quinta-feira, 15 de março de 2012

CARTA EPISTOLÓGICA

Ao jovem poeta lírico
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São iminentes dentro do teu peito as digressões alucinantes e longas das investigações do teu coração, em busca do simbolismo subjetivo, nas imagens do teu consciente, para desenvolver as fantasias inconscientes que se arrastam em ti...
Articulam no teu corpo a síntese priorizada que traça intuição na estrutura do teu olhar, onde as visões criadas são emitidas para a conexão do teu ser, e esse, absoluto no domínio do teu espírito, eis que a epistemologia do símbolo do amor estabelece as bases dos seus pensamentos, onde esses, sem domínios das tuas forças, entregam-se na poética arte da fenomenologia, de conotações reveladoras, de diversas análises, que tece o teu coração, quando, no silêncio, perguntas a causa do amor que em ti subiu, oriundo da tua alma, porque, entregou-se tudo o que estar em ti: carne, alma, espírito e pensamentos, a uma doce paisagem com belos fluídos e que agora, sucumbe-te a ela e não mais consegue disfarçar, a anatomia dos seus atos e suas ações que flutuam na tua pele e se aprofunda nas tuas carnes...
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O relato que a mim foi dirigido pela a tua febre: as inquietações que abalaram os alicerces das estruturas da tua alma; eis que eu aqui estive a estudar silenciosamente os teus sintomas, procurando identificá-los com os seus artificies ingênuos...
Os rituais do teu coração fazem a modelação dos teus olhos se tornarem empenhados, em analisar a obra que se levanta dentro de ti. Introduz no teu ser, a poética do lirismo... Os abalos milíticos de tremores sistêmicos, e nos ciclos dos teus lábios, começa a desenvolver os rituais de complexos, onde nos seus trajetos mitológicos, começa a romper, como sentes agora, a divindade do amor que avança, no conjunto do teu ser, e eis que a introdução do seu gosto escolhe a tua boca para desenvolver o seu épico, a sua grandeza. É o começo, quer seja do seu todo, quer seja, apenas da sua parte...
Depois de reunidos os dados do teu desabafo, analiso agora o trajeto da discursão da tua língua sobre o seu intenso, e agora convivem contigo as ardências, os abalos, os calafrios e os frios nas tuas entranhas.
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O espírito da palavra mergulha nas formas dos teus pensamentos, com o seu vocabulário, traduz o ajuntar de tantas alucinações do teu espírito.
As picadas vertiginosas desenvolvidas e exercitadas pelo o imenso panorama do amor, eis que, com o seu sistema de tendências perfeitas, onde o seu ardor faz prender a coerência do seu método por dentro de ti, deixa-te exposto a sorver dele a imaginação que faz pulsar teus olhos, tremer teu corpo e abalar o teu coração.
O autor detonador desta tua metamorfose, o amor, nas citações privilegiadas dos teus próprios lábios, pois, o que me parece é que sempre passa a tua língua nos lábios para melhor sentir seu gosto. Começa a erguer em ti o seu repertório, as sequencias dos seus conceitos e os fundamentos lógicos da sua existência... Ele procura alcançar em ti imensas concordâncias da sua delícia, do seu sabor e êxtase. Em imensos saltos o seu profundo toca, toma o teu coração e nele infiltra os seus processos, visando a sua própria interpretação: se é bom ou ruim o seu fluir...
O seu abortamento no teu coração causa uma odisseia impactante. Intensificam os volumes dos lábios e a sua sensação de passagem pelo o teu íntimo, cria uma vertigem convidativa, colocando-te nas deslocações do teu eu que se entrega nas viagens das reflexões e razões, em querer beber o seu maior ardor: o mel...
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Pergunta-me:
“A minha lucidez, quer seja diurna, ou noturna, não é mais dinâmica, concebendo nela, os dominantes símbolos de angústias, tristezas e solidão.”
Eu te respondo:
Os elevados sentidos se aplicam agora no teu imaginário, porque esse é o meio existente de interpretação da tua linguagem. Estás preso no digestivo cíclico do habitat do amor, onde os teus alimentos são agora dramas, com a sua técnica errante e que te faz chorar. Os teus gestos são inconscientes e a dinâmica das tuas inquietações, promovem dentro de ti as suas manifestações, onde toda a reação pressupõe-se uma ação, no caso teu... O choro!
Não existem argumentos, quando a função reproduzidora, neste caso, o amor, aloja-se no peito, não sendo convertido pelo o enlace permissionário do outro a quem se ama, eis que as vertentes infinitas dos círculos mitológicos dos monumentos ocultos, levantam-se e fazem a sua orquestra de impulsos não correspondidos, gerando uma fantasia recalcada, sem a abordagem dos seus elementos dinâmicos por entre o coração. As portas do teu espírito que ama permanecem abertas, entretanto, recebem os fluxos, mas os influxos das suas batidas no seio, não sobem as narinas e afoga a tua alma que sempre estar no anseio de receber o seu balançar que não vem.
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O realismo sensorial vem sempre do teu imaginário e o método da tua entrega, paira somente no universo dos sonhos, e nesses, a vivacidade é tão grande, que as suas generalizações, implicam na desintegração da carne que grita e sorve, por insistência, o perfume recolhido do modelo artístico do qual sonhas.
Há um fantasma dominante que atravessa os sons da tua boca que não fala, para dar ânimo, entretanto, é mais uma fantasia de esperança que o próprio coração atira dentro de ti.
Os conflitos encandeiam e revelam o dilema de quem ama sem a devida correspondência dos olhares femininos. E parece-me que o feitiço do vinho, enlouquece as ervas e os perfumes que percebem o espelho da tua pele, e aclamam pelo o seu andar de ardores. Ouvem-se línguas de candelabros inflamosos que sempre chamam: "vem amar..." Entretanto, acho que é o teu caso, deves amar e não esperar ser amado...
Teu coração já não mais suporta os ambientes adversos, ou seja, não pode vê um beijo na boca, uma carícia na face, por que a tua pele evolui a cada toque que percebes teus olhos, e nas rachaduras vulcânicas da temperatura do teu corpo, já são aplausíveis os santuários de estrelas que dançam diante dos teus olhos e não permitem que sejam tocadas pelos os teus dedos. Elas te afrontam e te leva a ardência da sua febre cheias de delírios.  
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Veste em ti o delicioso, com o seu enredo de vozes convidativas... O inquietante desejo da tua paixão é encontrado, e, exposta aos teus olhos nus, ela observa o transitar por dentro de ti das visões eróticas da sua carne... Que te afaga o peito, levando a tua boca os beijos de ânsias, e no mar da sua consolação, eis que matas a ti mesmo, em querer amar a luz do seu aniquilamento...
Tu vives uma luz que não se apaga
O movimento do fogo que é teu calvário
Na sua cruz abrupta és  crucificado
E a sua chama ardente nunca te larga
Já não usufruis dos seus altares sagrados
Dos seus doces elevados montes mais altos
Não mais calças as suas sandálias de pratas
E também não mais visitas os seus santuários
Nos teus olhos já não acendem seus candelabros
A sua porta sempre fechada e nunca se abre
Do seu azeite só bebe quem vive nos seus palácios
E o seu espetáculo maior em ti não mais arde
E por mais que lutes, como usar a arma?
Invadir o seu reino, dilacerar a sua casa?
É dentro de ti que ele faz a sua morada...

E essa força invisível te arrasa, te mata.
Não alcanças os seus louros e sempre falta
Como os seus frutos são tão altos
Na tua língua nenhuma gota da sua água
E ainda queres tu subir…Subir e nele voar alto?
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Cuida-te, por que a flor é portadora de mistérios… Latentes vulcões vivos... Feitiços púrpuros... Pérolas que revelam o seu Narciso... Tâmaras com gosto de maçãs: o símbolo da discórdia... Portanto, se morderes uma tâmara e nela existir o gosto de mação, cuspa fora, porque, certamente, irás recolher todas para a tua necessidade. Afinal, são nas maçãs que os bichos são mais doces... E provocantes....
Devemos nos entregar a quem nos consola, no teu caso, a métrica, e eu, ao vinho...Devolvas-me depois os sinais que foram enviados a ti, porque, olhando a minha pele, sinto os mesmos enigmas... Os mesmo sintomas, possivelmente, entre eu e você... Você escreves e sentes as dores, e eu, bebo e rio do teu mal. Quem sabe, podemos consolar um ao outro, olhando o fluir nas nossas peles do trânsito progressivo dos ardores a suspirar pela a vida... E se por acaso, encontrares um outro bichinho na tua maçã, por favor! Envias-me, porque eu perdi os meus dois au au e estou só a olhar as suas casinhas solitárias. E quanto ao bicho da maçã, mordendo-o de novo, feche os teus olhos porque o seu gosto está na sua visão. Afinal, bicho ornado, cabelo preso, batom nos lábios e perfumado são danadinhos de convidativos para a nossa boca. Atenta-te!
 
  Carlos Alberto
    albertoesolrac
  silêncioelágrimas

Acredite quem quiser: sofro pelos os dois meus au au que foram doados. E a ração foi também com eles...

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