quinta-feira, 11 de março de 2010

À minha mãe ( Selma )

Vi na tua meiga face borboletas que brincavam
Um lindo doce e suave paraíso da tua mocidade
Quando ria fazia-se júbilo vistoso de felicidade
Estrelas desciam e as tuas histórias escutavam



Um imenso céu azul de beleza sempre te ornava
Muitas lágrimas de alegria do teu seio brotavam
Por ti o fogo, terra e ar postados se alegravam
Quando o teu frouxo perfume solto ali pairava



Jorravam dos teus macios lábios sábias palavras
Na tua grandiosa alma um belo jardim morava
Dentro de ti a rica constelação de tantos afagos


Nunca fazia dentro de ti imensas tempestades
Por que o teu riso inabalável sempre abafava
Qualquer espinho que ferisse teus pés descalços

terça-feira, 9 de março de 2010

A fuga


Ufa...! Às vezes suspiro, deixando transparecer na face um medo imenso! Uma causa até injusta toma conta dos meus sentimentos; levando-me a um imenso constrangimento. Olho para o velho íntimo, agora dilacerado, machucado e cheio de nódoas de tristezas e lágrimas. Ergo os meus olhos ao céus; é verdade que ele continua azul transparente; com suas nuvens brancas da cor da neve. Tento retirar do vento um ar mais ameno e doce, mas aqui, onde encontro-me é impossível respirar e transpirar um ar puro, isso porque as minhas narinas já não sentem o odor da matutina brisa, e o céu que continua azul, - não aos meus olhos, - mas sim: aos olhares dos transeuntes que passam por mim. Já não há a luz que ilumina os meus passos; tudo agora é turvo e eu tenho sim, medo...! Medo de olhar essa imensa trilha e caminhar sozinho. A verdade é que tenho que encontrar uma fuga, sim, um pequeno casulo onde assim como as lagartas se envolvem de um modo tão fechado eu tenho sim que cercar-me com um tipo de teia ou um material bem forte e resistente; para proteger o que restou dos meus decaídos sentimentos...! Tenho que encontrar um lugar onde posso repousar a cansada alma, ferida e machucada. Tenho que buscar uma fuga, um lugar onde possa recolocar em ordem todos os tipos de sentimentos que fluem no ser humano...! Vou levantar dentro de mim uma enorme montanha, fugirei a procura de refrigero, isso porque a dor que me deixa totalmente entregue ao desgosto da existência, tende a crescer cada dia mais e neste crescimento certamente afogará toda a beleza singela que ainda há em mim. Tenho que subir ao monte porque penso eu que lá estarei seguro. Nada poderá fazer o meu coração chorar, sim, estará só olhando do cume da minha montanha as afiam dores que lá em baixo, na base da montanha tentam escalar para se achegar até a mim; mas sei que aqui venta muito, certamente o meu zéfiro não permitirá que as gritantes dores possam escalar a minha montanha e se achegarem até a mim. Sei que vou ter que buscar um solitário lugar onde posso verter as minhas lágrimas, olhar toda dimensão da terra, rebuscando mesmo que seja impossível encontrar um pouco de paz. Preciso de tempo! Assim como passei seis meses com chuva, tenho que passar seis meses de seca, até passar esta estiagem e sei também que durante toda essa seca possa ser que ainda resista em mim alguma relva, pois sei que as flores e frutos certamente morrerão, mas tenho a esperança que ainda possa se salvar algo, até uma única folha verde que o vento levará poderá renascer em meu jardim...! A minha fuga é necessária, isso porque a grande solidão chegou ao meio peito, eu sabia sim que ela viria e ela veio de uma forma tão destrutiva e arrogante que avassalou a última alegria da minha vida. Roubou-meu encanto da minha criancice, o orgulho de toda a minha mocidade e a sabedoria da minha fase adulta. É tempo de olhar o que ainda restou; o que sobrou depois que o vendaval abruptamente levou de dentro de mim...! Tenho que buscar a certeza que ainda posso fluir e para isso tenho também que permanecer absorto, fazendo uma odisseia dentro de mim e se possível for, lutar contra fadas e bruxas em defesa do que restou...! Caiu a chuva e com ela veio uma enorme tempestade e levou à última "rosa" do meu jardim. O vento soprou e a levou a um lugar onde eu não consigo penetrar. Foi-se e eu não consegui impedir que aquela "Flor" sedosa partisse a galope, no dorso furioso da existência humana...! A verdade é que a únicaflor da minha campa fugiu e eu não consegui soprar nas suas narinas para tentar trazer-lhe a vida que fugira. Foi-se a minha sobrevivência e toda a minha forma de inspiração foi-se com ela, estou só e triste e não consigo ver por onde piso agora, isso porque meus olhos cegos tateiam e não conseguem romper e nem achar uma saída...! Foi-se a primícia dos meus sonhos e o eloquente prazer que me sustentava na terra. Agora me vejo a olhar um rio torto que segue um caminho de dor e sangue. E como choro! Choro tanto que eu gostaria de despir-me das mentiras que se ocultam dentro de mim...! Como é lascinante permanecer parado, olhando do velho cais uma velha caravela encalhado...! Céus! Como pode um coração que tanto ama bater triste e tão malbaratado! Como pode uma alma que se entrega a um amor verdadeiro, castro e cheio de beleza viver só e tão dilacerado...! Ah! Por que as portas dos teus sentimentos não se abrem e verem que há algo sobrenatural nesta esfera terrestre que tanto te ama! Por que ignoras! Sou eu que a ti dedica tão sublime amor! Por que não dirige a mim pelo menos uma réstia do teu escasso sentimento? Mas eu sei que a mim não pertence isso porque o teu coração a outro se entregou e sãod ele o teu pensar, o teu corpo e principalmente o teu amor...! Que fiz eu para seguir esta sina? Onde foi que covardemente errei e blasfemei contra ti ou contra mim? O que faço para sufocar o que me sufocar? Para matar o que me mata? O que farei para tentar sobressair-me deste poderio cruel que é amare não ser amado? Chorar...! Sim...! É o que me resta, é o que eu tenho que fazer: chorar para regar a vida que ainda pulsa em mim...!



O amor






Talvez não passe por tua cabeça ou pelo teu coração a grandeza dos meus sentimentos. Talvez não tenha noção da real situação que mora na tua consciência, por que tu sabes que eu te amo! Amo-a infinitivamente e isso não é algo impossível, eu sei a
imensa constelação dos meus sentimentos...! Eu sei o efémero amor que brotou quando
dirigi a ti o meu primeiro olhar! Eu sei o que ocorreu dentro de mim quando vi a tua imagem ao longe e fresca; digo isso porque pude sentir que dentro de mim começou a
bater “algo” cheio de força e poder! Eu pude deixar o meu coração trabalhar na minha mente e criar doces fantasias da tua bela face, isso porque em mim a tua presença
fez-se uma constância repentinamente e por um único segundo vivo uma longa eternidade; e essa eternidade fluirá sempre que a vejo, não tenho mais domínio do fogo que emana do meu coração e da esperança que faz transbordar e sonhar minha alma. Amo-te porque nasceu com toda a ingenuidade e respeito...! Amo-te por que assim pede a
minha vida e o meu suspirar...! Sim, posso mesmo ferido alçar voos alucinantes através da minha imaginação...! A verdade é que me incendeia, inebrias-me com a tua niquice e a tua simplicidade! Sinta-te cheia como uma noite onde as estrelas, não encontrando mais espaço no céu, se amontoam umas sobre as outras, deixando o meu universo claro em absoluta e singela em beleza!
Há formas neste sentimento que enlaça o meu pensar? Há algo genuíno e celeste
nesta forma de se doar sem almejar nada em troca? Sim, há! Isso por que eu tenho o amor como uma afeição profunda, uma imensa profundidade onde olhos não conseguem
alcançar e nem a mente imaginar...! A minha forma de amar, de se doar a uma bela mulher não é determinado por mim e nem pelo meu querer. Nasceu assim como nasce à vida
no campo e campa. É verdade sim que plantei; isso porque quando eu a vi levei ao meu coração a extrema beleza que encantaram meus olhos e fez com que o meu pensar,
a partir daquele momento, foste exclusivamente teu, eu não quisera, mas não dirijo e nem tenho as rédeas dos meus sentimentos. Foi a tua candura junto com a tua inocência que colocaste em meus lábios um suave sonho de esperança. Foste tu que sem querer,
deixaste transparecer ao vento o teu perfume, o teu cheiro e odor. Senti deste o primeiro
momento a renovação de um mundo que escondido pulsava em mim. Percebi e senti que daquele dia em diante nunca mais teria paz na existência humana; isso porque arfava no
meu coração a incerteza de um futuro promissor, principalmente a mim; mas eu quisera sim e talvez ainda queira cuidar daquela que tanto amo e que tanta ainda nesta vida representa para mim. Tenho que ter o cuidado de não feri-la isso porque se eu fizer estarei ferindo a mim mesmo e eu não quero chorar por duas vezes seguidas e sim ri
contigo quantas vezes forem possíveis, por que eu quero sim, olhar-te e me aperceber
que dentro de ti mora a felicidade e vendo isso quando te fito tenho a certeza interna e
externa que te amo cada vez mais, não por que isso é bom ou me faz crescer as emoções, e sim, por que tornaste não a minha vida, mas sim, a própria existência do meu ser e do meu viver! A própria razão celeste e única que meus olhos denotam e a
minha própria alma aspira...!
O teu amor para mim é ígneo e desdenhoso! Não consigo lograr dos teus lábios um suave gosto, antes deveria eu ser Adão no paraíso porque poderia roubar o belo
fruto exposto aos meus olhos e saboreá-lo, mesmo que para isso a minha paga fosse viver eternamente em um cárcere imundo, pelo menos teriam meus lábios sentido à macieza dos teus lábios. O doce da tua saliva, o belo atrativo dos teus olhos e o pulsar
eloquente das minhas emoções, por que assim saberia eu que em mim existiria vida e que loucamente deseja saltar os obstáculos de um abismo que agora me persegue...!
Sonhaste tu um dia encontrar o teu príncipe, o teu amado e se entregar por completo a esse belo sonho? Bobinha...! Também sonhei e como vês o meu coração
é semelhante ao teu ...! Senhora não percebe que não devemos entregar os nossos sonhos a alguém que possa nos feri? Senhora, eu não fiz isso! Não fui eu que se entregara a um amor assim, antes deveria ser esse mesmo amor platónico, porque assim tu não ias ri de mim...! Senhora é tempo de colheita e o campo te chama...! Torço que
possa bela senhora vencer os teus medos e a tua ansiedade...! O meu amor pode passar
o tempo, os dias e pode até ser constante o meu pensar. Mas nunca a deixarei de amá-la! Senhora isso não vem de mim! O amor que por ti sinto não foi ganho pelo simples
olhar dos meus olhos e sim, foi conquistado pelo arfar delirante do coração que elevou o meu espírito a te espreitar e ele se deu mal...! Portanto senhora o meu espírito se lascou,
e neste pequeno vacilo até hoje colhe as mágoas de um amor proibido...!
Ah! Senhora toma-te a consciência de tudo aquilo que é exato! Já não consigo
olhar-te sem a necessidade de roubar dos teus lábios um inocente beijo! Tudo que vejo
na tua face é motivo de sonhos eloquentes e vivos! Percorro todo o teu rosto desvendando os meus próprios mistérios! Viajo na fantasia do meu olhar quando frente a frente contigo permaneço! Olho-te incansavelmente a procura de uma fonte sublime e
que possa refrescar os martilizantes “ais” que emite a minha boca! Quando estou contigo não é mais eu e sim uma força superiora cheia de desejos e sonhos! Quando te olho sinto o pulsar nas minhas veias e o rio de emoção que reconditamente em mim vive, querem saltar fora, ejacular em toda a sua forma e essência! Senhora perdoe-me
se a minha ousadia te ofende, quebrando assim a inocência do homem que se formou
no teu coração! A verdade é que não posso feri-la e nem deixar que dos teus olhos possa cair um eflúvio de lágrimas, mas entenda senhora! O que posso fazer para frenar
aquilo que quer correr com suas pernas alígera e cheia de vitalidade! O que posso fazer
para repor dentro de mim algo que não tenho domínio! Bobinha! Talvez não seja, é
apenas uma força de expressar a ti a minha admiração e ao mesmo tempo a preocupação, porque uso o termo bobinha com afeição e amor...! Por que tu o sabes
que é a minha estrela que agora ascende e brilha mais intensa no céu do meu querer.




SONETO


Segue o caminho ardente a suave estrela
Quanto mais se distancia ela se perde
Em cor e forma ela não mais ascende
Aos meus olhos que anseiam tanto vê-la

Descamba solitária a refleti sua cadência
No infinito azul longínquo do espaço
Viaja totalmente entregue ao bagaço
Mas ao frescor da inocência imaginária

Que bela estrela! – penso – E na sua viagem
Ela apenas vai e não volta nunca mais
Faltam-lhe forças e aos meus olhos se esvaem

E se perde em mil pedaços e toda corroída
Sem forças, sem brilho e sem os leves ais
Reflete bem o que é a minha malfadada vida

Que amor soberano e único eclodiu no coração e alma do jovem Romeu?
Sim! Um doce amor no qual perdidamente apaixonado o belo jovem se entregara a
sua doce amada. Um amor onde os olhares diziam um do outro o que o próprio coração
pensava falar! Um castro e sublime sentimento os tornavam semelhante ao outro isso porque o mesmo coração que batia no jovem loucamente também batia na bela jovem Julieta. O amor que nada se espera um do outro a não ser a vivência eterna de um
sentimento que efervescia em ambos. Eles se entregaram com tal força extrema que o amor por eles vividos ainda hoje é contado e sentido pelo o coração humano...!
É tu que retiras de mim o meu fôlego de vida. Remove-me a alma indo até o mais profundo, até o abismo escuro da minha alma, deixando a tua marca sublime, abrindo-me e deixando exposta a inesgotável magnitude da tua voz...! E se por acaso eu gritar tu
ouvir-me-á ou deixará que de súbitos os meus clamores se percam na solidão constante
da tua ausência...? Quem sou eu? Um pobre Orfeu que tenta resgatar a sua Eurídice para salvar o seu amor? O que faço senhorita para te enlaçar o teu seio que treme e gosta da minha companhia, entretanto não cede a essência límpida do meu amor? O que
a impede de pelo menos abrir os teus lábio e dizer: “meu amigo gosto muito de ti e na
tua ausência meus pensamentos te busca intensamente.” Sim, bela mulher! Isso por que
os meus olhos sentem e se apercebem do suave e doce manjar que paira a minha frente.
Um banquete soberano e como sou plebeu não posso sentar-me a tua mesa e comer do teu doce; sorver nos meus lábios o teu vinho e nem poder participar da tua agradável festa que corre por noite adentro até o raiar do sol que renasce atordoado pelo teu festim e extasiado pelo o odor do álcool que leva o vento até suas narinas ardentes...! Sou apenas um participante que em sonhos, procura fantasiar as tuas tristezas dando a elas a cor das alegrias; entretanto, permaneço a olhar-te quando dança a minha frente com o teu jeito encantadora e doce...! Caíram diante dos meus olhos os sonhos que contigo sonho, cada um eu os pegarei e farei um colar de pérola, envolverei o meu pescoço e sairei como Orfeu apaixonado a se delirar nos sonhos inflamados, cheio de gozo e riqueza...!

A solidão




Ah! A grande solidão está aqui diante dos meus olhos! Perdi a mulher que me deu a vida e também perco a mulher que me daria à vida! Que contraste absurdo! Perder a vida da mulher da sua vida e perder aquela mulher que daria em si a sua vida! Parece um trocadilho poético! Mas a verdade cara amada é que segue a noite longe do seu dia. A lua do seu sol e a minha vida da minha própria vida! Seguem todas elas absolutas; totalmente desalinhadas e sem esperança de um reencontro, isso porque se houver, mesmo que casual um encontro, certamente explodirá a terra, batendo a sua crosta terrestre contra os astros que se sustentam no firmamento! Que sustentável grandeza me enleva a alma, trazendo ao meu espírito a amargura insensata de uma dor
que efervesce diante do espelho imaginário que cria a minha consciência? O que faz ainda a esperança se alinhar diante dos meus olhos, causando suspiros esperançosos as
minhas emoções que tremem e ainda se contentam com o sabor de uma procura enigmática?
Estou só, é verdade! Mas contento-me, isso porque também vive o sol só, assim como a lua solitária também vive e parece-me que ambos são tão felizes e cheios de beleza celestiais. Caminha a grande solidão no meu peito a procura da minha última colheita. Certamente ceifará em mim o regado da sua miséria e o desespero desfiado do seu ódio eterno.
Mas é preciso se ter um reencontro para saber se a pessoa que tanto amamos ainda vive e respira. Foi gratificante saber que em ti bate um coração sedoso. É bom sim saber que agora caminha sobre a força da tua vontade e do teu querer. Adorei revê-la e como isso me encantou o coração; trazendo sonhos que permaneciam mortos, imóveis dentro do cortante seio que não mais se abria! Sim, viajei longe quando eu a vi subindo as escadas do meu olhar! E agora o que vai sustentar-me na falta daquela que se tornou o meu grande enlevo e meu mais profundo segredo? O que farei para suprir essa carência da tua presença na minha vida? Doce senhora, talvez não me sobre mais tempo para falar de ti. O meu futuro é incerto e também não espero grandes coisas até o exalar do meu último suspiro, daqui para frente a minha vida será apenas enfado e velhice. Não posso mais olhar a bela paisagem que contemplei há vinte anos. A imagem do meu jardim me é proibido e eu não tenho mais forças para reconquistar aquilo que nunca conquistei. Não me sobra mais a vontade de guerrear com o meu maior inimigo que é a incerteza do meu amanhã e as desavenças de um amor que até agora só me causou calafrios e ansiedade. Senhora pegue o que é teu nestas linhas que escrevo e guarda-as
em segredo dentro do teu íntimo! Abre-te a tua alma e goze do açúcar que está impregnado nesta carta que recebe! Aproveite-te do néctar que jorra do prazer do teu coração em saber que és admirada e exaltada por mim! Levanta-te e saia à rua radiano na tua face, deixando transparecer nos teus lábios: os risos de felicidades! Moça eu não vejo um amor assim neste admirável mundo novo há muito tempo! Arranca-te a beleza expressa nesta carta e conte a ti mesma! A uma amiga da tua confiança e diga que um dia alguém te amou de verdade! Faça isso senhorita e verás como o teu coração não se contentará com tamanha grandeza eterna! Ame não a mim, mas a ti, as tuas filhas e todos aqueles que o teu coração se agradar. Fale não de mim, mas do amor que um dia
o sol sentiu por ti! Aprume-te nesta beleza e deixe teus sonhos e inspirações acontecerem, sem pressa e sem reclamações da tu boca!


A dor



Oh! nunca mais,
Oh!Nunca mais!






- Bom dia, dor! - Disse eu a minha alma. - A verdade é que ela veio rápida, com suas garras afiadas e sem permissão,entrou no meu olhar. Os meus olhos parecem-me que começa a criar uma dura amargura. Ela chegou de um modo tão silencioso que não me foi possível ouvi o ruído dos seus passos. Foi tão fria e insensata que eu não consigo saber o porquê que ela, silenciosamente veio como um ladrão saqueou a minha casa e roubou o meu espírito...! - bom dia, dor...! Sejabem vinda...! Entra-te no meu coração e deixa transparecer no meu olhar a minha amargura e a minha tristeza. Faz-te atua morada e permanece até o cair da última folha deste verão...! Abraça-me com os teus atrativos, isso porque começaa brotar em mim a chuva do meu inverno...! Vem, ó dor...! Sim, porque talvez até em ti possa buscar o meu consolo edespir as minhas carnes, a minha fantasia que é uma mentira...! Vem, isso porque eu sinto que em mim há um doce olharque tanto te fascínia. Toma-me e faz-me navegar neste teu leito absurdo e cheio de desvios errôneos...! Ah! Levarei como presente a ti, as minhas lágrimas e o meu sofrimento, não quero compaixão de ti, nem a tua piedade, isso porque em ti não existe, és dor e dor será, portanto não cabe a ti padecer junto comigo, com aquilo que sinto. Leva-me, ó dor...! Leva-me no dorso da tua imaginação e do teu mundo mesquinho, cheio de incertezas futuras e sem o doce aroma de um suspiro...! Suspende-me diante dos teus olhos e ria do que eu sinto...! Ria-te, ó dor...! Por que em ti não há compaixão e tu não se sujeita a um riso de alegria de uma vida...! Mata aquilo que por muito tempo permaneceu dentro de mim...! Pisotea-me com a tua alma áspera e fria...! Faça com queo brilho do meu olhar possa perder-se, não permitindo que eu possa ver dentrodo meu refúgio o socorro da minha busca...! Ah! Começa a cair a primeira nevedeste inverno...! Como são brancas e suaves...! Adormeço diante da minha incerteza e dos meus sonhos...! Suspiros...! Refúgios de um ser que sente e ainda vive...! A terra e o céuparece que não se comovem com a nódoa que manchou a minha alma...! Nem céu e nem terra se compadecem com o meu pranto, mas parece-me que é tempo de prantear: ri e sonhar...! Há ainda uma tênue busca, mesmo que meus olhospossam denotar apenas uma réstia de amargura...! Que deidade fizestes tucomigo, ó grilhão soberbo de amargura...! Arrancastes-me a prímicia do meujardim, e nem deixastes que ela pudesse dá-me pelo menos um leve "adeus..."Como podes, sabendo que sou fraco e não tenho ânimo e nem coragem parate enfrentar...! Como podes roubar do meu campo a essência que encantavaas minhas narinas e o meu ser...! Como pode na minha fragilidade, na minhainocência destruir a árvore que me servia de sombra...! Como podes impedira minha caminhada rumo a minha montanha, pois era de lá aonde vinha a minhasegurança e minha força futura...! Roubou-me o meu último suspiro e agoraas minhas lágrimas brotam interativamente das minhas pálpebras...! Levasteo cantar doce que saboreava a criança e agora, ela não pode mais ouvir aquelessuaves acordes que cantava a cotovia na sua campa...! Ah! O que queres tu mais comigo? Sim, talvez tocar-me mais forte porque assim tu ó dor, sentiráem ti o prenúncio de uma morte...! E tu mataste-me com a tua insensibilidadee a tua falta de misericórdia...! Queimou-me com a força do teu fogo e dentro de mim já nãohá a gotejante cachoeira que tanto fluía na minha vida...! Tiraste de mim a rosa onde eu, asborboletas e as abelhas fazíamos festa ao redor do néctar...! Já não posso visitar mais a minhabela campa onde habita o meu jardim...! Perdi-me no labirinto que criastes ao meu redor e tunão se compadece de mim e nem das minhas lágrimas...! Sim, não há em ti a graça, o ímpetoverdadeira de uma alma agraciada com sentimentos humanos...! Isolaste-me e tapaste a minhafonte, onde sempre ia beber a água cristalina...! Elevou aos meus olhos a amargura e tristeza etu não se compadece de mim...! Que faço ó dor! Ficarei a te fitar, buscar na minha consciênciaa causa da grande desumanidade por tua parte...! Que mísero é o teu olhar e teu jeito! Que maldadetamanha habita em ti e tu contentas-te em fazer mal absoluto a uma vida que respira...! Qual é atua paga? Qual é a tua alegria? Sim, talvez seja porque na dor te sinta colossal e sábia...! Que sabedoria pode existir na maldade e no perder de uma vida? Tu sabes de mim...! Sabe o quanto canto olhando o reflexo dos sentimentos humano...! Tens inveja da minha inocência e do meu pensar...! Queres destruir-me, porque assim te fortalece e te enriqueces...!

Eu e você

Se bem que não existo: eu e você, sim, apenas eu! Sou eu que amo e sinto! Sou eu que enlevo meus pensamentos a uma constância absoluta durante todos os dias. Ao raiar do dia até o cair da turva noite sou eu que em ti penso! Meus pensamentos são unânimes em perseguir a tua trilha e o teu cheiro. Sou eu que invado os teus sonhos e na ousadia, na tamanha destreza roubo de ti enquanto dorme a minha esperança. Planto-a no íntimo e sempre rego com as lágrimas que correm silenciosamente no rio do querer. Sou eu que ando a procurar, recolhendo a cada distância umas poucas migalhas que cato quando tu, não percebendo a minha insanidade, as cato uma a uma e as recoloco no prazer do meu coração! A verdade senhorita, amada senhora única que respira a minha frente.A verdade é que a minha alma já não tem paz. Os meus olhos não conseguem mais permanecer inertes, apenas observando o cair das águas que despencam de uma altura enorme! Quero poder andar e trilhar essas margens, mas sei que não posso; isso porque os cisnes, os pássaros e os animais que bebem a água do riacho podem perceber da nossa andança lado a lado, e possa também os animais abrir seus lábios e começarem a fofocar da nossa amizade e carinho um pelo o outro. Temos que resguardar a tua dignidade e a tua sinceridade. Não podemos deixar a porta entreaberta porque olhos se apercebem do mal que nós não fazemos, e levarem ao conhecimento dos corações negros e impuros. Eu sou aquele que na constância dos dias contínuos sempre eleva a candura, a majestade colossal das reticências a tua procura! Tenho que ser bastante recôndito quanto o exalar do meu amor e a paixão dos meus sentimentos. Tenho que ocultar os meus segredos das almas humanas e às vezes até de ti mesma. Mas sou que sempre a caço na escuridão absurda de uma procura infinita que não tem fim e nem terá um só momento de glória! Ando contigo através do toque sutil do meu pensar! Sou eu que caminho lado a lado, sustentado pelo o fogo criativo do meu querer. Sou eu que infinita vez senta ao teu lado, olho a tua face e sussurro na intimidade do meu sonho. E agora novamente a procuro, isso porque a dor que entrecorta o meu seio causa-me uma ardente febre. Queimo-me e me vejo pasmado naquilo que me acompanhará até o meu último fechar dos olhos. A verdade bela senhora que sempre será o bálsamo da minha vontade e a grandeza dos meus argumentos! A verdade é que por esse outro lado imaginário da minha célere fantasia és tu quem comanda os movimentos que traçam os meus passos. Já não já nos meus músculos controle do meu cérebro, isso porque ele também já se entregou às ardências genuínas de um campo e parece-me que ele aspira sempre a se deleitar na sua relva; sentindo o suave odor que emana, através do vento, chegando até o sustento, ao amargo do seu ser. Senhorita abre-te os teus lábios e sinta pelo menos o silabar das notas que a ti são enviadas! Permanece-te sorvendo o bater inconstante do teu coração, isso porque senhora chegará o dia que os teus olhos não verá mais a linda expressão gótica ou barroca de uma catedral que aos poucos, com a erosão permanente do tempo, começa a ruir e certamente, todas as obras de artes, que ocupam espaços no seu interior, cairão por terra, não sobrando pedra sobre pedra, portanto senhora recolha logo do seu interior tudo aquilo que encanta teus olhos porque pelo que me consta, começa a trovejar, e eu senhora tenho medo de não poder recolher meus apetrechos antes que venha a destruição total dentro do interior humano...!

SONETO

Abre-te as portas dos teus sentimentos
Aguça os teus ouvidos ao que eu falo
Sinta os ares gélidos que a boca exala
Atenta-te aos uivos dos meus lamentos

Por mais que eu a procuro eu não te acho
Se te busco eu sei, mas não te encontro
Se permaneceres comigo sempre te caço
Procuro-te tanto nos ecos dos meus passos

Lanço-me a voar desesperado no espaço
Em uma busca além da eternidade
Na esperança de encontrar a quem caço

E tu...? Por onde anda que não a vejo?
Não há sombra tua nesta cidade,
Apenas uma réstia recôndita de desejo!



E eu só...

Aqui sustento a minha respiração, não por timidez ou que o meu pejo possa avermelhar-se! Sustento isso porque penetro nas sustentações do meu pensar e tento recolocar alegremente no meu tremulo seio o aroma inspirativo que há muito tempo trago comigo. Eu sou aquele que deixou a sua terra, o seu campo, suas flores e frutos e a procura da relíquia saiu em caminhada alucinante por terras desconhecidas e nunca antes habitada por humanos. Pisei as duras pedras e sobre elas também caí. Levante-me diversas vezes com os olhos cheio de água, no qual o sal que temperava as lágrimas ardia nos meus lábios que sedentos ficaram, não a procura da água potável, para saciar a minha sede. A sede que me invadiu ela veio do exterior, isso porque me parece que entoando os acordes de uma canção de amor, meus lábios tremeram loucamente, quando meus olhos sentiram cruzar a frente do meu coração um fresco suave sabor de menta e parece-me também que o cheiro veio e impregnou tudo aquilo que em mim respira e vive. E eu me vi totalmente só; entregue as recordações e criações instintivas do meu espírito. A verdade é que depois que tocou em minha face a suavidade do vento pude senti o gozo singular e único de um trêmulo pulsar absoluto que pausadamente me procurava. Às vezes tento ruflar as minhas asas e saborear as recordações futuras, mas a incerteza e o medo que é constante no meu olhar, não permitem que eu viva, mesmo que seja por um leve momento, a doce suavidade de um sentimento que aflora inocentemente no coração que apesar de velho sente-se cada dia mais jovial e cheio de riqueza íntima.
Estou só e isso é uma realidade que agora me vem à mente. Em mim há planos absurdos de um futuro que virá em breve e posso dizer que a incerteza mete medo ao meu caminhar. Ah! Quantas noites perdido em ardente febre, olhando o velho fantasma que ao meu lado permanecia sentado, cravando na minha face o seu vingativo olhar de tédio, acusando-me de algo que até hoje não consigo decifrar. Enigmas! Cansa-me a mente, isso porque a alma está aflita e cheia de dúvidas. Não estou em plenas condições de decifrá-los. Por mais que tento me sobressair deste abismo, as forças não resistem aos belos atrativos que puxam o pulsar do meu querer, levando insanidade a minha alma e preocupações quanto ao meu futuro...!

O adeus...

É triste o sabor de uma despedida! Comparo-a como um raio quando nas noites de chuvas torrenciais devasta toda a plantação. Deixa marcas e sulcos profundos, principalmente ao espírito que ama e que dedica ao rio da sua alma um oásis eterno e verdadeiro! Queima-me em saber que um dia, ao meu primeiro levantar vou ter que dirigir os meus passos a uma saída. Dói em saber que vou privar-me das constantes visitas que sempre faço ao meu jardim! Um dia, quando a alvorada despontar, pois é neste horário que sempre caminho em busca do meu refúgio, vou ter que amarrar os meus pés em uma enorme árvore. Arrancar as minhas asas para quando, no auge do meu desespero, quando a saudade chegar, proibir-me de ir ao teu alcance e desfrutar da tua delícia! Tenho que ser forte, porque aqui já começa a ventar e sinto que depois da chuva não vou mais ter o belo arco-íris que me inspirava a seguir o teu rastro e teu perfume...!
Eu nunca disse adeus! Também não o conhecia! Mas tenho que fazer dele: alegria e tristeza, saudade e amor, prazer e desejo, vontade e sonho. Tenho que olhá-la de outra forma totalmente desconhecido aos olhos humanos. Apreciar cada contorno da tua face. Deleitar-me ao viajar através das curvas, dos sulcos e dos sinais do teu rosto. Tenho que penetrar na tua alma durante o fixar da luz dos teus olhos na claridade dos meus e através dos raios emitidos, penetrar em ti, buscando a fremida esperança de vida, o sopro celestial que ainda sonha a minha alma e que na sua ansiedade, solta uivos de dores e lágrimas.
E tu...? Será sempre a mais bela! A mais suave das estrelas e a mais completa das mulheres!Deste o primeiro momento. Quando o sol, em uma tarde linda, abriu os seus raios celestes, transmitindo encanto a minha vida e aos meus sonhos. Sempre a levarei comigo. Sempre a procurarei vê-la. Buscarei do norte ao sul, do leste ao oeste o teu perfume! Andarei presente na tua vida, mesmo que os teus olhos não me vejam, mas tenho a certeza que as tuas sensações vão ter a certeza que ao teu lado ando! Buscarei incansavelmente aquela que elevou a minha alma, que fez bater o coração ardentemente, que fez com que as minhas emoções pulsassem alegremente dentro de mim. Estarei sim, diante dos teus olhos e eternamente impregnado no teu ser. Levantarei em memória a ti, dentro de mim, um enorme monumento a bela mulher que conheci. Celebrarei com cantos harmoniosos, usando rimas ricas em cadências um canto celestial a tua homenagem. Sim, talvez eu não mais escreva a ti, porque também sei que não convêm ofertar algo a alguém que caminha junta com o seu povo. A verdade é que seguirei eternamente guardando no brilho dos olhos a tua imagem ingênua e viva. Será eternamente minha isso porque em mim mora e é impossível que outro possa arrancá-la de mim. Sim, seguirei a tua fantasia e tua destreza. Eu sou aquele que a ti dedicou e dedica um afeto que na sua grandeza se oculta à verdadeira essência tresloucada e eloqüente. Eu nunca fui aos teus olhos o que sonhastes, mas sou aos meus o bom amado que plantou e colheu, mesmo que as mágoas me dilaceram e que o prazer de senti um beijo foi único é último, eu te digo: “vivi sensações maravilhosa e completa. O instintivo sonho ascendeu como um astro veloz e cruzou toda a minha alma; fazendo transbordar o prazer eterno de sempre sonhar contigo.” Sim, tenho que caminhar e penetrar na mata escura, mas sei que o amanhã sempre virá, e sei também que nunca mais vou passar ao meu coração sensações completa e genuína, isso porque aquilo que nasceu em mim e mora é ímpar e não haverá repetição, porque “amor” se dar uma vez. Dei-me e não colhi dele o que queria a alma. Mas que importa? O que importa é que vivi e senti e sentindo, posso contar o sabor das sensações mais ocultas possível que moram lá no íntimo de quem realmente ama. E eu te amei e te amo! Guarda o que ouves porque um dia, quando a tempestade chegar, saberá sim, que depois das torrentes chuvas virá em ti um riso e saberás tu que o belo arco-íris que se desenhará no céu será o meu concerto contigo: ‘Eu por que te amo e tu porque és amada...!” Entreabrem o teu belo sorriso e procura olhar no céu as cores do meu concerto contigo e saberá ainda: Sou eu que te amo e serei eu que sempre a amarei, hoje e eternamente...!
Sim...! Tenho que resguardar o meu sólio! A minha cadeira onde posso sentar-me e refletir, descansando os meus braços para depois tecer a saudade, e uma a uma, depositar a minha frente, dirigi-lhes um olhar gracioso e belo, deixando que a saliva possa molhá-las e uma a uma novamente, recolocá-las-ei de volta dentro do meu peito, porque quando a minha ardente febre arfar o coração, tenho a certeza que elas ejacularão, borbulhará o paraíso das minhas lágrimas que certamente, fluirão mais sedosas e cheias de nitidez e brilho! Eis que freto a minha graciosidade e o meu ardor. Lanço-me desesperado a procura da claridade da lua, envolver-me-á na sua luz e ai verei as nódoas de ouro e prata que reluz na minha alma...!

Soneto

Eu tento esconder de ti a minha dor
O sacrifício que me ronda, desfaço
Se soubesse o que aqui tanto faço
Para aliviar a sede deste imenso amor

Escondo-me na areia do deserto ardente
Perdido segue o rumo e constantemente,
Tenho me queimado em fogo ardente,
No pulsar tresloucado do coração doente

Sigo errante neste querer que invento
Sonhos se perdem no interior da gente
Esvaem-se como areia jogada ao vento

Vejo a inconstância ela é sempre presente
Arde à alma no íntimo, no frio e quente
Mata-se o doce coração que se faz ausente

E tu bem vês o que sutilmente invento para prender-te ao meu lado. Os teus olhos saciam-se do meu manancial. Há na tua língua um gosto desconhecido. Cai dos teus lábios o mel do banquete que a ti ofereço. Insaciáveis são a tua fome e a tua grande sede. Coloco um aroma desconhecido para que sentindo o sabor, não descubra a sua essência e nem a sua forma de fazê-lo. Rende-te diante de mim a tua admiração, isso porque eu sinto através da fresta visionária do amor. E Tu, mesmo que deixe passar todo o tempo, mas o meu amor e tudo aquilo que sinto e a ti expressei, jamais passará e se passar, junto com o tempo irei e tu não mais me achará a não ser nas tuas lembranças...! A não ser quando tu olhar para o teu íntimo e sussurrar: “o que passou na minha vida nunca mais acontecerá outra vez...!” E outra vez sentirá a necessidade imensa de poder mais uma vez reviver tudo aquilo que passou na tua vida. A grande sede do teu coração se prestará diante a necessidade da tua alma que lentamente reviverá o gozo eterno de ser amada...!

E por fim o fim...!

Acabaram-se as frases cheias de laçinhos e cores variadas. Não propriamente o sentimento que ecoa e soam ao som do bronze, quando toca meu coração o seu sino, convidando-me a se recolher ao meu aposento e a ti dirigir saudosos pensamentos. Acabou-se o tremulo musmurro dos meus lábios e o tremor do meu coração quando em ti penso! Pelo menos por enquanto, sairei do meu cárcere, colocarei as minhas sandálias e darei um passeio pelo meu campo, será rápido porque não posso demorar, tenho medo de perder a minha inocência e se vier uma demora, nunca mais retornarei a desfrutar dos meus primeiros sonhos que já começam a desabrocharem...! E pela última vez, abro-me os lábios para olhá-la espantado e dizer aos teus ouvidos: “eu sou o primeiro e invejo-me por não amar-me primeiro...!” Um leve adeus e viva porque eu viverei, quer seja na tua ausência, quer seja na tua presença. O amor é meu e sendo meu; exclusivamente meu não passarei a outra, mesmo que a outra me corresponda...! Abraços e saudade...!

É tarde! Faz-se e desfaz-se a noite
Vem-se o prenuncio ao raiar do dia
Estouram-se recônditas fantasias
E como a claridade em mim é fria!

O olhar de uma saudade



Quando se é criança, somos sonhadores de um admirável mundo novo! Temos em nosso peito, um enorme desejo de avançar, mesmo nos poucos passos que damos, sempre estamos caindo e se levantando, mas são quedas que nos levam a firmar cada vez mais os nossos passos sobre uma terra que futuramente vai nos causar danos profundos...! A criança sonha, e na sua ingenuidade, digamos assim, - pois a pureza de um inocente coração ainda não está pronto para enfrentar os dissabores de uma áspera e eloquente existência.- Com um leve doce sorriso inocente, ela, a criança, procura infinitamente levar uma vida,não dirigida por ela, mas sim, por outros. E nesta vida, no qual o "inocente ser" caminha sobre cuidados e olhares de um adulto, usufrui de um mundo onde ela não conhece e nem sabe o que são sentimentos...! Os sentimentos que futuramente nos causará danos ou alegria, já se começam a formar nos primeiros passos. A criança vive e cresce em um mundo cercado por eloquentes inocências. O mundo que rodeia este belo "ser", em matéria de sentimentos, - não falo do maltrato ou da fome que muitas passam,- mas sim, sobre sentimentos que, embora se formando ainda neste ser, ela não sabe e nem sente as dores sentimentais que se arrastam em um adulto. O propósito desta comparação é demonstrar que a gente cresce, e crescendo perdemos a nossa inocência, ganhando assim a tal de "experiência humana". Começamos a mergulhar em um mar de dúvidas e constrangimentos. Começamos a descobrir as duras trilhas que temos que caminhar, o mais estranho, é que as vezes pisamos nas mesmas pegadas de quando criança, só que agora, não há mais aquele encanto,aquela trilha suave onde caminhavam os inocentes pés infantis. Já não existem mais, apesar de ser o mesmo caminha, há algo totalmente diferentes aos nossos olhos e ao nosso andar...! Já não há beleza e nem a certeza de que o dia seguinte será tão inocente como o hoje...! Crescemos, achamos que a fase é magnífica! Uma época, na minha ingenuidade, eu sempre quisera crescer rápido! Lembro-me de uma certa feita disse a minha mãe: " - Quero virar homem para ter o meu dinheiro...! Ora, ansiava por se tornar homem e conhecer as coisas que me eram totalmente desconhecidas quando criança. A frase que sempre saia da minha boca, quando criança era sempre: "quando eu crescer". A verdade é que realmente cresci e como sempre quis, tornei-me homem...! E agora, depois deste crescimento que tanto ansiava, eis minha cara amiga, agora descubro um novo sentimento que começa a se formar, a rodear um coração solitário. O sentimento começa a ter forma e vida...! O sentimento brota em toda a sua magnitude, e com uma força brutal e desumana, arrasta-me com tentáculos gigantescos, com um imenso poder absoluto de destruição total...! joga-me contra as paredes bruscas, formados por lágrimas e dores. Tento não olhar o estrago que se forma ao meu redor, as vezes eu me pergunto: " O que pode acontecer depois do furação? O que virá depois que esta tempestade passar? Será que as negras nuvens que se forma fugirão de sobre a minha vida? E depois,conseguirá eu me sobrepor novamente diante da minha vida? Mas essas são perguntas que querendo ou não, no futuro bem presente, terei que respondê-las...! Terei que ficar frente a frente com elas, e aí eu sentirei, se vou seguir avante, ou se vou desistir...! Mas não quero neste momento em que a ti escrevo, dirigir meus pensamentos a essa breve dor que se formará e virá ao meu encalço. Por enquanto, tenho que permanecer, mesmo que seja num sonho impossível, ainda acreditando que possa haver uma leve esperança, talvez não na vida que foi desenganada, mas sim, na vida que ainda respira, e que por ela mesma já se sente morta e condenada...! Quero crê e ter a certeza , minha cara amiga, que eu ainda volte a sonhar, e dar continuidade a essa vida que respira e anseia, mesmo em sua fortaleza,repousar e poder descansar um leve momento...! Devo dirigir-me a ti, com toda a minha simplicidade e humildade de coração, agradecer por toda a tua gentileza, por toda a tua atenção e toda a tua educação...! Quero, se possível for, que tu possas refletir na tua misericórdia e grandeza da alma, pois tem ocupado o teu escasso tempo,em ler ou ouvir as narrações de alguém que não o conheces...! Ergo as minhas mãos e louvo-a por se preocupar comigo...! Cabe-me dizer ao teu meigo coração, pois sei eu o quando és sensível, dá-te um muito doce e suave obrigado, e ao mesmo momento, pedir a ti, que continues com a tua humildade e beleza interior. E assim minha cara colega, quis o destino que eu perdesse aquela que foi atrativo dos meus olhos e um grande monumento a minha inspiração. Tenho que trilhar, talvez agora com passos lentos um caminho que eu sei, se por acaso, o medo envolver meu coração e subir a minha alma, não terei mais por quem gritar, vou ter que sufocar a minha dor e quem sabe, se eu, olhar para o fundo do meu ser ainda posso sentir o calor límpido de uma mão a estancar minhas lágrimas, como se dissesses: " Filho meu ainda permaneço contigo nas belas recordações que o teu coração guarda de mim, e cujas lembranças, como um espelho, refletirá em toda a tua vida até o último pulsar da tua emoção...!" Sim, certamente está no meu olhar, no meu toque e até no íntimo do meu espírito que ainda vou crescer, tornar-me não um homem, mas uma alma que sempre fluirá a candura, sinceridade e amor aos corações que choram demasiadamente nesta existência humana...

Sonhos e aspirações...

Passam-se os dias, são contínuos em nossas vidas: cada respirar, cada arfar no nosso coração. Percebemos as vezes, que no lugar mais celeste que em nós habita, dentro do suave íntimo, existe e suspira em cada ser algo supremo e radiante. As vezes, ora o coração pulsa, deixando a mostra, todas as nossas mais ricas emoções. Ora chora o coração, nos levando a um estágio de tristeza e descontentamento. Temos de saber como fazer, como dirigir este pequeno mais grande órgão, que bate, pulsa e quer emanar a sua existência! Temos que nos deixar envolver, claro que é com sabedoria, pelo o sentimento que caminha sorrateiramente no fundo de nossas almas. Elevamos-nos, se assim cada um se permitir, a rebuscar a fonte sublime que tanto jorra, e, no silêncio que as vezes não fazemos, podemos recolocar a sua candura sobre um mar absoluto de suspeitas. Temos que olhar com a doçura celestial, cada bater, cada suspirar dos nossos sonhos, cujos sonhos são dirigidos por um sentimento dócil e cheio de encanto. Aprumamos o olhar, o mesmo que critica, faz nascer e também mata e tem o poder miraculoso de fazer fecundar uma grandiosidade riqueza que se alastra imensamente no interior da gente. Dirigimos esse olhar de doçura aquele que determina e nos dá qualidades de quem somos, porque assim sendo, estaremos fortalecendo o imenso mar que habita em nós, cujas nuvens azuis, tornam-se glaciais e bela aos nossos olhos...! Passam-se, também as nossas vidas e com elas vão os nossos sonhos e aspirações...! Não podemos deixar que ela passe vazia. Temos a obrigação de fazer com que ela possa colori, assim como um arco-íris cruza a dimensão de um absoluto céu infinito, cabe-nos, também, fazer com que esse arco, tão sensível aos nossos olhos, possam, não somente cruzar, mas sim, morar definitivamente, permanecer mesmo em turvas tempestades que as vezes ocorrem dentro da gente. Assim, também tu trespassará, e verás sobre ti, -aspiro e desejo - um mar não só de fantasias, mas de realizações concretas e absolutas em toda a tua existência e neste novo estágio da tua vida, assim como também será nova a tua aspiração, que tudo possa se formar, não apenas em sonhos, e sim, uma realidade que virá ardentemente sobre ti...! Desejo e também constrangerá o meu peito se tu não conseguir sobrepor sobre ti mesma, ou seja: rebuscar em teu coração os mais desejados sonhos que sonhas o teu espírito. Um novo ser se formará em ti, trazendo ao teu íntimo a grandeza do renascimento de uma nova mulher que suspirará eternamente a luz límpida da felicidade! Revelo a ti minha vontade: "Que possa cruzar a intimidade da força que em ti habita e convida-a a permanecer contigo até o concretizará do teu último sonho..." Assim sendo, cabe a mim olhar o céu para sentir que caminha sobre as estrelas e ao mesmo tempo, soltar um feliz suspiro de contentamento pelo crescimento de uma grande alma...

segunda-feira, 8 de março de 2010

Luz de um candelabro





Teus olhos refletem a luz de um candelabro
Deixe nesta penumbra rever a tua doce face,
Pois a lembrança é o meu provocativo enlace
Quando nos perdemos no odor do alabastro!

Deixai que meus olhos alcance nossas almas
Que meu espírito saboreie essa bela imagem,
Sei que habitarei pra sempre nesta paisagem,
Regando a tua doçura com as minhas lágrimas

Sinta os belos gemidos dos meus ardentes ais
Permita-me e se permita, pois nesta viagem,
Tornamos um e o outro dois seres: Os imortais!

Vem, pois o coração exposto ao pensamento
Sorver-me e ele se esquivando cada vez mais,
Brotam sonhos que voam ao frescor do vento!

domingo, 7 de março de 2010

Amor ausente




Arranco das lembranças o meu sustento.
Tive um amor que sempre me foi ausente.
Perdi-o e agora o coração solitário sente,
Já não mais tem o seu doce rico alimento.

Faço do vento que me toca a tua essência.
O teu toque sinto quando fecho os olhos.
É verdade que depois caio nos abrolhos,
Arranco os espinhos da minha inocência.

Suspiro quando me entrego a esse amor,
Faz-se chuva e frio na alma sofrida.
Sucumbo-me afogado nesta imensa dor...

E vivo olhando minha face envelhecida,
Onde foi que eu perdi a minha vida...!
Em qual espelho ficou a marca da ferida?

quarta-feira, 3 de março de 2010

Confidência de uma dor


Eis que começa a despontar, no azul dos meus sentimentos uma loquaz e viva esperança...! Uma fina camada,apesar de ser constituído por lembranças dolorosas, começa a brotar em mim...!Eis que procuro uma suave fonte. Uma fonte onde eu possa repousar, beber das águas que jorram do seu seio, e sobre as suas pedras, poder saborear o doce cândido de um sol que me aquece...! Tenho sede de olhar-te, ó fonte sublime...! Saciar em ti os meus desejos mais recônditos...! Elevar-me a grandiosidade da tua beleza...! Erguer-me ao doce frescor dos teus sussurros...! ouvirei o silêncio, até quando uma folha se solta dos seus galhos, sentirei nos meus ouvidos seu pedido de socorro...! Ah, fonte doce e cheia de encanto...! Mergulharei em tuas águas magistrais, e sobre o brilho transparente da tua nitidez me verei, como fosse tu um espelho, e meu reflexo, será como se fosse uma espuma flutuante, navegando nas tuas límpidas águas cristalinas...! Navegarei imensamente, cortando tantos jardins que em tuas margens moram e habitam...! Ousarei conhecer lugares celestiais, onde a minha imaginação não teve a ousadia de penetrar e nem sentir...! Buscarei em ti, ó fonte celestial...! O teu doce áfavel e absoluto...! Aprenderei contigo como transpirar a essência que exalas as tuas abundantes claras águas...! Ah, minha cara...! Tenho sede de permanecer envolto, como uma mariposa em seu clausulo, envolvido em teias pegajosas e úmidas...! Tenho que rebuscar, sentar-me diante do meu espelho, refletir sobre o temporal, o violento redemoinho que em mim se forma...! Meditarei, e como um dia te disse, que chegaria o dia em que eu certamente fugiria, sobre o dorso de um arado cavalo,a galope contra o vento, a rebuscar o que dentro de mim foi pisoteado...! Rebuscar o que já não mais existe para mim, a tal de esperança...! Olharei a porta da minha fantasia,e perceberei que por alguns momento permanecerá viva e suave, mas já não há também a ténue lâmpada que iluminava a minha face...!Já não há, grudado nos meus sentimentos a vontade de estabelecer, no meu âmago, o prazer, a beleza, o amor e certamente a luta pela minha existência...! Morre-se, assim também como se vive, só que na morte, não há mais sonhos a serem construídos, na vida, há sim, pelo menos a esperança e o sonho de ainda ser feliz...! Mas não se pode matar uma alma ressuscitada...! Ah, minha cara...! Se a grandiosidade da minha alma se encontrasse recém formada, certamente eu sobrevivia...! Se a minha alma ainda pudesse respirar um pouco do ar que tu exalas...! Se a minha alma pudesse sonhar, se tivesse uma opaca e lúgubre esperança, eu me agarraria em suas asas, tentaria impedir que ela lançasse seu voo magistral, assim sendo, ela não fugiria de mim, e nem tampouco me abandonaria...! Mas chega-se um tempo, que não há mais flores e nem frutos nas árvores...! Não há mais doçura no mel que foi colhido, como também os raios do sol não refletem e nem chove mais sobre a terra seca...! Tenho que observar o pôr do sol, dirigi-me a ele, tentar aclamar pelos seus raios, quem sabe, pode ele me atender e voltar a alegria no meu paraíso...! Mas tenho que fugir, minha cara...! Deitar-me sobre a relva, fechar as minhas pálpebras,e num silêncio absoluto, tentar criar em meus pensamentos, pelo menos isso, um atrativo que ainda possa fascinar e dominar meus olhos...! Que possa este atrativo, enlevar e ondular a pouca e sofrida beleza que ainda hesiste em habitar...! Como eram doces e suaves a minha ingenuidade e mocidade...! Como fluía em mim, quando a sós, olhava um céu misterioso e cheios de astros e planetas...! Como muitas vezes tentei lançar as minhas mãos, na tentativa de colher estrelas, e tu queres saber um dos meus segredos...! A ti direi: Eu muitas vezes conseguia, na minha inocência, colher estrelas, e sempre as guardava no fundo do meu coração...! Mas já não mora em mim. já não habita em mim, a criança que um dia fui...! E tu, sim...! Agradeço a ti e a tua candura, pois os teus ouvidos foram dirigidos aos meus clamores...! Os teus ouvidos, aguçaram de uma maneira sobrenatural aos meus gemidos ásperos e tristes...! Agradeço a ti, aos teus olhares, que no piores momentos que vivi, eles, na sua meiguice, acho eu, também soltaram gotículas de lágrimas, cujas lágrimas, fecundou em mim, aos meus olhos, uma imensa consideração por ti...! Mas tenho que permanecer calado, minha amiga...! Tenho que calar-me diante as circustâncias...! Eu sou, um dia eu te disse: 'solitário e triste". Assim quero, e assim é preciso que se faça, para tentar recuperar o homem que um dia morou em mim...! Não te aflijas e nem entristeça o teu coração...! Não sei por quanto tempo permanecerei oculto, escondendo-me até de mim mesmo, mas te digo minha cara...! Certamente quando a dor voltar e eu me sentir só, certamente a ti escreverei e terei o prazer da tua doce e exemplar companhia...!

terça-feira, 2 de março de 2010

Falsa paisagem


Você não existe é apenas um mero anúncio,

Comentado pelas bocas que de ti falam.

Você não passa de uma falsa paisagem,

Estampada na tempestade de um prenuncio




Você é falsa como um rabisco torto lixado,
Certamente nunca vai ser completado,
Rio que descamba correr ao contrário,
Inicio do dilúvio do teu amargo passado!




Brilha como um falso diamante achado,
Em ti os suspiros são mascarados,
Reflexo de um opaco espelho quebrado!



Tua existência já é uma causa consumada!
Estrela que emite raios frios dilacerados!
A tua metamorfose jamais será completada!

Afinal cheguei


Afinal retornei e cheguei arruinado.

Fui sentando no canto da saudade,

Meu Deus! A sonhada felicidade!

Fugiu do meu doce sorridente fado!




Desfiz a minha mala metrapilhada

Minha roupas sujas e malbaratadas

As lágrimas caiam tão dilaceradas

Molhando a camisa de suor molhada




Nada mais quero ó Deus omnipotente!

No peito queima a febre ardente,

Estou morto,preso e também doente!




Assento no piso frio do meu chão imundo,

Já dizia Mário versejando sorridente:

"Qualquer lugar sempre é o fim do mundo!"

Fogo inconstante


Olho-te e sinto a alma tremer , finjo!
Não perceber este fogo inconstante,
Ardo e choro e nesta ânsia ardente,
Um calor imenso no coração, atinjo!



Vejo-te e sinto o coração estremecer,
Paro e sinto tua presença e queima,
Queixo-me da dor e causa que reina,
Algo que sei e não sei como te dizer!



Toco-te e reina e vive e acontece,
O fogo emana e a boca chama,
Cedo ou tarde o dia amanhece!



E rio infeliz e feliz da dor e da causa,
Do sonho que ao coração inflama,
Peço e oro e sei e não sei a causa
!

segunda-feira, 1 de março de 2010

Como vive


Como vive no peito essa recôndita paixão?
Esse fogo alígero e lágrimas caudalosas!
De face ígnea. Como pode nas lágrimas,
Os olhos de quem triste fita buscar a razão?



Como pode seguir avante o barco sem a vela.
Se os grandes zéfiros não vêm, qual o amor?
Que vive oculto na languidez de uma dor!
Que extraordinário ímpar amor dedico a ela!



Ah! Dedicarei-me então ao vinho bruto!
A uma xícara do bom café fumegante.
Bom é sentir a fina fumaça do charuto!



Mas esse amor que tanto oculto é tão bobo!
Oh, não! é um amor instintivo e dormente,
Só quero respirar o seu ar com o seu gosto!

Amando a quem se ama


No fogo insensato do amor sofre quem ama.
Quem se entrega a essa chaga do fingimento.
Cultivando no peito o amor é sepultamento.
De um sonho silencioso que a tudo inflama.


Quem vive preso a alguém por quem se chora.
Delira-se em uma utopia triste e inflamada.
Amando um outro coração menos apaixonado.
É sofrer e chorar por quem tanto nos ignora.


É uma noite turva o amor não correspondido!
Eflúvios de lágrimas, pálpebras adormecidas,
Dá-se esperança ao coração que bate perdido!


E amando a quem se ama no silêncio da vida,
É uma maneira de se viver duas vidas,
E uma enorme prisão de alegrias partidas!

Viver nesta vida


Viver nesta vida é pasmar na eloquência,

Tudo requer o querer, sentir e o mente,

Vivendo como se vive tão ardentemente,

Ultrajamos os ricos bens da consciência!








Ó sentimento! A vida é pecado que temos!

Dentro do íntimo padece o que se sente,

Vivendo ocultos nos disfarces a gente mente,

Falsificando a verdadeira vida que vivemos!








Crê em ti vida é pasmar de benevolência!

Vendo em cada rosto o mal da ciência,

Sentindo em cada um a brutal violência!







Viver como se vive é perder a descrença!

Muitos choram lágrimas no silêncio,

Crê em ti vida é viver na idiota crença!

Por que chorar?


Amanhã quem sabe depois da alvorada,
Pego meu bergantim e menos cansado,
Navego para a minha velha morada,
Nas águas doces do rio morto e parado.


Irei em pé a olhar mundo de mágoas,
Nuvens azuis e estrelas apagadas,
Por que chorar? Misturar nas águas,
O mistério das lágrimas salgadas!


Um dia quem sabe, chegarei enfim,
No azul da dimensão da eternidade,
Sem precisar cuidar tanto de mim!


Deslizará meu barco no rio da saudade!
Por que chorar se a sonhada felicidade,
Estava escondida na minha mocidade!

Saudade...


MEU REFLEXO COMO SE FOSSE UMA PINTURA

ESVAECIDA,

DIANTE DO ESPELHO A EXISTÊNCIA PERDE A COR

E O SENTIDO,

OS LÁBIOS ÁSPEROS, O ESPÍRITO ME OLHA

SUCUMBIDO,

COM A SINCERIDADE DE QUEM IMPLORA PELA

TUA VINDA.



DEIXA-ME FALAR COM FRANQUEZA O QUE ESTOU

VIVENDO!

DENTRO DE MIM O LONGO FOGO DA SAUDADE

ME DEVORA,

TUDO O QUE ERA BOM NESTA CIDADE ESTÁ

MORRENDO!



SÓ ME RESTA A TI: CONFIO E SIGO A MINHA

CONSCIÊNCIA,

TU É UNICAMENTE O BELO QUE DENTRO DE MIM

MORA,

A ÚNICA SAÍDA PARA A RAZÃO DA MINHA

EXISTÊNCIA...!

Eu solitário


Quantos anos se passaram e eu aqui distante,
Aqui errante de noite à praia,
Quantos refúgios nos lençóis de prata
Nos sussurros de um imenso grito avante!
Eu que no silêncio,
Da dor, o coração mais alto fala.
A vaga sussurrante de um eco, a brisa...
É o vento saudoso que grita e desmaia.
A noite é fria e a lua brilha,
Nas densas névoas do íntimo magoado.
Eu sozinho a noite nesta praia!
Ninhando a alma que nada fala...
Eu distante e perdido,
Nos voos dos sentimentos dilacerados
O eco murmura o som da mesma brisa.
É a fala muda dos meus ouvido !
Eu triste como se fosse,
Uma flor a suspirar no frio a perdida.
Um raio de luz a ofuscar na vida
No martírio absoluto de uma ferida!
É frio! É frio demais!
Eu poeta! Eu solitário!
Nos lábios trago ardências desejadas!
Oh! meu Deus! Traga-me luz castras!
Orvalhos cândidos e límpidos da alvorada!
Eu...! - errante no crepúsculo: Mas fala...!
Tão errante por me ter fecundado!
Sim, a praia geme...
Minha cabeça é pesada!
Eu que sou partículas de emoções magoadas.
Vagueio no seio da noite malbaratado.
Tristes sensações são meus espinho...
Eu que no abismo meus lábios tremem,
Como se fossem uma folha quando cai.
A traçar uma curva ondulada e solitária!
Eu não sou nada...
Um poeta solitário..!