domingo, 29 de agosto de 2010

SILÊNCIO E LÁGRIMAS


E como doi a ausência de quem tanto se ama!
O seu olhar sempre se vem, é como a chama!

No saudoso seio a dor estoura e se inflama!

No pensamento uma voz doce leve se levanta!

Relembro os últimos momentos e a minha voz!

Grita como se fosse a própria pele...!

Do cobertor que escondia quem eramos nós!


E chora o meu corpo na ausência do teu perfume!

Do jeito como pronunciava meus lábios teu nome!

Do teu hálito vaporoso, quente como se fosse lume!

E se faz dentro de mim o teu silêncio...!

Há uma nódoa ainda do teu sentimento!

Encrustado na minha fuga que não venço!

E o rio corre a afogar aquilo que só se sente!

Quando não há mais forças dentro da gente!

E as lembranças sempre se faz presente!













Faz-se silêncio e uma gota de lágrima cai!
Me desperto e vejo que estou só nesta vida!
A bela cotovia no alto do céu no seu voo vai!
Flutuando nos seus sonhos leves e doces ais!



"Tenho sede e os meus lábios padecem secos e febris!
E o meu coração mina a água da saudade!...!


Fazem-se alguns dias que a bela cotovia já não canta mais no galho da árvore do meu jardim! As árvores tornam-se estéreis e, se por acaso, vem-se alguns frutos: são amargos e sem o licor da vitamina que sustenta a sua doçura! O riacho corre sem emitir o seu bater e os seus sussurros! As flores já não mais se abrem, deixando a mostra o seu esplendor e a sua formosura! A relva pede socorro e a chuva tarda em chegar! Já não mais há em todo o campo as borboletas multicoloridas que outrora, flutuavam no vento em sua canção nectarina! O beija-flor, assustado, apenas tenta se lançar em um voo, mas, faminto pelo o açúcar e sem forças, bate as suas asas contra o vento, mas, sem vigor que vinha do bálsamo do néctar que jorrava das flores, debate-se e cai, prostrando diante da grande seca que habita no meu campo!
Olho a grande seca e devo permanecer calado porque, até os acordes harmoniosos fugira da imaginação do poeta e o seu peito, já não mais emana o ardor porque a espera se faz longa e é impossível beber a água que agora é insípida deste meu seco jardim...!

Quanta secura vem do sol da tua lembrança!
Do ardor da tua presença em toda minha vida!
Não me mandastes as flores da tua despedida!
E aqui me encontro abatido e triste na vida!
Nem um verso de amizade saiu dos teus lábios!
Não raiou em tua face a doce e meiga saudade!
Só eu que morri e nesta minha incrível pluaridade!
Padeço por amar-te nesta triste e grande realidade!




2 comentários:

  1. Linda demais a poesia Silêncio e lágrimas. A poesia parece que foi escrita para o meu momento em que o coração não sabe mais voltar pra casa. Perfeita. Parabens!!!

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  2. Desculpe a visita sem lhe conhecer. Procurava uma imagem e eis que encontrei o seu blog.
    De qualquer forma muito prazer, seu blog e extremamente tocante e tudo que escreves é de uma sutileza e sensibilidade que nos faz ter vontade de voltar, ler e reler cada texto ou poesia ou ainda mais do que ler, compreender as entrelinhas do que se escreve. Acho que este é o segredo e desejo de cada escritor, ser descoberto sem ser desvendado no seu todo, apenas observado, lido, entendido, compreendido sem ser questionado. Parabéns!!!! Lindos textos.

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