quinta-feira, 25 de novembro de 2010

CÂNTICO AO SOLRAC

cenarioAtrevi-me, ó cândido amigo! Atrevi a ti exaltar em um cântico, porque tenho visto no azul translúcido das tuas lágrimas, onde fecunda com ímpeto, o íngreme e tortuoso espinho, e as tuas palavras se perdem no crespo, quando o teu rio secreto converge em ti, causando assim, a falta de oxigênio nos teus pulmões!
Atrevi, ó belo propulsor das águas! Grande espelho que se reflete no seu balançar! Atrevi-me  alagar, irromper em grande quantidade de água o meu coração, e dividi-las, também contigo, em contínuas  partículas de pedaços e jogá-las no seio  das tuas correntezas, para que  naveguem a procura do bálsamo que trará refrigero ao espírito do meu íntimo e extremoso amigo Solrac!
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Convalesço-me em febres ardentes, onde permutam nos meus pensamentos as dores atrozes da minha preocupação! Sou levado na dormência do meu olhar a sonhos insignificantes e rudes! Tenho constantes pesadelos no meu leito!  Já não me deixa só a tristeza e a dor! Estendo no meu campo às minhas penitências e às minhas orações! 

     Às minhas súplicas as derramo todos os dias nas folhas que agora estão secas e sem brilho!  À minha terra está árida e as  lágrimas  já não mais fluem com suavidade, porque o meu inverno e à minha primavera já se foram! A visão dos meus olhos estão mórbidas e padecem!  O meu campo nunca mais foi arado e a relva  daninha não morre, pelo contrário, crescem até mesmo com a falta de chuvas! Denoto nelas... à sua grande alegria em permanecerem como tapetes dos meus feridos pés que sangram nos seus abrolhos!
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 Ó águas profundas! Águas que sentiu e viu à minha nudez e o sabor do meu corpo! Águas que tiraram às minhas sujeiras e matou também minha sede! Eis que a ti venho como a única fonte da minha purificação sensata!  Levanto a ti um exaltar, como pedido de socorro, que me busque e sare o meu amigo! Por que fostes tu que curou as lepras de um leproso! Fostes tu que matou a sede de todas as espécies de vidas!
Ah, vida!
Inarrável é o absinto da tua  triste melancolia
A tênue luz cega que agora em ti rodeia
O grilhão que te alça e prende em cadeias
Os ares ufanos da tua  afeia e rude  letargia...

  É  tempo de festas…! Dançamos ou choramos..?


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