O QUADRO: ÊXTASE E FOGO

“ Farei que o teu peito seja entumecido com os meus olhares áureos, trêmulos… O ápice da minha sedução a ti se entregará e o oceano da tua alma se unirá ao desejo da minha insinuação na tua boca… Feito um laço de fita e que te fará calar na ligação do teu céu com o  meu paraíso que sucumbe no fruto delirante da tua paixão… Rasgarei o teu coração na presença dos teus suspiros… Atrelando os teus lábios na febre édenea do teu espírito que imporará a ti uma festa cheia de habilidades da minha sedução, despindo assim, a luz que na sua claridade levará a tua alma a se afogar nos teus sorrisos, fazendo gotejar os ecos da tua consciência, elevando a altitude do teu coração que se comprimirá entre os desvairados ais que pulsarão dos teus lábios e receberão as recepções dos teus múltiplos momentos de gozo…”

             Evidenciei o primeiro meu episódio lírico, nas composições dos sinais que foram visíveis em mim, quando olhei pela a primeira vez o concerto dos seus lábios com  as suas elevadas harmonias no seu abrir e fechar. É, quando para mim ela sorriu… O seu fluente sorriso soou: ecos, sinais, entusiasmo e um virtuoso estilo abundante de recepções festivas com o seu perfeito domínio da sua língua que dentro da sua boca o seu próprio corpo seduzia. E depois daquele dia, mandei que se pintasse um belo quadro. Remeti a um amigo meu por escrito em um papel molhado de lágrimas de saudade… Os meus primeiros suspiros… A minha admiração e o meu amor que naquele dia nascera pela a doce ninfa... Mandei buscar tintas perfeitas, onde a sua cor pulsava vida e se fazia mover, quando, exposto o quadro no meu quarto, sempre ao dirigir o meu olhar para a tela… Suspirava o meu espírito e o seu hálito subia as narinas da minha amada, dando-lhe assim, a minha vida, docilmente a minha primeira e única enamorada que me sorria e também me servia como bálsamo da minha espera.
           Ah! Deves pensar que a febre ardente me queima! Que a debilidade do meu espírito se torna visível na minha face! Mas, aconteceu que eu mandei pintar um quadro, sem as contradições e acontecimentos que são denotados nos sentimentos humanos e nos seus disfarces.
              - Darei nesta tua pintura toques sensíveis… Emotivos e todas as noites a tua musa sairá da tela e contigo fretará e permanecerá até o abrir da alvorada. Disse meu amigo pintor
              - Como assim? - Perguntei-lhe…
              - Apenas creias... - Retrucou-me ele com o seu olhar de talento e continuou - Retirarei as tuas emoções, sensações e o teu amor e misturarei em cada cor de tinta.
O vermelho eu retirarei do teu sangue e ela pulsará vida... O amarelo será retirado das tuas carnes e ela te amará e o azul retirararei dos teus pensamentos, formandos assim, duas vidas que terão os mesmos desejos, emoções de iguais medidas… Portanto, não haverá entre tu e ela diferença: o amor será dividido com o seu mesmo grau de intensidade e  será a perfeição entre dois seres que se amam e se entregam.

 
       E, não sei se foi por caso, naquela noite eu me maquiei e ornei todo o meu corpo de um sedutor bálsamo, onde o seu odor causava desespero a minha solidão. Olhei o belo quadro da minha amada, suspendido na cabeceira da minha cama e fui dormir, pois o cansaço de um corpo extasiado aclamava pelo o consolo de um bom sono e, tomado pelo cheiro do meu corpo, eis que  adormeci e parece-me que sonhei... Apenas ouvi um sussurro nos meus ouvidos que fecharam ainda mais as minhas pálpebras:
           “ Não abra os olhos senão a tua fonte secará e a tua solidão retomará o teu bosque e tu não mais tremerá com a beleza do amor primeiro que anseia o teu coração e o teu espírito que vaga no seio da procura dos ensejos vitalícios do mel que sucumbe ardente nos teus lábios.”
“Instrumentos que possibilitam fechar os teus olhos, Ddepois abrir, exasperar –se e fazer soar a forma do teu corpo como um campo ornado pelos os perfumes e licores, compreendendo-se assim por dentro de ti o buscar da construção do teu desejo , reivindicando a total interpretação das leituras da tua pele que impulsiona o entra e sai da tua boca a tua língua, quebrando os teus obstáculos, analisando as tuas profundidades, configurando melhor o teu mover nos caminhos dos teus diálogos indecifráveis, mas de um exílio só teu. O símbolo se deslocará, ingerindo em ti as variações do meu doce com  as sequênciaa ritmadas dos teus abalos infinitos e toques vibrantes dos teus dedos que marcharão para a visão do paraíso eterno...”
         “ Onde os vestígios reveladores será o suor que aflorará em cada orifício da tua pele… Poetizando assim o sal que será doce… Afetando o coeficiente da tua subjetividade que explodirá constantemente nos diálogos de uma voz, levando as  tuas narinas os odores da flora... Ferindo os teus sentidos e te vendo fragilizado com o auge da minha inclinação nos movimentos do meu corpo que cada vez mais atingirá os níveis altos até ao teu período de repouso. Verei desenhar lento no teu corpo o fragrante esforço dos teus músculos..
É o teu olhar que me interessa...
E nos entusiasmos dos teus olhos farei os meus acontecimentos férteis e em mim terá também o mesmo nome: “êxtase e fogo” que interpretam e integram os ocultos dos teus desejos e o superior devaneios da tua alma. E a tua carne será penetrada com os mais finos sabores, onde o meu sangue suave e lírico será sensível e doce para sempre na tua lembrança.
     O sublime...O complexo emocional ... A reflexão dos teus sentidos continuarão  traduzindo nos conceitos da tua língua, vendo-te entre lágrimas os teus sorrisos de resignações inesgotáveis, respirando assim o expectador deslumbrante que carrega a magistral construção dos teus sonhos...”

      Acordei suado e quando dirigi o meu olhar... Lá estava o belo quadro com a imagem da minha amada...Deduzi que antes da sua colocação na parede do meu quarto ela não sorria… Porém, olhando-a, percebi que pelos os cantos dos seus lábios ensaiava um leve sorriso... Ora, fiquei  em dúvidas: Será que a minha amada desceu da sua moldura e veio até a mim ou fora eu que subira? Ora, nada disso importa... Anseia a minha alma que não mais se tenha dias e sim, somente noites ardentes, onde voam as fantasias e o peito trêmulo suplica pelos os sonhos ardentes que se movem no interior da gente...






Puxa! Já ganhei o meu presente? Que doce moço meu!!! Linda a composição e neste domingo o meu espírito é só vaidades!!! Devia ter me chamado porque o meu sax virou vasilhame das minhas lágrimas....Muito obrigado filho meu pela a lembrança e ainda mais pelo o grande homem que aos poucos se faz dentro de ti....Obrigado e ficou linda a minha música...