quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A CRIANÇA



--------------- A CRIANÇA ---------------
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Vem...! Vem ó doce e extremosa criança!
Vem tornar em mim a inocência do meu riso!
Deixai que contigo plante a nova esperança!
Dá-me os raios da tua doçura e tua inocência!
Elevai-me ao teu mundo que se abre na simplicidade!
Do teu olhar até o teu choro me causa inveja...!
Porque choras, mas a dor não te invade...
Sacia-me, ó doce menino! Sacia-me esta noite!
Quero a tua candura e a tua calma que são soberanos...!
Fazei com que eu esqueça as dores que este ano
Aprofundaram-se, levando todas as minhas esperanças...!
Vem, ó doce ingenuidade se formar em mim...!
Um eterno arco-íris sem dimensão e sem fim...!
Porque hoje não mais creio no pote de ouro...!
Mas ainda há uma voz que angustiante...!
Apenas sonha e espera uma nova aurora...!
Vem doce criança e assim me faz novo...!
Vem deixar em mim aquele tesouro de ouro!
Que perdi quando me tornei desumano...!





Ele chegou tão metrapilhado! Sentou-se como de costume, sobre aquela pedra onde fazia as suas confidências para o silêncio e naquele dia, ele soluçava ardentemente e as primeiras lágrimas rolarem do seu rosto. Permaneceu inerte por muito tempo, olhando uma pequena criança que brincava ao doce sabor do vento e sobre ela, os seus olhos se fartavam e se engrandeciam, porque ele podia absorver através das suas narinas o cheiro que levava o vento da inocência que saltitava e brincava diante de si. Olhou a brincadeira daquele pequeno ser que brincava e ria...! Ele sentiu através da face radiante a contemplação que se formava na inocente criatura que, submisso a sua própria ingenuidade, pulava e dançava ao mesmo tempo em que o cajado servia como um cavalo que rompia na sua imaginação o seu rico mundo de sonhos e prazer...!

Lá estava ele a correr no seu cavalo imaginário! Na sela do seu animal uma coroa que emanava um incenso celestial, onde os anjos o rodeavam e sorviam a magnitude sublime de um ardor que brotava de um coração ingênuo e doce! Certamente aquela criança esperava o seu crescimento no futuro...! Sim...! Menino não se deixe crescer e não participe deste mundo ignóbil onde as folhas da tua árvore cairão diante dos teus olhos, causando assim grande angústia dos teus sentimentos que abruptos, causarão nas tuas pálpebras lágrimas que se efervescerão na tua face e no seu correr, pelo o teu rosto, saberá tu que o crescimento trará a angustia dos teus dias e a saudade da tua inocência...! Plante mas não permita que cresça a tua árvore do mal, mas se assim mesmo, tu querendo que ela cresça, cuida-te porque ela dará frutos e às vezes são amargos...! Vem à praga e devora a sua beleza e a sua formosura...! Retira o seu açúcar e coloca um áspide fel onde trava a língua e a saliva espuma futrica, causando assim, uma ferida no teu espírito e esta ferida crescerá e tomara conta de todo o teu corpo...! Por favor! Não cresça! Não te permita, porque a tua curiosidade é grande e a tua vontade se faz presente...! Não doce menino! Não busque conhecer aquilo que nos arrebate a alma a um desígnio profanos dos nossos próprios sentimentos...! Ó Grande cuidador da nossa geração! Tomai conta da nossa candura e da nossa inocência...! Ó grande guardador das nossas dores! Sustentai aos olhares do menino a sua curiosidade e o seu prazer, mas sem se tornar homem vil e insensato...!

Não queira de ti perder o teu doce...!
Os teus encantos e belas fantasias...!
A tua inocência é a tua maior riqueza!
Não confie em beleza de um homem...!
Ele morreu no dia do seu crescimento...!
E nunca mais ao céu ele ascendeu...!
Toma-te o teu maior prazer e tua riqueza!
Será criança rei e menino vossa doce alteza...!

Ele corria no seu cavalo...! Fez uma curva diante de mim e de repente parou. Olhou-me e disse:
- Quer dar uma volta no meu cavalo?
Olhei aquela face sorridente e rica em ingenuidade e disse-lhe com lágrimas nos olhos.
- Não...! Eu também já tive um cavalo igualzinho ao seu...! Galopei muito. Estou apenas a te olhar como é bom cavaleiro...!
- Eu sou...! – retrucou – Mas mamãe me disse que eu tenho que crescer para comprar um cavalo de verdade! Vamos dragão...! Upa...! Upa...! E saiu galopando no seu sonho...!

Ah! Como tive ímpeto de lhe falar...! Não doce criança! Não troque o teu cavalo pelo o outro que disse a tua mãe! Permaneça sobre esta montaria suprema e cândida! Por que tu crescerás e sentirás a falta do teu cavalo! Por que eu aqui, enquanto te sigo com o meu olhar, cada passo teu, eis que explode a inveja da tua santidade e da tua benevolência...! Assim como tu, ó doce criança...! Eu também pensava assim...! Colocaram no meu coração que se tornar homem é doce e elegante...! Oh! Quando tomei no meu coração as palavras que me foram ditas, eis que fui à busca das riquezas e nelas me perdi...! Não deixes o teu cavalo, porque assim como eu, sentirás falta da tua doce brincadeira! Ó grandes profundidades das riquezas! Ó imenso olhar celestial! Cuida que seja plantado um jardim aonde a profanação das loucuras humanas nunca cheguem perto da sua beleza! Florescei as flores angelicais que, na sua doçura, embeleza toda a campa serena de um espírito! Oh! Fazei o teu concerto ímpar de beleza com o coração humano, porque assim sendo, a tua aliança permanecerá como um círculo; impedindo que a inocência se afaste e abandone o seu lugar santo! Apressa-te porque eu posso ofertar a ti o meu sacrifício, despindo-me também da minha falsidade e do meu pecado! Abre-te as portas da tua sabedoria e deixai que eu possa, pelo menos, dar uma última chance a mim mesmo! Cuidai de mim e faz com que eu possa retornar a montar no meu cavalo e ser dirigido pelas as tuas rédeas...! Cansei-me da minha própria dependência e quero ser dependente da tua ingenuidade e do teu espírito que reflete a luz límpida de um coração que nunca foi exposto à insanidade profunda!

Eu troquei o meu cavalo pelo o conhecimento humano
Fico a olhar o meu futuro e eis que me tornei homem!
Formou-se e mim os ardores que não mais somem...!
Na minha face há o frio que consome e não mata a fome!
Da criança que um fático dia quis ser também homem!

‘Sim...! Na sua grande ignorância o homem acha que o seu crescimento é espetáculo ao seu espírito que, angustiado, quer retornar a sua antiga casa: a inocência dos olhos ingênuos de uma criança que apenas ri quando descobre o seu próprio riso...!”








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