quarta-feira, 16 de junho de 2010

Ao meu lindo bichinho de pelúcia


À Luddy



Num dia deste, enquanto passeava pelas as ruas frias de Sampa; eis que encontrei uma bela dádiva: não a chamarei de bichinho de pelúcia,( ela pode se ofender e me levar a justiça para arrancar das minhas algibeiras os meus últimos trocados...) mas sim, de minha adorável Luddy! Grafo seu nome com letra maiúscula porque para mim, assim como os animaizinhos da alta burguesia dormem na cama dos seus donos; usa o mesmo banheiro, dividindo até a mesa às refeições com os seus donos e pelo que me consta, até mesmo os empregados da casa são autorizados a levá-los ao cinema; ao parque para namorar e até mesmo, pasmem...! Ao teatro para que eles não se sintam excluídos da alta sociedade. O meu também não foge à regra, só que há uma diferença: o meu, apesar de fazer tudo isso ainda me acusa com o seu olhar: é como quisesse dizer: “ - eu sou independente e eu não quero que gostes de mim...”( usando o pronome “eu” bem explícito do caso reto, onde o sujeito é ela mesmo...) Bem, como parece que aqui o dependente sou eu, então vou ter que aprender a latir com ela, porque quem sabe eu consiga ganhar a sua afeição e se não,

Oxalá! Tomara que ela não me morda porque, certamente ficarei doido, é bem provável que eu já esteja...! De qualquer forma colocarei à minha Luddy em uma escola de aviação para que ela tire o seu brevê, e aí... Vamos voar pelo O CÉU AZUL, ENTRE NUVENS DE ALGODÃO E SONHOS MULTICOLORIDOS COM PEQUENAS GOTAS DE OURO...! Espero que ela não leve apenas um só pará-quedra, no caso de alguma pane da nossa aeronave, porque ela certamente saltará, me deixando só para morrer; mas se isso acontecer, certamente verei e ouvirei dos seus lábios (tomara a Deus que nesta hora minha cachorrinha não esteja usando o seu batom, é porque o sorriso fica mais visível e como dói...) o seu riso de escárnio , como se fosse o riso do “rabugento” a se esbaldar do meu sofrimento...! Não gosto de mentiras: não minto, faço apenas ficção com a minha língua... Au, au, au. Eu nunca aprendi a miar, quem sabe um dia quanto eu ver um rato, aí sim, ficarei na dúvida entre eu e o rato...


Soneto à Luddy



É noite! Ouço tua voz no vento a sussurrar

A lua repousa longínqua, mas é tão bela

Vejo o reflexo suave do afã do rosto dela

No céu: um astro maravilhoso a me falar...



Sua voz soa como um temporal dantesco,

Como o trovão que treme ao seu soar...

É um raio que corta a luz do meu olhar...

Um doce acorde que nas odes desconheço



Ela sussurra nas noites frias é palpitante,

Chega ao meu seio a sua cabeça repousar,

E pálido! E frio! O coração bate ofegante!



Gemo e tremo! Choro e tento despertar...!

Meus olhos mórbidos eu tento gritar...!

Ora, eu vou mesmo é outra vez sonhar...!



O armistício de uma saudade...




É cortante o espelho quando não se reflete

A imagem angelical de um suave anjo

O peito sofre da ausência e do calor humano

Dos "ais" ardentes que dele emana

Os meus lábios só sabem pronunciar teu nome

Mesmo assim insiste em viver tal chama

Esse amor que goteja nos olhos a esperança

A inocência absoluta de uma doce criança

É a relíquia do espírito único da verdade

Em uma só terra se conhece por saudade

Assim tenho em mim o viço eterno do sabor

A calma serena e paciência de um pastor

Por que devo negar essa essência que brota

O princípio de tudo o próprio suave amor...



Há muito tempo venho insistido em permanecer, mesmo de soslaio, olhando com meus olhos radiantes a tênue candura genuína que ficou ainda absorta nas visões celestes do meu olhar. Tenho feito inúmeras tentativas que a luz que um dia corroeu e se alojou dentro de mim, não possa ser absoluta e unica, isso porque, permitindo eu que em mim se sobressai a força que dela emana, certamente me tornará mais fraco e na sua total dependência. Chega um dia que o coração, confluindo como um ser totalmente independente se isola, isso porque ele se debate nas prisões eloqüentes de uma espera que sempre tarda a chegar e, envolto em uma camada de desespero, ele começa a se desesperar, trazendo assim ruína para si e também para a inocência suplema de um caridoso espírito que quer apenas observar e tentar descobrir os mistérios insensatos que fazem com que a sua sensatez se sinta incompreendida e até mesmo insana aos olhares dos ascéticos humanos que dentro de si mesmo, sentem-se majestoso com aquilo que eles acham que é a sua glória: "a profana violação dos efêmeros sentimentos humanos..."



Por mais tarde que seja eu sigo e sempre vou

Colher meus perfumes no campo do meu senhor

A rosa açucarada se abre quando ao sentir

O calor do meu corpo em todo seu esplendor

Sussurra: - Beija-me com a tua saliva

Afaga o meu pólen pois na tua fantasia

Enclinarei-me a tua suprema eloqüência

Despir-me-irei para conhecer tuas fantasias

Saberá porque em mim o cheiro é segredo

Desperta no íntimo um doce sonho de amor

Vem com tuas narinas sorver o afago

Das minhas sensações e sobre o meu laço

Te prenderei e tu saberá ainda hoje...

O que tanto faço para teus olhares prender

E tu, saboreando em mim o frescor do cheiro

Teu corpo, espírito vão se render por inteiro

E dentro de mim conhecerá os meus devaneios..

Saberá que faz parte dos meus afãs e anseios...



Faz-se muito tempo que venho procurando o velho elixir da juventude. Já tentei buscar esta mágica,- dizem que existe -, através de formulas e equações subjuntivas do estudo sobre a composição sentimental de tudo aquilo que exerce fascínio da alma humana. Busquei com a serenidade de a minha alma sentir o gozo instantâneo de um fluir que viesse de um rosto cândido e sereno, entretanto, parece-me que só encontrei essa riqueza absoluta, impregnada de essências cristalizada e sublime na face de uma ingênua criança que tomava o seu alimento do seio da sua mãe e olhando aquele sugar faminto, pude compreender que os lábios e a língua que tomara aquele alimento seria o mesmo que, ao passar dos longos dias perderiam a sua inocência,criaria então em si, um coração, o mesmo que faz aqui pulsar a grafia na sua insensatez e no seu moral constante de falsidade... Isto porque eu cresci, tornando-me igual e semelhante a ignóbil figura humana, não quero afirmar aqui que sou verdugo insensato, mas, as vezes paira no meu coração a aspersão inusitado da minha ansiedade, Mas, voltado ao brilho translúcido de uma criança, ainda tenho a esperança que não mais irei crescer daqui para frente, quem sabe conhecerei a terra do nunca e com o peter e sininho poderemos olhar lá do azul do firmamento toda a beleza que ejacula como um manar que nunca sentiu a saliva humana...



Coitado do poeta que cego à luz da vela

Percebe na penumbra a beleza ofegante dela

O zéfiro tímido arranca as vestes

Do seu coração e a sua nudez

É exposta diante do seu pejo

E ele acanhado esconde a pena

Os poemas dedicados sempre a ela

Papéis sem o doce batom dos seus lábios

Mas há sim na solidão do doce aedo

O aroma e todo frescor do corpo dela...

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