencontros, e o indizível
 transcende e abre a intimidade da
sua alma tão cândida.
Escutai como sussurra o bosque a
 recolher a sua flor maior! Olhai como
ele se retorna para dentro de si mesmo
e se fecha para beber o seu último bálsamo!
Suga suas raízes e agarra a terra e faz
desprender no seu solo
as lágrimas de afetos.
Ah! Incomunicabilidade de um exílio que
será eterno! Porque a ânsia também
dança e começa chegar o sono de pálpebras
 cansadas! Clarão melancólico que desvive
 o amor e eterniza o seu imenso mundo
 habitado agora por sombras. A vertigem
 da sua queda aspira ao primordial
das suas asas que largamente se sacodem
 como se quisessem ainda respirar!
 Os seus gestos não se ocultam, e o hálito
da sua boca quer se proteger do seu último
 suspiro. A inocência à liberdade prega
o refugio da separação do seu corpo-alma,
e o útero sagrado chora pela a
 reintegração dos seus sopros vivos.
O enamoramento do sol se rasga e para
não chorar aquece as suas lágrimas que
 viram vapores e caem sobre as asas
da gaivota como se fosse um refrigero.
Resgata-me! Resgata-me... Por piedade!
Estou me divorciando do meu espírito!
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Incorpóreas...
Perfeitas... Corporizadas se escondem
 as asas que dançam na metamorfose,
 e desdenhadas se entrelaçam a infância e
a inocência que se esconderam do mal.
 Oh! Assenta nela o bem do agir imutável
 dos seus sentimentos! O inesperado
que não mudou o seu tempo!

Pergunta a gaivota vaidosa. 
- Devemos então recuar-nos e lhe
dá mais espaços para que suas asas
 alcem o infinitíssimo? Já que nada
 podemos fazer... Pois estranho é o lugar
 da minha hesitação e perturbador
agora é a forma do meu respirar que
não compreende o fôlego que se
 esvai, e o meu íntimo me inquieta e
causa lágrimas aos meus olhos.
Devo pelo menos arrastar as suas asas,
abri-as para antecipar a sua morte?

Responde a amiga. 
- Aquieta-te e nada podemos fazer.
 Devemos aprender! A revelação que
se arrastam nas imagens dos seus voos
 com o fluxo da topologia que desvela
 o mundo dos seus sinais com a visão
condutora que somos iguais também
a ela, e que certamente passaremos
pelos os mesmos sintomas... Entretanto
não temos o seu belo bico... Plumas
alvas como a neve e não sabemos
fazer mirabolantes voos.
Ouça a sua voz!
Os sons íntimos dos seus voos!
E nas asas ínclitas do seu sonho
Voa a gaivota triste solitária
Injetado sua forma de mariposa
À luz de um cenário ardente
Vedada é a articulação da sua boca
O vermelho da sua mandíbula resplandece
O limiar do escuro  deterá os
 acessos das luzes, e o perigo já
procura com violência a abertura do
seu último sopro-vivo. E rodeadas
 estão as urgências das orações para
lhe ressuscitar à vida, entretanto a
esperança lhe escapa das asas.
Cadê o embate daquele
 que ela tanto adora?
Para que possa soprar no seu
 bico o seu fôlego?
A respiração que escuta
 e guarda o grito
Para soltar diante de um eu te amo
O sagrado efeito que ressuscita
Pode-se até morrer, mas sabemos
 que alguém nos ama!
- Oh! Céus! Ela começa a tropeçar e
desfigurada começa a se cansar.
Deus! Que bela respiração aberta!
Como lhe visita os últimos perfumes!
 Posso sentir na minha alma o surgimento do seu
reino e o seu lugar secreto onde
 muito lhe ornava as belas plumagens!
O ZÉFIRO DAS SUAS CENAS são
 estonteantes, e constantes é a fidelidade
das cenas dos seus voos que não se repetem,
 e o espetáculo das confissões das suas
penas são gratulatórios da expulsão
da morte, mas essa se sobrepõe a sua
vida, e o rito da sua vergonha quer
 extorquir os receituários de dentro de
 uma alma pontualmente domada
pelo o belo, a singeleza das verdades,
 os afrescos doces dos sentimentos.
Cadê a fidelidade do seu amante?
As ações dos exercícios do seu amor?
O manancial dos impulsos da abundância
do seu afeto que agora lhe é negado!
Devo olhar o alto culto que se repercute
 na oficina do seu céu e fundar um altar
em memória dos seus sonhos que se
ponteiam um a um por dentro de mim!
Que solidão incomensurável!
As mentiras tropeçam nas suas verdades
 e o pássaro ainda respira elevado
 e cheio de purificações! O aparecimento
da sua guarda demora a chegar, e a ave
transita na perseguição de um fôlego
ao seu coração para guardar os
 segredos do seu jardim. E como é belo!
A sua voz contínua cercada por uma
 leveza  e sendo discípula do vale
 da sua realidade. Que bela musicalidade
 que será desligada, e a inserção aos olhos
dos vivos que ficarão jamais poderão
 se abrir e ter o  acesso da compreensão
absoluta da coerência do seu fértil belo!
Não posso perder de vista a sua última
 partícula a se dilatar no espaço!
A penumbra faz soar a voz de desespero!
Os atos de renúncias do seu fôlego
não sustentam mais as suas asas.
Como eu queria conhecê-la!
 A fenda da entrada da sua luz
de entendimento, e os seus solhares de
 integração pelo o sagrado do clímax
 das suas emoções! Sentir os seus
sorrisos em cada amanhecer da sua
 boca molhada de luzes acolhidas de
 movimentos sublimes, e um coração
contínuo de pulsação na interioridade
 das suas entranhas.
Uma cavidade íntima de grandezas e vivente.
O seu intimo cheio de incessantes
moverem emotivos que dá ao seu
corpo uma cor reluzente de um anjo.
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- E como as suas feridas...
Eis a visão da música! Detenho-me diante
do ruflar das suas asas que morrem agonizadas.
Elas começam a serem cortadas do seu céu!
Oh! Enche-me sem o meu EU que é vazio!
E que todos os espaços da minha alma
sejam ocupados apenas por ti,  e assim evitando
tristezas e decepções. Ouvindo apenas
a suavidade dos teus enchimentos na
tua voz suave de pai amoroso e justo!
Captar o instante íntimo do voo volátil.
Os sons dos sonhos fugindo das armadilhas
que se enlaçam e criam a temporalidade
 na alma. A nascente da figura
 transporta a divina seiva do fôlego e
autentica é a criação absoluta de um espírito
 que dança na sua última música.
Prisioneiro é o delírio da paixão e a sua
chama não é lucida e escraviza o inebriado
corpo que se consome no imenso que
 resplandece, e o seu passageiro já
adormece e se entrega sem forças
a transgressão das suas asas.
Foi mendiga e amante de um
fulgor efêmero, e não foi restituída nela
as vozes que dão sopros a vida, e os rumores
 de outros olhares cegaram o seu
poema que palpitou, e a multiplicidade
 dos seus fluxos eles não quiseram sentir.
Onde mora a luz da sua visão?
A clareira da aurora que sempre despontava
radiante e acolhia os voos vivos da dança?
 Inóspita é a violência e o seu aguilhão
 prende na sua cadeia o  legítimo.
- Ela está morrendo? A inocência
ainda hesita, mas o seu fôlego está inquieto
e a hesitação da sua voz é tocada de alegria.
Caminha o fio da navalha e não há
 salvação, e a entrada que era para a
 felicidade rumorejam  nela agora as dores,
 e sangram as feridas.
Quantas noites ela dormiu e sonhara
 autêntica e palpitante! Fundindo-se
com a criação do seu mundo ingênuo.

E fala a gaivota vaidosa.

 
- Eu ouvi cada um dos seus suspiros,
entretanto eu tinha pavor da sua aparência!
Oh! Tive a oportunidade de conhecer
 seu belo e a vigilância da sua luz
cheia de atrativos, mas as lâminas
 dentro dos meus olhos cegaram as
minhas visões! E agora a contestação
do meu coração me julga ignóbil, vazia
e contrário à beleza que agora nela vejo!
Alheio fui à pureza do seu Logos, e com
horror eu me afastei da sua presença!
E agora... Aquiesço-me a procura da
minha legitimidade e recuo quando denoto
 que estava tão perto do Vivo-Belo e não
 usufrui dos desejos e das suas volúpias...
Das suas vibrações cheias de malabarismos.
 Das explosões fervilhantes e rosadas
dos eclipses dos seus desejos que se
explodem agora em sonhos de flores,
dotados de um ar potente e atmosfera
 levíssima de sensações que me faz
 flutuar,
embalada por um mágico instigar
aquecido de um leito sem malícia!
Oh! Céus! Afoguei-me acorrentada
no meu egoísmo!
À flecha percorre agora com ponta
 de fogo as minhas veias. Mas ela
precisa sair assim como também
preciso de um antidoto para
 matar a minha afiada vaidade!
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Disse a outra gaivota: 
- Eu bebi do seu belo e a minha ligação
psíquica com o seu cogito me levou ao delírio...
 O seu sacrifício me faz chorar e aniquila-me
o sofrimento do abatimento das suas asas.
Ergo-me e ouço as vozes do pastor que
faz transbordar em suavidade as minhas feridas.
O derradeiro adeus dos entusiasmos de belos
 traços íntimos a ela se agarram em uma
 tênue esperança de salvação.
Rogam-se pelos o chão as lágrimas que
comovem a terra que se fecunda, e
faz brotar uma secreta aliança do meu
coração pelo o fluido da bondade.
O amor que atormenta! Desejos feitos
de fumaças que se dissipam e um coração
cheio de restrições pela a sensibilidade.
O campo das suas leis... O seu olhar de esforço
e a imaginação rica em paisagens.
Eu evoco se assim me puderes ouvir pela
a revelação divina.
Pelo o vivo da sua alma.
Não deixe fraquejar a testemunha única
da subjetivação da sua criação.
Não esgotes as suas forças e nem tire a
polaridade sublime dos encantos
ímpares que a ela foram amputados.
Fornece-lhe novos sopros vivos, pois o
 seu ser tem parentesco, modelo e
características com tudo aquilo que
elucida o humano. Não lhe roube o
seu apetite pela a vida. Perturbe lhe
outra vez o seu fôlego para que esse
 mais uma vez saia das suas narinas, e
 que seja suscetível de seduzir outra
vez a sua vida. Não a divida, mas uni-a
sua alma e espírito, e faça das suas fontes
múltiplas e dinâmicas jorrarem
 a graciosidade dos seus respiros1
- Meus olhos não estão vazios e
o que deles descem são correntes
 que me prendem, e nada posso fazer.
 Devo investigar a mim mesmo.
A neurose dos conflitos do meu coração
cheios de distúrbios com a semelhança
dos meus dedos cheios de espinho.
 Não devo me arrastar
furioso pela a vaidade.
Oh! Remorsos! Não quero
 me embriagar
 apaixonado no íntimo terrível e tirânico
que matam os incensos de grandezas,
e escolta o coração para a luxúria e
 o vazio de uma loucura que varre
 o vinho da renovação da beleza.
Devo sentar no chão e esperar que
as minhas lágrimas floresçam as
 riquezas que conduzem o humilhado
a ser exaltado, e nunca procurar o trono
e o cetro do rei. Não prescreva em mim
as repetições dos meus erros e faça
apreensão dos meus despercebidos maus
 hálitos, concluindo em mim os discursos
maléficos do meu adversário e
que esse está em mim mesmo.
SOU EU MESMO!
Martelar a conjectura dos emocionais
 da vida e causar rivalidade a morte que
espera provocar os seus fatos
desajustados em um
coração ingênuo e tão verdadeiro?
No trânsito persuasivo e acelerado do
seu coração se lança as práticas de
 interações de gozos. Hábeis é a elaboração
da codificação nascida, e que
 excita a magia do seu
 genial de largas medidas dos seus
sorrisos de olhos tão tristes.
Cego e caído estava o seu maior
amigo que nunca sondou a sua
pública imagem voluntária cheia
de licores. Pois duradores foram os
 favores da sua meiguice e a
sagacidade do gênio da sua
consciência sempre se erguia
vestido de glórias.
Agora ela está sendo deportada e as
fortificações do seu templo desabam!
Inseparável, efetivamente e
 puramente combinada é a transfiguração
 da veiculação do seu espírito de
interior incorruptível. Negligenciava
a sua aparência íntima de
 sabedoria. Conservando a sua
índole inocente, e sempre se reduzia
 diante dos outros para se tornar
 pequeno e sem malícias.
O supremo pensamento é agora choroso!
Mas tu és a graça da irradiação
 do divino, e soluçante o deslumbramento
do teu encanto é do supremo astral
 constelado pelos os beijos molhados
 e soluçantes de carícias, onde se
 saciam as fomes. Vibrando a sinfonia
 de um corpo envolto de ares doces e orando
a exaltarem o seu perfume de
 sentimento tão rico em essências.
A exortar a ressurreição do coração
que se rasga para beber
os mares das suas delícias.
Oh! Devo fechar os meus olhos
e bramir latente pelo o seu adeus e
em gemidos levantar
por ela o meu sinal de luto.
Quantos anelos singelos e que foram expurgados.
Redimo-me e não mais quero voar
sonâmbulo com a aparência de um anjo.
Ah! Se pudesse eu tecer a sua imortalidade!
Misturar nas suas incisões os rituais
da aliança da salvação e fazer a
absorção dos seus espinhos..
 Não devo deixar escapar nada dos
meus olhares nestes últimos dias..
 Elevar a minha velha partitura e
cantar o meu último cântico nas cordas
do meu violino. Já não mais entrará
 em cena a bela gaivota com o
 seu corpo e o seu belo rosto recôndito.
Devo sacudir embebecido as plumas
das minhas asas e flagrar nelas um olhar.
Cômicos são os monólogos da
 liberação dos gritos que se estrangulam
 e caminham firmes na perecibilidade
de um corpo vivo cheio de seduções, e
provindo de uma voz em construção. 
Pois da sua memória flui inquieto o olho
 que se guarda do
 primeiro amor que se sonha.
A razão nas névoas das
 paixões é uma blasfêmia aos
sentimentos puros. Eis a substância
 divina do amor que ficou atônica
por ser tão mal recebida
 pelos os ardores da carne.
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E por mais que tento olhar os meus
 olhos já não mais paro no seu ar
 porque o tempo me degusta e evapora
as canções expressivas e fragmentadas
 que se instalam nas suas memórias
 traumáticas que marca a alma.
Levas-me e me soltas dentro do teu
 coração, e me bebe com o teu calor de amor.
 Render-me diante da sua
formosura. Assimilar novas percepções
 e recriar a participação do teu corpo
dançante. Acedendo todos
os estágios dos teus sentidos.
Há um rótulo no título do jogo
da vida do qual com ele se nasce.
E assim como nasceste para
a morte eu nasci para a vida!
 Fala a gaivota vaidosa:
- Pena que ela não aproveitou a riqueza do
seu campo e não levou para o seu leite o
ardor das luxúrias que contém no amor.
Responde a amiga: 
- Deixe de afasia e ambiguidade. A
harmonia não é cega e a tua boca só fala
 em gozar a música da tua mocidade.
O manejo pleno da consciência em
um campo de domínio é o vocabulário
 que atrai a atenção dos sentimentos.
E eu aprecio a beleza que se rodopia
na admiração requintada de um ponto
 capaz de me elucidar e fazer nascer
à sensibilidade, e dos seus estímulos colher
os ornamentos vivazes de simplicidades.
Que belo crepúsculo cambiante
em cada pulsar das pálpebras!
A EMBRIAGUEZ DEFINIDA dos
 seus lábios é um fulgor do dulçor
de licores rendido ao jardim
onde me deito e sugo o seu respirar, e
 no fluir instigante do seu corpo onde
moram em mim os braços que comovem
o atrevimento das asas que voam.
Como gosto deste amor e do seu lugar!
Primeira expectativa que deste ao
 meu rosto.  Amar-te por inteiro.
E a gaivota fala seu último suspiro:
Estou grávida por fluírem em mim
os teus gestos e deixar os meus
sentimentos descobertos
O ouvinte viceja no seu juízo
 consagrado é a alusão do orador com
o óbvio da sua felicidade e no encalço
 de um olhar arrebatador procuro.
O que vês aí? Uma intimidade intacta
 com um herético eco que abafa a
 sua voz, pois as angústias conhecem
 e focalizam as aparências de um
 rosto transfigurado e se instalam
nos seus reflexos de desesperos.
Eu também ascendi na matéria
e nela coloquei o meu corpo bem
vestido e com um espírito sem dupla
 personalidade, e encenei as suas
 ações benevolentes em gama de
explosões estonteantes de riqueza
íntima e contínuas, mas as artimanhas
 cheias de desenlaces foram frutos
de uma soberba morte no atemporal
do ser e os diálogos das tragédias
sondaram o órfão sem auxilio dos
 milhões de corações que por ele passaram.
Evadir-se de um corpo em
uma dança e neste espaço acompanhar
 os últimos momentos de um fôlego
 incitando o sonhador na mescla
das suas sensibilidades.
O cristal no labirinto se quebra
Um instinto pelo o vento se fecha
Há um mover de uma alma inquieta
Dentro de um corpo sem vértebra
Já é fluída a desventura
O voo sinistro de uma alma triste
Mas para isso é que existe
A chave de uma fechadura
Abri-a? A quem cabe sua formosura?
Vasos de flores que murcham
Lânguida luz fria e escura!
E se teus braços é o firmamento
E neles os prazeres se acham
Até quando a sua luz se arderá
o seu filamento?
Sofre influência o meu organismo
sensível e a temperatura do meu
exterior cai a um resfriamento.
A ventilação e a umidade me faz
 correr e me instalar na manjedoura.
Assombro-me pelo o tamanho das suas asas.
 E nelas eu vejo o mundo e
um mundo não vejo nelas.
Existe uma claridade cheia de preguiça
e não acorda a sede do espírito.
Oh! Dais-me asas pois sinto os
ventos da eternidade me chamar! 
 
Viver envolto a criação do obscuro
véu da aventura, embebecido, e também indefeso
e dominado pelo o parto do impulso que
 não contesta se o que o amor faz é
sensato e belo, e em  cada instinto do
 seu deslocamento apenas sorri
observando os lugares que outra vez o
corpo coabitará com a imaginação curiosa.
Morre o clarão derradeiro em um céu
de olhos tão tristes, e o frio nos jardins
das músicas de risos e mugidos de
 vitórias... Um clamor maior do que os
CALAFRIOS  galopa agora nas sombras... E
 montado na brisa do sangue retido, e ainda
nas suas pálpebras vermelhas de rosas,
 vasquejando na luz de uma lâmpada
que esmaia a sua alma...Lábios de
matilhas ferozes que dormem,
e abarrotando DE MEL o zéfiro BEIJA o seu cheiro que
 transborda e desemboca naquele que
 não mais se achará entre nós. A lamentar o cansaço
da sua gaivota. E os beijos cirandam e 
se acham e choram pela a aurora do
seu hálito que se foi e não volta.
 Esmaece-se... Consome-se o
 aroma que se enrosca.
Olhai-lhe a face e veja os ventos resgatados
 do seu fôlego que se recolhem...
E olho uma lágrima que rola... Disfarço,
mas não consigo esconder o seu entardecer
 no coração QUE goteja a
 grande vontade de viver. 
 
Que morra a sinceridade do meu coração com
o seu colorido e a sua intensidade de emoção,
porque eu choro, e a conscistência das suas

lágrimas são agora duras e frias.

Eu devo encontrar a minha justificação na
ordem do universo da minha matéria, e
abraçar os seus movimentos na tentativa
de fazer pulsar a realidade da sua estética. 
Eu sou eu mesmo e o supremo do meu espírito
desconhece as tendências especulativas do
egoísmo, onde a comunhão dos seus pensamentos 
 é a virtude da união de duas pupilas puras
que bebem o mar. E e eu tenho grande sede...
Assim um dia também voarei para o meu
 último voo-balé, e não serão simbólicas
as dores que me inquietarão e farão
que eu tropeço na sua própria língua.
Denso é o sol... E assentado de uma forma
 incompleto recebo o batismo de um nevoeiro
 intensificado por um sopro de medo.
Olhá-la com uma expressão natural, recebendo
o significado da morte, e do alto do meu
apogeu jamais deixar cair uma só lágrima?
É o sentimento que cede com a sua
 particularidade, e que se propõe renascer
dentro de um mundo que faz confissões
das suas lágrimas, revelando a pregnância
  do limiar dos seus belos pensamentos. E eu
jamais serei.... Mesmo nas dores igual a ti
 na tua maior felicidade!
Ceder as densidades das asas que não mais
 alçam os conteúdos dos fluídos vivos, e que se
 condensam sobre as suas plumas o peso de
uma conversão que não foi ensaísta
 ao seu espírito.
devemos por acaso voar e deixá-la assim?
  Aponta-me com o teu dedo qual foi a maior ferida, e que nunca sarou...
Deixando uma cicatriz profunda na sua na pele?
e fala a gaivota vaidosa:
- Não vamos chorar senão borramos a maquiagem!
 aliás essa voz é perturbadora... Mas vamos voar!
A propósito gostou do meu novo batom?
A matéria é conceptual e poética, e a clausura do
seu equilíbrio não é fixa, e ágil a minha santidade
 evoca a primeira e última página de um hino. O qual não se mostra porque teme
SER RISCADO com traços tortos.
TORNEIA-ME O PROSAICO dos meus olhos.
 Deixo-os a readquirirem o particular
 da sua versejação, e nos abalos sem metros
e sem rimas vejo a riqueza do seu silêncio.
- Vaidosa! Sussurro.

"Muito eu ficaria transtornado
 por uma febre ardente e pulsante, e
 com o viço celestial de se ter
uma estrela em plena luz do dia
a jorrar as suas partículas
deliciosas".


Enlaçar com os meus olhos por

 dentro dela todos

os seus mistérios,
buscando assim as gotículas
de beleza do seu interior, e,
sentir todas as suas pulsações..."
entretanto, OLHO-ME E SINTO QUE AINDA VIVO PORQUE VOA UMA GAIVOTA INGÊNUA 
E APAIXONADA. 

ONDE ANDARÁ
O AMOR?

O mensageiro invisível aos olhos, mas sentido nas suas estrelas. A todo vapor a morte leva o último voo-balé.

- Podes ir...
Ficarei aqui aprendendo os passos do último voo de uma gaivota ENAMORADA.
PORQUE EU NÃO VOLTEI E SIM.
"ESTOU AINDO INDO..."
E quanto a canção nela choram meus olhos.
 
 Carlos Alberto
albertoesolrac
silêncioelágrimas

Brasília, 12 de Dezembro de 2013
Aqui são vinte e uma horas e cinquenta e seis minutos, e amanhã precisarei ir... Simplesmente ir e não mais voltar.