segunda-feira, 1 de março de 2010

Eu solitário


Quantos anos se passaram e eu aqui distante,
Aqui errante de noite à praia,
Quantos refúgios nos lençóis de prata
Nos sussurros de um imenso grito avante!
Eu que no silêncio,
Da dor, o coração mais alto fala.
A vaga sussurrante de um eco, a brisa...
É o vento saudoso que grita e desmaia.
A noite é fria e a lua brilha,
Nas densas névoas do íntimo magoado.
Eu sozinho a noite nesta praia!
Ninhando a alma que nada fala...
Eu distante e perdido,
Nos voos dos sentimentos dilacerados
O eco murmura o som da mesma brisa.
É a fala muda dos meus ouvido !
Eu triste como se fosse,
Uma flor a suspirar no frio a perdida.
Um raio de luz a ofuscar na vida
No martírio absoluto de uma ferida!
É frio! É frio demais!
Eu poeta! Eu solitário!
Nos lábios trago ardências desejadas!
Oh! meu Deus! Traga-me luz castras!
Orvalhos cândidos e límpidos da alvorada!
Eu...! - errante no crepúsculo: Mas fala...!
Tão errante por me ter fecundado!
Sim, a praia geme...
Minha cabeça é pesada!
Eu que sou partículas de emoções magoadas.
Vagueio no seio da noite malbaratado.
Tristes sensações são meus espinho...
Eu que no abismo meus lábios tremem,
Como se fossem uma folha quando cai.
A traçar uma curva ondulada e solitária!
Eu não sou nada...
Um poeta solitário..!

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