segunda-feira, 5 de julho de 2010

A AMIGA




^~ A AMIGA ~^






Ouvi quando a porta se fechou e no piso da minha casa os apressados bater dos pés que corriam como asas sobre um desespero imenso. Aproximou-se, sentou-se ao meu lado, enquanto, com as mãos, segurando a minha cabeça eu permanecia inerte. Eu sabia que ela vinha ao cair das primeiras lágrimas. ”Chegou!” assim pensei e como uma criança assustado busque refúgio nos seus braços do meu medo e tristeza. Pude senti o calor humano a invadir minha alma. Fechei meus olhos enquanto meu coração pulsava cada vez mais, é como um pedido de socorro! Deixei que as lágrimas falassem o que eu estava sentindo naquela hora e quando, ela estendeu os seus braços de afagos, entreabrindo seus lábios molhados também de lagrimas, os meus disseram-lhe, gotejando em cada silaba o meu admirar que, naquele momento, se deliciavam diante da minha eterna e tão extremosa amiga.



Eu tenho a quem me socorre, e aflita

Divide também minha dor em seu riso

Seu calor conhece o meu espírito

Funde-se no peito a sombra, o paraíso

Sufoca em si mesma o meu grito

Afaga a dor que me deixa tão contrito

Banha-me com suas lágrimas vivas

Fortalecendo o meu corpo partido

Enlaça-me e através dos seus sentidos

Posso viver aquilo que não é sentido

E, durante o seu abraçar sinto vida

A própria vida dando vida pela outra vida



Obrigado cara amiga...! Obrigado porque o meu coração muito se alegra pelo o teu respirar e pelo teu olhar que sempre fitam meus olhos, deixando-os transparecer por ti, a lua monumental dos teus afagos! Eis que em ti tenho buscado a minha paz e muitas vezes tu se entregar a mim em ouvir os meus apelos, esquecendo do teu tempo e dos teus afazeres! Onde quer que eu esteja, baste que eu chore, tu se encaminha e vem até a mim, também com lágrimas nos olhos e eu já me considero culpado pelas as tuas rugas e tua pele sofrida! Agradeço a ti mulher exemplar, porque o amor que a mim devota é majestoso e belo! Eis que choro nos teus ombros e quantas vezes eu molhei o teu vestido de festa, impedida-a que fosse ao baile! Quantas vezes sujei a tua maquilagem ao contato do meu suor e das minhas lágrima que afrouxaram as pálpebras, e tu, sempre sentada a me acariciar...!



Amo-te pelas as tuas construtivas palavras! Nunca dizes "pare de chorar e sim chore...!" E meus olhos mergulhados no mar te olham com candura serena e doce. "CHORE" E EU CHORAVA! Quase nada falava enquanto eu estava a chorar, mas assim que as forças voltavam e as lágrimas retrocediam dentro de mim, era que se levantava, olhava a minha face, e com um jeito de carinho, as tuas lágrimas começavam...! "Porque chora?" Perguntava eu a ti e aí, era que explodia o gozo de ser teu amigo! "É porque eu tenho que viver as tuas dores para saber como te dirigir e como te olhar e como também te pedir...!" Assim dizia...! E eu, esclarecido pelo o teu falar, começava a contemplar a tua expressão solicita de amparo e prazer! Quão maravilhosa é ser o teu amigo!






Obrigado cara amiga...! Obrigado porque agora eu ruflo e meu coração, meu Deus...! Em toda a sua insensatez, porque bêbados estão os meus olhos e sedento
a língua que no doce dos lábios tenta saciar-se ao lembrar-se de um sabor que nunca aconteceu...! Obrigado porque tu estando comigo, posso abrir meus lábios e fazer confidências...! Grande não é o mar e nem o infinito...! Grande não foi o sonho da minha juventude...! Grande é o que agora me enlevas e no qual, transcende,
e avassalador, percorre toda a dimensão da terra...! A minha beleza está viva e existe...! Sim, isso porque as minhas lágrimas agora fluem e fluindo, tenha a sensação que dentro do meu peito bate e vive um coração tresloucado, onde o primeiro sabor do mel ainda não escorreu...! Obrigado por tuas atitudes e por confiar
em um ser que aos teus olhos é desconhecido...! Obrigado por saber que me ouves...! Porque aqui os acordes não param...! Meu Deus...! Fizestes o
belo rio e eu não consigo banhar a aminha alma...! Destes o céu a mim como presente e eu não consigo fitar as tuas estrelas e nem sentir o aroma do teu jardim...! Céus! Há uma essência e sei que sinto, mas quando tento alertar o
meu nariz...! Ela, a essência, é um gás fugaz, e logo vem o vento e a dissipa do
meu nariz...! Ei podes tocar-me e colocar-me de volta no dorso de um sonho?
Vem, ó cândida...! Ó celeste luz, porque em mim não há um rastro de luz...! Vem ó doce sonho, coloca os teus lábios exposto porque assim verei a tua macieira onde o pecado na habita e o teu fruto é saboroso, podendo usufruir do teu manjar! Ei Pode roubar-me e por um instante, junto contigo, mostrar-me dentro de ti, se bate o teu coração, causando assim, um rio de espumas flutuantes, porque o meu é feito de plumas e néctar! Te junta eu a ti e podemos então, juntar a tua espuma flutuante e com as minhas plumas voaremos eternamente, deixando o rastro do néctar para as boca quando provarem saberem que eu e você somos o amor que tanto aspira aos corações! Venha doce amiga de novo a minha casa; porque meu seio treme e o meu olhar te procura! Vem porque a minha espera te espera e o meu coração só tem prazer em ti!



E, quando para a sua casa ela retorna, eu já não ouço o bater da porta. A sua essência está aqui! Pernoita no ar que percorre todos os cômodos do meu coração. A porta fecha-se, mas posso senti que ela deixou impregnado em mim, um pouco do seu carinho e amor! Passo meus pensamentos no semblante que aqui dela permanece e espero que amanhã, quando, se por acaso, voltar a chover e me causar danos, eu sei que ela virá! Ela sempre vem com a sua destreza e encanto, onde do seu seio emana o refúgio constante, glacial e belo, de um doce coração de mulher...! “ Eis que em ti meus olhos procuraram o inefável e admirável sabor que foi posto no teu seio caridoso e incomparável...!”



E vi quando ela ultrapassou meus sentidos!

Afagou-me e por um momento eu a vi...

Ultrapassar todos os limites nunca vistos!

Eu senti e vivi imensamente tudo isso...!

E, olhando-a assim que abriu a porta e saiu,

Um anjo que não usava saia ou vestido...!

Uma amiga que compartilhou a minha dor,

Em formas doces e suaves feitos risos...!

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