quarta-feira, 30 de junho de 2010

A ALMA NUA...


A ALMA NUA

-- ANNA –


“E senti quando meus olhos se abriram e pude contemplar através do meu coração,

A “luz dos olhos de Anna que se arriaram; deixando assim, que eu sentisse no facho da sua claridade as suas nódoas de vileza...”





Eu vi a nudez exposta de uma alma em toda a sua amplitude e em cujo corpo, feriu-se e fundiu-se a sua forma, o seu elemento mais rico e derivante. Eis que fitei toda a sua nudez! Vi todos os sinais do seu corpo, com ungüentos feitos a base de mentiras e profanas entregas de amores enlouquecidos! Cegou-me o entendimento, mas pude me render à verdade que eclodia dentro de mim, agarrando as minhas pálpebras para que os meus olhos não se fechassem e ao mesmo tempo, acariciava o meu coração para quando as lágrimas eclodissem, pudessem descer de uma forma confortante, causando assim menos danos a “ADMIRAÇÃO E O AMOR” que, naquele momento, estáticos,

Entreolhavam-se abismados, fundidos em uma “DECEPÇÃO que bailava à frente e em todo o seu esplendor e o seu mau gosto insano., mas que trazia aos seus lábios gosto e sabor por ver tombar diante de si a “ADMIRAÇÃO E O AMOR” que por muito tempo, permaneceram acesos e admiravelmente expostos na retina, que jogava o seu gosto nas delícias dos odores das visões e nos reflexos, que eram sempre constante, quando a memória ativava o coração; buscando assim, as palpitações que fluíram e inundavam, como se fosse o mar com suas aguais azuis e misteriosas a descambar sem controle, mas deixando a sua trilha, onde com os meus pés eu o seguia e sempre o reencontraria à minha espera, sorrindo e já com seus afáveis braços sedosos para acalentar em mim a sua própria admiração e o amor...!

Fundiu-se aquela alma nua e exposta diante de mim, onde os seus olhos já não resplandeciam a mesma candura de antes...! Isolou-se dela o espírito de afeição profunda que tanto a sustentava e por séculos, já que o meu amor em dias tornou-se velho e sem o doce adágio que falam as bocas: “EU TE AMO” havia eu caminhado erradamente sobre o engano e que, naquele momento, sorvi nos meus olhos o tênue ar da verdade que abria o meu entendimento! Tão profano também fui, ao dedicar à pureza sublime e sensata, o líquido raro e extremoso que a mim fora dado para fazer dele uma prece magistral e bela, capaz de sensibilizar os corações de melancólicos e fazer tremer também a potestade, causando assim a divindade ao poder supremo. Fazer grandes tempestades no seio dos oceanos, expondo suas águas como lágrimas de admiração e louvor a este tão sublime amor. Fui profano por violar a minha própria beleza e depositar erradamente em mãos iníquas e sem dons de zelo. Abri a minha célere porta do meu espírito e deixei que ali permanecesse um sórdido e avassalador tirano inimigo do meu éden...

Que belo espírito me elevará agora e me sustentará diante da incerteza que agora tenho do sentimento amar? Devo abri-me...? Expor o enlevo dos meus olhos diante de uma nova paisagem e, se suas sombras, ao cair da tarde, - quando o vento sopra como um convite e as flores recolhem suas pétalas, mas antes deixam impregnada a noite com os seus aromas variados e doces - forem negras e propensas a um novo dilúvio? Devo ainda persistir a espera de um milagres? Foi-se a primeira pomba, depois retornou, e, agora quer exílio na própria terra que sempre a acolheu. Mas a terra se feriu e um abismo se formou e eu não devo saltar porque não medi a sua profundidade e pelo que agora me consta, se eu cair, nunca mais vou me levantar...!

Eu vi a nudez de uma alma e que agora, o seu corpo é exposto diante de mim, como um convite profano da sua própria sustentação e elevação da sua riqueza mesquinha. Eis que a alma nua torna-se doce e angelical e por incrível que pareça, eu tenho sede em perde-me! Mas, Se agora eu me perder, nunca mais vou encontrar o homem que sou hoje. E perdendo este homem não serei mais eu, e sim, apenas o que se deixa na superfície da água, uma pedra, quando atirada, faz-se um pequeno círculo, e aos poucos, torna-se grande, para depois desaparecer no silêncio das águas...!

OH! NEVER MORE...!

OH! NEVER MORE...!

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