quinta-feira, 23 de setembro de 2010

QUEM É AQUELE QUE SOU EU?

E vejo no silêncio, quando deixo a minha cabeça cair e a minha mão tremula, relembro tudo aquilo que até
agora guardei nas entrelinhas dos meus pensamentos.
Sou eu que tenho que me levantar e,erguer dentro de mim, a força que no meu espírito habita e ainda me convida para viver nesta existência. Eu tenho que levantar dentro de mim o belo campo onde brotavam todas as sortes de vidas...! E voltar, assim como faz o sol todas as noites, 
para ascender mais forte e cheio de vida! Eu tenho que seguir e trilhar o caminho sensato que me levará a paz e a emoção profunda!









E, quanto a meia-noite o céu repousa frio
Descansa o meu espírito a olhar a bela lua
Arranca do seu seio a dura e pesada cruz
E suspira a meditar triste e tão sombria!

SONETO




Ah! Se pudesse este coração que chora!
Navegar no seio de uma flor perfumosa!
Conhecer o sabor da lágrima caudalosa!
Fugir da dura dor que tanto lhe devora!






Ah! Se pudesse esta alma sempre aflita!
Desfrutar do amor o seu desejado fruto!
Do doce o puro néctar com sabor e tudo!
A delícia nos lábios, a vitória da sua luta!






Ah! Se pudesse a dor que triste navega!
Encontrar no amor o seu maior refúgio!
Daria visão aos seus olhos que são cegos!



Mas, o aferrolhado e vil fado sempre tece!
As sombrias desventuras de um feio tédio!
Não dar amor ao coração que ansioso pede!






E disse eu a minha alma:
- Fica comigo e permaneces em mim porque arrancarei dos meus olhos a minha dor que é inerente a minha sensibilidade e ao meu maior prazer de amar e ser amado! Fica apenas um tempo, e quando a luz chegar ela te elevará ao teu trono supremo, onde a ti ofertarei as delícias de sabores variados a tua língua que agora se desponta pela a necessidade do doce açúcar que te remete às sensações ingénuas! Fica pelo menos nesta nova tentativa ousada que vou lançar sobre as profundezas do meu maior apego: a nova redenção da busca do perfume que ainda corre invisível no vento, mas sentem minhas narinas a sua presença, remetendo-me a uma nova esperança! Fica comigo porque tu me dirás quem é aquele que em mim sou? Aprenderei contigo, através da tua maior inocência celestial porque também em mim ainda vai se completar a necessidade do conhecimento que efervesce nos meus lábios e cresce no meu desejo! Fica comigo porque se saíres de mim o meu ser se esvaziará e eu não mais poderei suplantar em mim o efémero prazer de um sentir! Fica pelo menos até o ressurgir do meu último suspiro que permanece à deriva no mar abrupto que explode dentro de mim!
E disse a minha alma aquele a quem sou...!
- Poderia sim, colocar-me diante de ti e fazer celebres orações para aquele a quem sois! Mas, eu tenho que me dispor e sair para frente da minha batalha que é: Tentar fazer se completar em ti a parte que te falta e eu vou ter que permanecer diante da procura do teu afável tesouro que também é meu, porque, se eu não encontrar, como poderei habitar dentro de ti se também o meu sonho é viver cada êxtase da gota do sabor! Eu faço a parte essencial a ti que é fazer pulsar o teu coração, entretanto, tu não fazes a tua que é me proporcionar às púrpuras emoções que durante todo esse tempo desconheço! Eu sou a tua própria vida e tu nada fazes para alcançar dos meus olhos a admiração e o esplendor celeste da tua imagem! Eu vivo pelo o sentir e pela as palpitações dos sentimentos! Nega a mim o maior de todo o ouro! Eu pertenço a ti e tu renegas a mim o direito de obter a carta de alforria para que eu possa sobrevoar o sólido estado da graça do amor! Tu te acomodas e não vai à luta porque temes que o teu coração seja machucado! Eu preciso das sensações, até mesmo das dores para que eu me sinta soberano e vivo, entretanto, o que fazes tu? Priva-te e ao mesmo tempo me mata! Isola-te e ao mesmo tempo me faz acampar ao teu redor para que eu junte as tuas lágrimas e as espalhem no campo da tua espera!
Disse eu a minha alma:
Eu tenho procurado a minha própria visão! Bem sabeis que durante todo este tempo eu saí para a peleja em busca da ardência e o prazer! Tu esteves comigo e bem viu e sentiu o meu grande clamor quando, aos teus pés, implorei com a harmonia dos meus lábios o unguento que curaria a minha busca! Eu padeci quando me atirei naquele olhar que fitou o meu semblante já cansado pela a minha procura! Eu me entreguei de uma forma sublime e doce e não fui eu quem ultrajou e fez sucumbir dentro de mim o ocaso do frear dos meus sentimentos! Eu levantei no subterrâneo do meu ser os meus sacrifícios que formam buscados de uma forma tão difícil, nos quais, muito padeci a procura do seu bem-estar, e, quando achei que os tivesse encontrados, eis que o vento de uma bruta tempestade os levou para um além-desconhecido! Eu joguei no meu espírito o ingrediente do seu sabor e pude absorver através do meu querer a sua radiante formosura e doçura! Eu me dispus e fui ao campo colher os meus perfumes para ofertar a essência que se completaria em mim, entretanto, o belo frescor com a sua delícia não se curvou diante de mim e nem também quiseram penetrar dentro do meu sonho e, voltando a olhar a minha vontade vi que, solitário, o frouxo suspiro me fez ficar amedrontado com a fuga do meu próprio alimento!
Disse a minha alma aquele a quem eu sou...!
Não te acuso pela a falta do teu alimento! É verdade que às vezes nos foge o néctar que é servido à imaginação suprema! Apenas te acuso por violar a tua libertação, tentando se aprisionar no alcácer das solidões profundas! Eu tenho te seguido e feito diante do meu concílio a tua redenção! Bem sei que foi eu que em ti ornou com roupas celestes a tua maior riqueza! Fui eu quem recolocou em ti a promissória cadência genuína dos teus sentimentos! Assim te abasteci e assim te fiz surgir separadamente dos seres, porque é praxe que se tenha pelo menos um que traga o conhecimento completo da profusão sensata do amor que de debate solitário no espírito humano! Eu te fecundei através das minhas lágrimas e o meu grito foi para que os teus passos não se desviem da jornada cândida que trilho a beleza dos sentimentos humanos! Eu sei que padece pela a tua forma que se torna insensata para aqueles que só sentem prazer violando as leis do coração humano! Eu assim te fiz, porque eu também preciso olhar um só, da então fracassada vida humana e ainda, deitar a minha cabeça e poder sonhar com o futuro, porque, certamente, onde haverá um só que se torne verdadeiro e puro, há uma possibilidade de se podar as raízes dos males que invade a terra! E eu ainda te espero porque estou contigo e o teu círculo é ainda a minha e tua existência...!
SONETO
( NÃO SE MATA)




Não se pode morrer em um espírito ressuscitado!
O suave amor que por ele sempre foi desejado!
Não se pode esquecer de um cândido passado!
Um coração que tanto bateu lírico e apaixonado!




Não se mata um grande amor e que foi buscado!
No altar do seu belo enlace e lá ele foi sonhado!
Não se priva a alma do seu lindo belo estado!
Viver no seu seio o seu eterno amor enamorado!




Não se mata um sentimento que no seio postado!
Vive agraciado e sempre a querer ser tão amado!
Suspira e exala o seu doce ar límpido apaixonado!




Não se mata o amor que foi ingénuo plantado!
Penetrou e cresceu e o seu aroma enraizado!
Cravou-se em um belo olhar que foi eternizado!







" Muito tenho olhado o meu próprio sangue! Corre e descamba nas minhas veias o ardor da amargura e a decepção da própria carne! As lágrimas que descem têm sabor de constrangimentos insano e o corpo treme em pensar que tudo aquilo que acreditei, hoje são apenas subterfúgios para a minha própria enganação!"



















Nenhum comentário:

Postar um comentário