SONHOS

Bate um coração...! É porque assim eu o sou...? É um instante...! É uma alma forte que une os meus suspiros aos seus...! É um fruto delicioso...! É um leito que me abriga; onde me consinto, me permito e por isso sou eu que vivo no meu coração...! Por que o meu presente é lúcido e cheio de preces que se elevam e fantasiam os meus olhos!
 

     Ah! Os sonhos se movem como uma sombra instável, mas em mim é um raio que rasga o véu da noite e parte de súbito o meu espírito! São odores...? São lágrimas e respingos dos meus desejos? Ou é o meu constante coração a suspirar por vida? Aclamando, pedindo e implorando! São confissões, onde ardem à luz de um candelabro às suas reminiscências! As pétalas e as pérolas do meu espírito procuram nos lúcidos abalos do meu corpo, quando meu coração paira e respira a luz do meu olhar... o frescor e a magnitude do prazer que me envolve e trás gosto a língua! Eu sou o ledo apaixonado que vagueia no noturno e no frescor da pele! Eu brinco, eu rio e sonho, porque cavalgo a todo instante no meu corcel imaginário, mas sensível ao meu toque! 


Vou me revelar ao verdadeiro sabor da tua língua! Ah! Enamora-me e também me arrebate à formosura  o gosto do amor que me comove, porque o espírito aéreo tem voz sincera que eclode de um mar profundo, dos sentimentos belos e doces! A minha fantasia te revela, porque eu sou sonhos e deles retiro o meu alimento e à minha sustentação…!
 


     Minhas narinas vicejam o som dos ventos sibilantes do mar visto pelos os meus olhos! Os belos labirintos do meu espírito são cômodos, onde sibilam as canções exemplares que meus lábios entoam! São românticas, apaixonadas e cessam os odores situados no meu interno mundo! E como enfurnam na minha pele os queixumes dos beijos buliçosos que são relembrados pelos os meus lábios! E neste bosque tudo é meu...! O seu cheiro, o seu ardor, o seu palpitar e a sua eloquência...! E não poupo a mim as suaves recordações profundas, porque posso sentir a ardente flecha atingindo a influência das minhas lágrimas que jorram nas minhas pálpebras, até quando me entrego ao meu sono, à minha alma é


enamorada, viva e sagaz...! E nas tentações da noite, quando encerra o ciclo da claridade, eis que me pego na minha campa, onde não fico só, porque todas as vidas do bosque me contemplam! E o vento se inclina e murmura nos meus ouvidos: “como aqui tudo é belo” E o meu corpo, tomado pela a fluidez e o seu doce hálito, se prostra e se derrete em ouro, ornando assim os meus sonhos...!


     Ah! Imutável, permanente, inalterável é a realidade dos meus sonhos...! Enquanto à minha existência é mutável, por que ela afeta os meus sentidos e me causa dores e mágoas! Eu posso viajar através da trajetória da minha realidade, dentro de uma nova aurora e nunca ser ferido ou machucado por quem quer que seja!



Ah! Solto às minhas investidas nas tempestades da vida; mas nos meus sonhos, é impossível não ouvir o estrondo do meu êxtase se formando nos meus olhos...! Que ensurdecem e alegram os meus ouvidos com a sua beleza, altivez e grandeza!
 


As chamas violentas da existência tentam me aniquilar, com a sua fúria, mas o alimento brando do meu espírito, não me deixa  abater, porque eu sou forte, sou viril, sou cheio de forças, portanto, os furações terríveis que levam o fogo em si de desânimo, não me abaterão... Porque eu sou desejos e lutas e o meu espírito é fecundo e não se deixar ser alvo de dardos nocivos ao seu resplendor!
 


Sinto nos sonhos uma faísca que inflama os mais valiosos princípios do meu coração... Que age e movimenta a consciência exemplar do meu espírito, porque o fio de luz que une o meu céu, são estrelas dirigidas...! Vastos tesouros que se agregam nos limiares dos meus olhos, deslizando o seu afã e as suas palpitações para a claridade de um novo mundo que em mim habita e elevam os meus sentimentos, e porque também... Eu sou um viajante que anseia por uma gota d’água de um amor verdadeiro...! Medindo assim a sua maior grandeza que um dia se perdeu...!

Sonho, ora...! Porque assim eu rompo com o mundo e não quero submergi no futuro a perda do equilibro do meu ser que foi resgatado de um cárcere e não quer outra vez, levar a instigação meticulosa a alma que um dia foi morta, vazada e trespassada por lúgubres visões doentias de um amor febril!


Eu partilho o nascer do meu interior com as aspirações renovadas dos meus sonhos que se desenvolvem dentro de mim, fazendo um momento seus e meu, onde se constitui o todo de uma vida, porque eles se movem na essência do meu ser, abrindo passagens, rompendo barreiras, determinando assim, as conexões que foram evanescentes, mas que agora transpiram e pulam no meu seio, atingindo o ponto de repouso, absoluto e conhecido por todos, que é a felicidade...!

O meu conteúdo vêm dos meus sonhos, que determinam os meus movimentos, onde se esvai o isolamento de uma vida que foi vazia! Eu sou o intérprete dos meus ricos sonhos e atribuo a mim mesmo, o seu significado e o seu efeito, porque assim sendo, posso afugentar do meu peito as dores que me foram impostas pela a vida e novamente voltar de novo a sonhar! O amor não me quis, mas os sonhos vêm e como crianças sorriem e me faz viver por toda a eternidade...! Olham-me e dizem: "Vem viver...!"