quinta-feira, 7 de outubro de 2010

CUPIDO FERIDO

                                              CUPIDO FERIDO


Foi ferido pela alígera flecha o anjo mensageiro!
E ela veio como o  zéfiro que sopra rápido, ligeiro!
 No seio a marca da flecha que derrubou o guerreiro!
Sangrando o coração que pulsava no seu seio!





Eu fui teu amigo! Abri as correntes da minha confiança e joguei-as aos teus pés! Falei do meu amor e do grande mar que me invadiu quando te vi! Eu busquei o som divino que soa quando o coração, elevado pelo o canto harmonioso do pássaro formoso, peguei-o e fiz o teu alimento e a tua obra-prima! Eu teci para ti, com as minhas lágrimas genuínas; risos de encanto e doçura e mesmo na minha tristeza, fiz silenciar à minha dor e te ofertei o esplendor da minha companhia! Também recoloquei nos teus lábios, quando se encontrava triste, sulfúreo e graciosos contentamentos de felicidades! Elevei-te a supremacia dos deuses e contigo também chorei pelas as tuas fadigas e os teus desencontros na vida! Levei-te a um trono, onde desconhecia a tua alma a sua macieza e fiz do meu peito o teu assento e o teu celeste descanso! Estanquei dos meus olhos as lágrimas e delas sorvi a tua doçura e o teu espírito de mulher! Encantei-me e também procurei sempre fazer coisas novas para trazer ao teu ser uma paisagem alegre e límpida! Puxa moça! O que fizestes? Privou-me e com o êxtase da separação permaneço a fitar um velho barco sem velas e o mar, já não mais suporta as minhas lágrimas, porque, o seu sal explode quando bate nas suas águas azuis, multiplicando o seu sal e causando encalhamentos nas caravelas que nele navegam!

Por que arrancastes dos meus olhos o seu encanto?

Desfazendo em fim aquilo que eu amava tanto!
Por que machucou um espírito que se fez santo?
E a ti cantou! Exaltou teu nome no seu sublime canto!

Não há mais nos meus lábios a alegria: eles não chamam...!
Apagou-se a luz e não mais vejo o teu semblante...!
Puxa! Aquele amor que senti por ti não é mais como antes...!
Por que tu causaste a cegueira da luz que deles emanam?

Feriu-me e nem percebeu que a dor se levanta...!
E dentro do coração morre o seu suave
Aroma...!
Na carne um espinho! Mata a alma que não canta...!
                                             



Por que lançou sobre mim a mágoa da tristeza?
Eu que de ti fiz a mais encantadora e sublime dama!
Entretanto, feriu-me porque tu se fez vossa alteza!
 
Foi-se o primeiro suspiro e dele fez-se o medo!
 

O doce que brotava dos lábios o sal brotou no seu terreiro...
A volúpia que eu sentia em te dar o beijo primeiro...
Perdeu-se e eu me recolhi, retornando ao meu segredo!
Desfez-se o coração em soluços que subiu ao peito!

Uma dor que se alojou, bebeu e fez seu banquete!
E agora quer se alojar por definitivo, bebendo o mesmo leite!
Sufocando-me com suas garras no meu apertado leito!

Apaga-se a vontade que faz suspirar o meu desejo!
Estar morrendo o sentimento que te fez à primeira!
Como também a ânsia de te dar um gostoso beijo!


Fecha-se para ti o meu amor que não é passageiro!
É um grande sabor que sempre viverá a vida inteira!
Nunca trocará aquela que será o seu amor primeiro!

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