terça-feira, 21 de setembro de 2010

COM QUE LÍNGUA TU ME FALARIA...?





COM QUE LÍNGUA TU ME FALARIA...?



E, abrindo os meus lábios, soltando-se deles uma só frase de socorro, Por acaso, vinha alguém ao meu auxílio? E, se o meu coração, olhasse a tua face, expondo diante de ti a sua grande decepção, poderia tu falar a língua de um anjo? Poderia ainda tu acalmar-me com pensamentos divinos que trazem entendimentos aos ouvidos? E, se ainda, eu diante de ti, chorasse pela a não realização da minha ansiedade, poderia tu, acalentar o meu espírito que sobrevoa a terra árida da existência? Que língua será a tua, quando tomar os meus argumentos e ali, expostos como se fosse um banquete, o que falaria? Muitos são os martírios da minha longa espera e eu não vejo onde possa buscar a solução para a minha obra! Abri-vos, ó anjos que guardam a porta da sabedoria! Fala usando pelo menos o vento que toca a minha face! A sombra que me refrigera! Fala, porque onde habito já não há mais a possibilidade de uma só língua! Variadas são elas e o seu gosto é propenso ao seu próprio egoísmo! Fala-me, porque já não mais vejo a luz que me rodeia e o grande céu foi tombado e a minha terra já não me dar a sua sustentação! Que língua será lançada para que os meus ouvidos possam traduzir a maestria da minha sensibilidade! Eu procurei e vivi a bela essência que gotejou nos meus olhos!
E tu meu amigo, que língua falaria, ó doce abrigo! A dos anjos, arcanjos e querubins! Poder-te-ia pelo menos dizer a que grau supremo foi diagnosticado o meu amor? Eu nada mais temo e nem espero, porque, o meu céu não mais existe! A minha terra cuspiu-me e não mais suporta a minha presença e a minha concepção aos pouco se esvai, deixando-me a sós, apenas com o gosto nos lábios do fracasso!
Eu me tomarei como exemplo e não mais farei com que os suspiros me invadam o seio! Nem que as lágrimas desçam pelo o meu rosto e os meus sulcos, não mais guiará o sal para a minha boca e a minha língua, nunca mais balbuciará, no amargo ou doce: “eu te amo!” Ela ficará solta e à mostra, apenas para se compadecer da maldade humana!
E tu, que me vês! Com que língua me falará?

E, ainda sabendo tu, que o meu amor ímpar não existe na luz do olhar e no coração que suspira, com que língua tu me falaria?E, se tu falasse com entendimentos dos anjos, pediria então, que eu me tornasse um deles? Espantaria e morreria pela a grandeza de um amor límpido e puro?

SONETO



E, pela a última vez te olhei e te disse adeus!
Afoguei em mim o coração triste que ardeu!
Dentro do meu peito a doce saudade correu!
Fundiram-se, beijos que um dia foram teus!

Fechei a porta do meu olhar para não vê-la!
Embriaguei-me com a angústia da partida!
Ora ia, ora voltava, nesta minha despedida!
Baixei o meu olhar pra não te ver, ó estrela!

Mas a vontade na minha boca ainda ferveu!
De um toque na tua pele como lembrança!
Do ardente beijo que os teus lábios me deu!

Tremo porque sei o concerto que me fez o fim!
Dói-me na vida o contrato da minha aliança!
É não te amar mais como te amo tanto assim!





SONETO



Já se trilha no meu silêncio a tua leve procura!
O teu jeito simples da tua bela meiga candura!
Dentro de o meu brioso olhar tua suave figura!
Ilumina o medo, fadigado de uma noite escura!

Já te vejo quando fecho o meu olhar cansado!
Imagino-te e te crio feito uma doce paisagem!
E eu posso te tocar e sentir e nesta miragem!
Sempre sinto teu o corpo no meu entrelaçado!

Flutuo na tua busca com minhas asas alçadas!
Abertas, é como um corpo na cruz crucificado!
Chorando, ao vento os gritos que são lançados!

Eu imagino-te e nesta conspiração da tua fuga!
Como, ó Nice! Ficará meu coração? Dilacerado!
Da ausência da tua mão que a lágrima enxuga!

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