terça-feira, 29 de junho de 2010

QUEM ME PERDEU...


-- FOI O AMOR QUEM ME PERDEU --



Chegou ao meu coração, envolto em acordes suave e bem harmonizado, um som ritmado e bem cadenciado. Uma amiga me enviou e eu não o conhecia esse belo propulsado e elevado fluir e, quando eu a ouvir, tive a sensação de quem me perdeu foi o próprio amor, porque ele, o amor, se tivesse tocado o meu espírito ele veria e sentiria o balançar do oceano, a fusão do céu e da terra e nesta explosão, viveria o próprio amor no seu amor e a sua total independência absoluto do seu efêmero gozo! Viveria a sua prosperidade, fazendo que a sua posteridade jamais pudesse esquecer os labores viçosos e eloqüentes que abastece o seu fluir, entretanto, a mim foi postergado o caminhar solúvel deste sentimento nas entrelinhas do meu desejo e da minha paz! Absconso foi o trilhar solitário desta alma que tentou sorver o fluído substancial ao seu sustento e a sua fome. O amor retirou de mim a gota angelical que estava a cair, sobre as sucintas emoções que, como pétalas esparsas, todas abertas, como um arco gigantesco, estava prestes a receber no seu íntimo o profundo borbulho; a mistura da sensação e da emoção que, juntas, se aprofundam e sorvem o raiar emotivo de um “ai” que alojado dentro da imensa constelação de uma sede, procura apenas uma brecha para ruflar as suas asas e voar em seu olhar que é dirigido, em cada gesto e cada pulsar que se estende no vasto perfume que eclode de um necessidade de se perder e também de se achar, fazendo assim, se perder para se reencontrar e neste dois estágio se ganha, porque se perdendo no amor se encontra o seu doce sabor e, reencontrando esta essência, se perde no seu labirinto e nos seus mistérios e nesta perdição se eleva o espírito no seu achar que saboreia o palpitar, o mexer no peito de um órgão sensível e tão multicolorido em suas emoções concretas e absolutas.

Assim o amor me perdeu...! Um dia ele fechará os seus olhos e em suas visões virá a galope o seu remorso como se fosse uma torrente chuva a inundar a sua consciência, devastando assim diante dos seus olhos a sua própria beleza. Virá em cada noite, quando o amor foi beijado e sentido; ele sentirá que está incompleto porque ele me perdeu e o meu perfume não subirá em suas narinas e nem seus lábios sentirão o temer inocente da sua inocência e todas as declarações que serão entregue ao amor não serão completas, isso porque ele me perdeu...! Não haverá mais o suave odor que tanto o fazia suspirar e completar em si o seu circulo de vida! Fechará sobre si todas as luzes que resplandeciam e trazia viço e rubor tímido ao seu sentir, isso porque o amor me perdeu...! Assim o amor me perdeu...! E chorará o amor envolto a sua grande tristeza e não terá mais as lembranças aplausíveis ao seu gozo e só, incompleto, andará a procura em saber por que ele me perdeu...! Sim, e por toda a eternidade vagará o amor, fazendo instigações a si porque ele me perdeu...! Andará entre os abrolhos e até sentirá de vez em quando a emoção que um dia esteve com ele, isso porque ele havia me achado, e, neste propulsar constante, quem sabe ele saberá por que me perdeu, e quando ele rebuscar a sua luz, brilhará nos seus olhos que ele tem que me experimentar, fazendo com que isso ele também se perca para se achar...!




- SONETO -



E assim o amor me perdeu de um jeito ingênuo

Não conheceu em mim toda a sua forma plena

Uma alma sensível, suave, lírio branco açucena

Os sons inexprimíveis e com destreza estrénuo


O amor me perdeu e por um deslize extremo

Não fecundou em si a própria beleza suprema

Perdeu-se na espiga da aromática alfazema

Não sentiu odor com o incenso do turícremo


Quem foi que se perdeu? Foi a própria essência

Que não bebeu a minha candura incandescente

E não sentiu o doce da minha grande inocência


Ela foi-se árida sem sorver de mim a eloqüência

Não sentiu nos seus lábios o ardor que transcende

Todos os limites; para isso não existe abstinência

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