sexta-feira, 2 de julho de 2010

A POMBA


--- A LUA, A FLOR E UMA POMBA ---



Bebi sim no cálice de ouro dos teus acordes um suave vinho que ultrapassou a minha fértil imaginação. E pude ver sobre ti uma bela lua, onde tu, a caminhar nas águas cristalinas, molhando os teus pés e o branco do teu vestido, onde uma pomba, semelhante a ti e da cor também do teu vestido sobre o galho de uma árvore, abismado, fitando os teus belos cabelos que caiam sobre os teus ombros te acompanhava silenciosamente, porque tomado, pelo o elixir que fluía da tua face, misturando-se nas densas cristalinas águas, onde as flores aquáticas te cercavam e jogavam as suas misturas no teu dorso nu, fazendo assim que a tua pele, iluminada pela a grandiosidade da luz da lua chamasse a atenção dos pássaros da noite que sobrevoavam a tua frente, onde o teu molhado vestido flutuava, fazendo um tapete para receber a sua diva, celebrando assim a tua leveza e a tua graciosidade; ela, a pomba, de soslaio jogava em ti um brilho de admiração e louvor! O vento suavemente caminhava, deixando seus ouvidos ousados para ouvir as tuas pisadas e o arfar dos teus suspiros que se confundiam com o borbulhar da água que sobreposta aos teus pés, subiram a tona para respirar e explodir em um gozo imenso pelo o ardor do teu cheiro que se levantou dentro delas. A pomba te olhava e seguia todos os teus movimentos celestiais e perfeitos. Tão perfeito que a lua, admirada da tua beleza e inocência, baixou-se bem perto do rio, recolheu uma gota de água e um pouco de terra e ali mesmo moldou conforme a ti, forma e jeito, e depois, levou a tua semelhança a um pedestal exemplar, onde nas noites minguantes, onde a lua se torna pequena, apenas uma metade, a lua sempre te olhar, como se fosse tu a outra metade, completando-a em si o seu verdadeiro tamanho.




A pomba te olhava e enquanto isso, um belo azul começou a se formar no céu, com nuvens brancas da cor também do teu vestido, desenhou no firmamento a tua face que resplandecia e era mais forte do que o brilho da luz da lua e a natureza te celebrava de várias formas eloqüentes por passar o teu espírito em sua trilha e no seu campo....!




Pela manhã levantei-me e fui aos meus pombais. Mas eis que lá chegando, uma pomba, pousada sobre os meus umbrais, a qual não fazia partes dos meus pombais; olhava-me, parecia que no seu olhar trazia a luz da lua! Nas suas plumas uma bela flor, onde dela emanava um perfume doce e suave! Suas pétalas abriam e se fechavam, e do seu interior fluía a essência de uma alma caridosa! Aproximei-me da pomba singela e do seu pescoço retirei um fio de cabelo de alguma madeixa. Lentamente, pequei aquele pequeno fio e por uma necessidade a qual desconheço, levei-a as minhas narinas e logo um vento frio, mas de aroma bem variado, eis que tocou meu coração e eu me virei depressa, procurando o tão suave odor, e, de repente, apossou-se de mim um êxtase , e pude ver, através do meu olfato, como se fosse um espelho, uma diva que saltitava em um campo qualquer e colhiam as estrelas do céu, e as colocava um a uma aos seus pés para fazer sair dela o espírito de admiração que sempre se mostrava diante de si em admiração e contemplação aquele corpo onde ejaculava o seu paraíso; o qual o seu próprio espírito pegava cada estela e as jogava como fagulhas incandescentes no interior da sua diva, alimentando assim, para que ela vivesse eternamente no seu paraíso monumental e cérebro, onde emanava do seu palacete a luz da sua alma e a lua da sua beleza...!




Chorei ao vê-la! A sua face se desenhava na minha imaginação que emitia ao meu coração um pulsar eloqüente, onde meu coração, cansado de tanto bater, não se contentava e mais rápido batia. Vi naquele rosto uma maestria perfeita que seduzia loucamente as emoções que desciam em mim como forma de chuva celestial e doce, molhando o meu rosto e trazendo a sua agradável delícia de um refrigero...!




A pomba, olhando-me, parecia que queria sussurrar algo e dizer: “ Eu vi uma deusa em toda a sua forma completa...! Eu vi a cor da sua pele, o alvor da sua alma e a beleza do seu corpo...! Eu vi a grande admiração das flores e da água que se levantou em borbulhas cristalinas, explodindo em louvor e gozo pelo simples fato dos seus pés tocar-lhes! Eu senti a água que ficou com gosto, pois bebi dela quando para cá vim, e o seu sabor é uma delícia retirada do bálsamo que se ascende de uma forma desconhecida ao coração que ama! Eu vi a cor da água que mudou totalmente para um azul superior ao azul do céu, dos campos, das flores! Um azul, assim chamo, porque me confundo da dúvida que se tornou superior a minha visão! E eis que aqui venho para expressar aquilo que meus olhos não querem aceitar!”




E a pomba, abriu as suas asas, sacudindo o seu cansaço, mas antes, olhou-me e nos seus olhos, eu pude notar algo como se fosse um chamado: “ vem comigo e tu verás aquilo que os teus olhos nunca viram e no teu coração jamais desceu tamanho prazer; onde a tua sensibilidade e as tuas emoções se renderão ao sabor supremo da sua morada monumental...!”




E a pomba vôo...! E, da sua plumagem caiu uma pluma, onde o vento, levemente a trazia no seu dorso, isso porque também queria senti o odor que o alimentava e tinha conhecido. Ela vinha traçando no ar pequenas curvas: ora para a direita, ora para a esquerda, parecia que o vento não queria dispor-se da sua leveza e da sua graça. Estirei a minha mão, e antes que ela pudesse cair por completa na terra, agarrei-lhe e não sei também o porquê, levei as narinas, onde pude senti o vento roçar o meu rosto, abrindo o meu olhar, e, docemente, parece que o zéfiro sussurra: “É METVISKY...!"



Todos os dias agora, eu sempre vou aos meus umbrais...! Na esperança de reencontrar aquela pomba, já que o amor da minha nova diva não me pertence, pelo menos assim, com a minha pomba nos meus umbrais, eu possa saber onde ela está e o que faz, e isso, conforta o meu coração, trazendo a ele, mesmo que sendo utópica, uma forma de se viver um grande amor...! Uma fantasia que pode virar um sonho real e ofegante...! Que em mim se faça a luz para dirigir os meus sentimentos, trazendo assim lucidez ao meu espírito que sempre freta a luz admirável do seu próprio sonho...! Permita-me, ó doce luz, que esteja eu na beleza da tua claridade e no gozo do teu gosto alimentar...!




É tu o meu doce e grande gibão de ouro?

A minha pele suavemente sempre te veste!

Visito-te diariamente e neste pequeno espaço,

De vestir as tuas poupas, o teu batom eu passo...

Olho-te e vejo teus olhos sorrirem e me pedes,

Os teus sapatos guardados lá no nosso quarto,

E lá eu vou buscá-los e quando para ti retorno...

Meu Deus...! Deixai anjo que teus pés eu calço...!

Que beleza aflora em ti e entre os teus lábios...

Um suave e enamorado e festivo beijo te caço,

O teu corpo trêmulo a mim logo se entrega...

São duas almas que ali alegremente no seu amor,

Buscam e sentem o prazer, o seu doce e seu sabor...!

Um comentário:

  1. Albertus

    Quanta doçura e suavidade! Quanta leveza no sentir!Nem ouses destituir-me do trono de musa...e por garantia...vou impregnar-me em ti!
    Se... exalto em ti tanto aprimoramento e esplendor... minha alma se entrega sem temor...inteiramente pois..me entrego ao teu amor...
    Te amooooooooooooo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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