A CASA
---- A partida ----
E vi quando, entrando ali, exposto nos meus lábios, um tênue tédio de amargura olhou-me e pude perceber que a casa estava em ruína, entrei e vi a minha inocência a chorar e perguntar: -“ Por que passamos todo o inverno aqui, não foram dados a nós cobertores para aquecer a nossa pureza e o coração, na frieza do vento, já não consegue esconder o seu tremer...” Sim, era verdade...! Mas retornei para buscar aquilo que era meu e de direto! Ela tinha se fechado lá...! A minha inocência não mais poderia ficar exposta aquela casa que lhe negou abrigo. Negaram-se os primeiros fluxos e os frutos de um sorriso que tentava se abrir para o mundo e para a redenção da sua tristeza! Voltei aquela casa e já na via o meu prazer que tanto circulou pelos seus jardins. Vamos inocência porque hoje a nossa liberdade será comemorada e nenhuma cadeia aprisionará aquilo que renasceu e agora vive mais forte e doce na sua procura...! Vamos, porque a noite virá e temos que buscar o repouso do nosso olhar...!
Oh! Eis que mudo o teu ser que é constante!
A uma asquerosa cilada do teu semblante...!
Eu cresci e o mal que foi outrora tão grande!
Já não mais reluz como em mim se fazia antes!
Abandonei-te e agora seguirei neste levante...!
Mais forte! Mais bonito! Mais puro que criança!
Eis que no meu peito se levanta nova esperança,
Contigo quebro e não mais renovarei a aliança!
Gritará só quando a noção te fizer uma sabedora;
Da perca infinita do amigo e do seu doce epífora!
Seguirei esquecendo tuas paisagens errantes
Os teus milhões insensatos de perdidos amantes
Agora eu sou a bela luz que oscila no horizonte
Um novo ser que agora só quer seguir o seu avante...!
Eu Retornei a esta casa de coisas vis e malbaratadas!
Relembrei o meu sótão, velhos sonhos abandonados!
Busquei no meu espírito, naufrágio do meu passado!
Revivi as velhas emoções no meu peito dilaceradas...!
Fiz e desfiz a construção do meu coração amargurado!
O velho saguão sentiu o eco dos meus próprios passos!
Ouvi um som lúgubre, mórbido nos convidativos laços!
Convidando-me ao retorno de um amor já sepultado...!
Nada mais me prende a esta casa onde eu chorava!
Sofri amargurado nas sensações de um mau advento,
Banhava o meu coração preso no cárcere algemado!
Retornei a minha casa e agora permaneço tão ciente:
Não quero mais os amores que do riso vem o vento,
Rouba-me a paz e o meu coração que se faz doente...!
"Eis que o meu espírito respira a nova paz, fazendo o seu borbulhar de alegres lágimas...!"
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