domingo, 29 de maio de 2011

AO MEU CACHORRO

images Existe um soneto, no qual, esqueci o seu autor, o título e onde eu o vi, (isso é raro em mim, o tal esquecimento)Mas, como arde em mim a tal febre e isso é normal…Vamos aos versos dos beijos que transpiram sagacidade!
Por que é a estrela  meu diamante exato
Faço dela a minha adaga fria
Mato a lua que me mataria
Mato a poesia e logo após me mato
Arrasto os corpos para dentro do mato
E sobre o olhar atônico do dia
enterro os três e rezo ave-Maria
Depois escrevo um epitáfio e dato
E depois de consumado o fato
Corro e me escondo na sacristia
E ponho a adaga nas mãos de Pilatos
E durmo... E sonho e vejo no outro dia
Na abóbora da catedral vazia
Pintado a sangue o meu assassinato 
imagesCAFZP6H9        Ufa! Eu escrevo às regras de um ato que fará a sustentação do meu espírito (coitadinho dele!) e das suas asas que se molharam nas minhas lágrimas e por enquanto, fico saboreando os odores de uma noite que me trouxe cansaço e perguntas, tais como: “Pai meu, tu aos setentas anos, eis que se agrega com uma nova mulher de quarenta anos, e eu pai meu, não vi quando a minha mãe estava viva ( odeio passado, isso doí…)  os teus mimos, niquices que tece por essa outra! Por acaso, a saliva nova é mais doce? Ufa e eca para a geração humana. Disse-me ele: “ É a minha nova amante”!”.
Ah! A esperança no precinto e nesta alma agonizante...!
- É verdade? Perguntei:
- Meu filho é sim a tua nova mãe!
Ah! Assim ele disse:
- Eu sou demasiadamente humano!
             Meu Deus! Dizem os deuses que licores novos faz ascender ao seio à inspiração sublime... O que eu acho: Ora bolas! Falta de amor… ( raízes incrustadas nas fermentações da carne que hoje é tão doce!)  E aí disse meu irmão:
- “Deverás sim ir ao banquete do teu filho para que ele não te cobre amanhã!
Por acaso haverá amanhã?  (pensei) eu sou apenas licores extravasados; eis por que, colocara uma vinha apodrecida no meu cesto!!! Mas, retrucou a mim de novo o belo moço irmão:
- por acaso bebestes?
- Ora irmão meu (retruquei bêbado de insônias) bem sabes que o fretar do vinho me causa visões e se eu beber certamente voaria esta noite e aí, lançaria os meus raios de destruição na raça humana! A começar por mim, que padeço no doce ardor da instabilidade dos afeitos sentimentos!
imagesCAYSWBX7 As flores do mal… (Eu)
Mas, retrucou a mim de novo o belo moço irmão:
- Agora me escute, por que...
O meu ser transcorreu na substância de um século escuro e a razão do meu eu exato tornou-se um círculo de estrelas cintilantes a minha razão favorita. “As chaves do meu coração são diamantes e anda com os magos do oriente, onde os cânticos falam: Abre, ó vos portais celestes, por que a minha carne emana um novo licor genuíno e doce e, amanhã… Quando abrires os teus olhos saberá quem eu o sou...”.
A verdade é que meu irmão me arrancou e tentou me elevar ao banquete… Olhei-o e disse:
- Ficas comigo por que eu quero falar...
Sairmos os dois… Eu com a boca em fogo, construindo frase e ele, com a sensibilidade dos seus ouvido  a me ouvir até as quatro da manhã...
Dormi bastante esta noite, onde acordei às duas horas da tarde... Que bom! Pensei... O meu au au veio até a mim, olhou-me e rosnou... Balançou o seu rabo e aí eu pude entender por que
“Cachorro não chora...”
É frio e eu visitarei o silêncio até a conclusão vindoura de um enlace: sons e olhares que se perderam, quando fitei aquela grande noite e sussurrei: “ E agora espírito meu!”
Devo voltar para a cama e dormir por uns cem anos, até o despertar da última cotovia que permaneces na sua fuga eloquente...
 
untitledE quanto ao meu cachorro, neste domingo dobrarei a medida da sua ração, quem sabe ele possa me amar mais…  Emitindo mais: au, au, au, au eternamente, quando me ver… Afinal,
Cachorro apenas sente e não chora… Mas também, eles, os cachorros, rosnam...

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