terça-feira, 5 de julho de 2011

OLHA O MEU CORAÇÃO

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Em ti estar o cotidiano de uma vida humana
As lágrimas que aflouxam e se derramam
As paixões absolutas que matam e sangram
Fútil grão do amor que anda sem comando

 
Mas ela em ti se torna dolorida e tão grande
E quanto mais luta para chegar à montanha
Eis que aparece aquela mesma força estranha
E tu já não és mais sorriso como fora dantes

 
Entre as revoltas e as dores, são constantes
Querer ser dominado por este odor que sonda
Perfumes que nas tuas narinas são inquietantes

 
E por mais que chore e cause  em ti danos
Aclama pelo o amor que ao teu coração ronda
Padece-te, pois a essência fugiu dos teus anos.
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                A COTOVIA
    
   Ufa! Aqui se faz um belo frio! O meu vinho congela. A minha lareira já não mais consegue queimar o cedro. O pássaro que crio aqui, uma bela cotovia, feita do barro macedônico, com seus olhos de pérolas, caiu-se e quebrou uma das suas asas. Tenho que levá-la ao oleiro, ou ele coloca-lhe uma nova asa ou arranca a outra. É mais aplausível se ter uma cotovia sem uma asa, fechada em nossas mãos, do que aladas... Elas, as cotovias, sempre tendem a voarem e nunca mais voltam! É por isso que prefiro a pomba... Ela sempre volta ao seu pombal! Estou pensando em adotar uma pomba ou então um jabuti, este último, coitado! Não voa e é tão lentinhos que me causa tanta compaixão. E, enquanto eu versejava, naquela noite ardente, sorvendo nos meus lábios lembranças da mesma cotovia que comigo permanece, só que agora, era eu quem voava e ela coitadinha! Quebrada, permanecia inerte e de quando em vez, assim que eu escrevia um verso, olhava-a e pensava sarcasticamente: “Arrebentou-me no último voo teu, mas agora sou eu que posso voar. E a tua imortalidade é minha... O grande voo alçado, e o meu andar é teu. Vamos aqui saber quem é que tem em mãos o coração do outro. E neste momento soou a campainha. Fui atender e um moço amigo meu entrou. Molhado da chuva e lágrimas e sem que eu falasse, ele desesperadamente atirou diante dos meus olhos uma carta, onde a segurava apertadamente na mão e logo foi falando com  sons que soavam molhados.
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             Olha o meu coração!


    - Oh! O meu coração não sente  mais o prestígio sensato do doce ímpar que viceja no mel que anda e corre com o seu cheiro! Há uma debilidade das inconsequências dos atos do amor que são rudes e me apavora! No seu interior não mais existem as tradições ligadas ao gosto e sabor das palpitações dos meus desejos! Já não mais vivo à altura dos sonhos que se sentem, quando se adormecem os olhos, onde se criam doces enlaces de prazer. O meu coração foi invadido, apropriado e agora compartilha com as dores e o desfalecimento de um sonho que não mais persuades o fecundo das riquezas que sustentam o bater de um espírito ingênuo. E parte da minha alma sente a constatação que o articular da minha língua já mais sorve a subjetividade do meu ser, que também, não mais age nas delícias do fretar dos olhos. Podes por acaso, amigo, extrair do meu coração, à mostra dos teus olhos, a explicação razoável da sua solitária ardência?
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      Há uma anomalia no seu pulsar e a construção dos seus momentos são apenas lágrimas e dores que avassalam a minha alma e faz minha pele tremer! É necessário que um renascer venha fecundar e ungir a velha terra em um grácil sabor convidativo. Meu Deus! Que posição atípica faz com que o meu ósculo não se renove? Fica claro que a ignorância do amor é o rótulo da sua falsa crença. O meu ócio cria instantes de insensibilidades e eu... Eu não mais quero o meu próprio coração! Pois a sua estética estar restrita ao juízo do seu gosto e não mais dirige os seus olhares de gostos sublimes às verdades do meu querer! Eu não me sinto consolado, por que cai aos meus olhos a convicção que se desmancham em nódoas de lágrimas de uma solidão. Olha com está o meu coração! Pois as suas lágrimas descem transbordante! Oh! Poderás tu amigo da minha alma, oferecer-lhe o diadema do etéreo singular que sorve o amor? Podes tu pelo menos tentar depositá-lo na palma da tua mão, elevá-lo e suspender as suas dores para que não mais perturbe o meu espírito? Eis o meu coração...
imagesCARX57NJ       Enraizado a uma sensação que é visível a minha pele... Ele vive  sem a sua forma sem ter o perfil do mar, do sol, das estrelas e da lua enamorada. Oh! reminiscências dos sonhos que marca as pulsações dos abalos, suscitam a minha memória os atos dos teus anseios, por que a tua cor já estar mórbida e o teu vermelho não mais tem a coexistência dos meus delírios! Perpetua-te nos meus lábios o sal do teu sabor, a tua transcendência, o teu percurso não mais supre a fusão da língua que na sua distância, não mais recebe as sensações da cor e da luz que se sentes quando se é correspondido pelo o amor. Olhe o meu coração… Uma criação que não mais manipula as dobras dos meus pensamentos, rebelando assim, o criador da criatura, por que as emoções são tristes e cheias de lágrimas. Já não mais escrevem na minha pele os plurais das delícias que invade a sua alma...
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          Passou o dorso da mão nos lábios e continuou:
Oh! Que fiz eu para que ele, o coração que amo não se apaixonasse por mim? A sua espera se acentuam nos conteúdos das emoções da minha alma. Ele me deixou! A sua lua não mais é permeada de tradições, lendas e serenatas... Já não há fascinação, somente choro, tristeza, onde faz pulsar o movimento da impaciência, da solidão que se impõe ao campo dos meus sonhos. Oh! Olha o meu coração! O movimento de o seu ir e vim no meu peito! Não estabelece ligação com os meus sentimentos, não decifras meus enigmas. O seu visual é sufocante e o seu arfar é o contrário dos meus sonhos! E nele já não mais se concentram os meus olhares. A loquacidade do sentido do seu fluir não soa mais a voz lírica da sua beleza. A sua dicção não ressaltam mais a forma exata do conteúdo da minha pele que sugere incisões incorporadas que não mais fecundam no meu ser e nem o místico do meu espírito conta as suas façanhas! Ora, quais são os níveis de significações de um coração?
thumbnailCA9WBEND      Chorar descambado por amor? Fazer pulsar uma alma apaixonada? Oh! Já não perpassam as manipulações da minha imaginação e ele, só me confere lágrimas! Não há uma só luminaria! Já não me é permitido escolhas, por que o ego do coração se estruturou apenas em sorver a solidão. Oh! Que terrível sensação de abandono se denota quando se ama um coração e que se julga superior ao nosso! Eu arrogo os mecanismos de defesa dentro de mim que são as lágrimas, a fonte inexaurível que banha a minha dor. Oh! Que caminhar apertado sigo por dentro de mim! Os protestos da minha alma sente a arrogância da separação do outro coração que tanto amo, transforma o meu estado doentio, sem o processo evolutivo de ainda sonhar, trilhar na esperança de sorver do amor a prosperidade e seu renovo celestial.
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       Olha só o meu  coração...
Sem efeitos, sem ativos das teias vibratórias que faz bater a pele e os sentidos! Eu estou fora do meu corpo e o conjunto das sensações dificultam o avanço do meu fluir que anseia pela a ascensão do bálsamo.
Oh! volúpia ventilada! Solta a tua borboleta como um raio de sol e vem a minha árvore sorver o meu doce! Olha o meu coração! Ele não oscila! Não produz e não mais revela as batidas: o exercício do seu gozo, por que ele estar minado, sem folego e não mais se sustenta nas instituições sondadas pelo os ardores! Eu não tenho o prazer de colher uma pérola e convertê-la em um atributo sedento que revela aos meus olhos a sua riqueza e a sua essência incitada.
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   Ela me enviou uma carta, onde data o seu amor por outro. Ó angústia das portas que não se abrem! Eis meu bom amigo a minha dor, depois recolhas as minhas súplicas e me faça delas um belo monumento à paz que eu não mais vou ter, e nesta noite, devo me fender em fogo sem o seu brilho.
          Estendeu-me a carta para que eu a lesse. Peguei-a e enquanto isso, a minha cotovia se debatia... Acho eu que queria voar... Abri a carta, onde emanava um perfume de separação e li pausadamente.
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              A CARTA




    “Através deste campo que é o meu espírito feminino venho a ti falar do meu coração, em relação ao amor que me devotas. Por que o meu também espírito, não pertence a ti e nem a mim, ele de soslaio olhou para um firmamento doce e se perdeu nas entrelinhas de um desejo soberano. O meu ser e o meu amor são dádivas de outro e são pautados pelo o desejo da pureza do sensível as construções dos seus arfares . A minha razão se fendeu e eu sensível, apaixonada, eis que a outro amor me entreguei, tecendo por dentro dele, um novo sabor celestial, onde os meus lábios afugentou o medo e dentro de mim somente maravilhas da compreensão delirante do que é o amor. Embrulhados e bem protegidos estão os meus desejos e os meus anseios nos braços daquele a quem tanto amo. O seu afeto não sofre alterações! É o ímpar amor... Verdadeiro e doce e eu sei que ele me ama. já não mais rompem dentro do meu seio as dores, por que as complexidades deste amor doce é a conexão do meu olhar. É a pesquisa da minha língua e a mistura dos meus sentidos de mulher que se olham e se sentem amados. As suas vibrações, os seus campos, dele eu extraio os meus perfumes e a mulher que me sustenta, eis que galopa e se transforma nos acontecimentos de vibrações, sensações e pulsações do vivo produzir do seu doce. E eu mergulho nas suas vibrações, por que ele me deu o seu coração e o meu já lhe pertencia antes do meu nascimento. Ele convida e eu mergulho na subjetividade sutil do seu beijo, onde me impulsiona a beber das sus fontes, alternado em mim, a forma, e o sentir, e nestas ações, transpassam os movimentos dos meus ensejos para um mundo que me cerca e faz tombar os meus suspiros. Estou entregue a um amor delirante. Sensível nas sínteses dos meus olhares, onde a mulher que vive e respira no seu pélago, caminha nas construções elevadas dos sussurros com novas transformações que opera no mergulho da minha alma apaixonada sobre as dimensões intensivas do meu olhar romântico.
Peço perdão por não amá-lo e sim a outro. A minha núpcia faz ressoar, eclodir e a sua ressonância, faz tombar em mim, acessando assim, os meus sentidos e dando forma e vida a nova mulher que atravessa o seu território especifico com o seu sistema sensível e cheio de admiração por amar e ser amada.”
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      Olhou-me apertando os seus lábios com os dentes. Naquele momento a sua atenção foi desviada pela a minha cotovia que insinuava a entornar o seu cântico. Deitou o moço o seu olhar enfadado na ave, virou-se e disse-me asperamente, assustando-me:
- Quebra a outra asa dela! As cotovias são assim... Quando bem alçadas, sobrevoam novos licores e tu leste a carta e a ti formulo perguntas: o que faço com essa poética de afirmação que anulam as minhas possibilidades das virtualizações que também sinto! Oh! Cadê o meu ar de festa e o explodir dos seus perfumes na minha pele? Ó Deus! Já não mais buscam em mim as estrelas as suas luzes e a lua tende sempre a desvincular o seu ar enamorado do meu ser!
             Olha a minha composição! O método... O trabalhar em mim dos meus lábios que se confundem com a minha linguagem! A direção das batidas do meu coração... O planger dos olhos que mais parecem uma harpa a soar uma música no silêncio transcendendo das surpresas. Oh! Cadê a imortalidade da articulação das asas ornadas de percepções sustáveis a criação do eterno no ser? A fantasia não proclama o seu real, a sua conclusão, o seu código, o seu signo que são vigentes no modo construtor do espírito. Não posso mais me aproximar da realidade, por que não mais se incorporam em mim, o índice do prazer, o símbolo da alegria. Estes ficam evidenciados que não mais investigam em mim o exposto dos meus olhos, língua e o próprio coração que não mais estudam as acepções das formulações dos devaneios que anseia a minha alma.
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     Circulante é agora em mim a cópia de um modelo que foi desfigurado e com alegorias de risos evadem no meu seio e o meu coração não pode mais fretar, por que os atos que querem a carne, alma e espírito já têm a sua paisagem do efeito que um dia o amor lhes causaram. Oh! Preciso que me dê água para afinar a minha saliva, assim eu cuspireis longe! E quanto à cotovia que crias aqui, além de lhe arrancar as asas, prenda-a e não tente olhar-lhe a face senão se comoverá e aí estará perdido com o brilho dos seus olhos que emitem falso brilho. Ora péloras, ora lágrimas…
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     O moço saiu transtornado da minha casa. Quanto a minha cotovia… Lá estava a me fitar como se pedisse que eu a levasse para  conserto da sua asa quebrada.
     É como se ela falasse: “Eu domino os afetos das construções dos teus sentimentos e de mim o sensível, o campo restaurado da tua imaginação sondas as tuas forças que se deparam com a fragilidades dos teus domínios que caem ao toque do meu corpo e que faz alterações na tua razão e acima de tudo no prazer que eclode volúvel, quando eu te tenho em mãos. “Deixe-me de novo  voar por que eu sou A POÉTICA DO TEU DESEJO”
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    A verdade  será lançada e está em dúvida! Devo levá-la ao oleiro? Acho que fiquei com olhos hipnotizados... É... Definitivamente  levarei para o conserto e se ela voltar a voar? Ora, quem é que entende os sentimentos humanos? Acho que devo dá-lhe uma nova chance...Tomara a Deus que ela não se meta a voar com a força de uma águia, senão... Ufa! Estarei perdido!


Meia noite e alguns minuto e, enquanto uma mariposa veio e brincou com a minha luz... Em poquississímos decímos de segundo eu pude entender:  ESCREVI E PUDE COMPARTILHAR O  SEU DOCE... QUANDO  ELA SE DELEITAVA COM A  MINHA CLARIDADE... OBRIGADO DOCE INSETO PELA A TUA INSPIRAÇÃO...

Um comentário:

  1. Amigo poeta...De coração vasto e cheio, que transborda sentimentos, emoções e palavras. Parabéns pela tua destreza...Te admiro, digamos assim, a tua brincadeira com as palavras.
    O coração às vezes parece ser um ser estranho dentro da gente, que nos manipula; ora está a nosso favor, ora está contra.Deve ser porque dele emana e por ele transpassa o que nos mantêm vivos.Muitas vezes prefiro não falar, apenas sentir os enigmas desse 'ser'...
    Parabéns pelos belos sonetos, poemas, poesias, etc, etc.
    Abraço e fica com Deus, sempre!!!

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