DOIS SONETOS
(COM EMENDAS)
(COM EMENDAS)
E
UM
POEMA DESESPERADO.
Sinto frio, a terra oscila e eu
caio.
Vejo o céu nu oculto nas trapaças.
A noite tem marcas dos fúnebres
passos.
Cravados no abandono da minha carne.
O vento úmido mistura se com o sal.
As lágrimas que dos olhos caem,
Tento saber o que se passa...
Entre o céu e a terra que se esvaem.
Nada sei... E se sei... Confundo-me!
Com a semelhante imagem criada.
Igual a minha... Logo o mundo cai.
Cai, sim! – Ergo-me levando a graça.
A dor que a mim fora amputada.
Amanhã o universo por mim passa.
POR QUE...
Como se tem o dia também se tem a
noite.
Entre a vida, tem-se também a morte.
Viver é preciso se ter consorte
Mil bússolas
Para se chegar ao norte.
E ainda ter sorte.
E ainda ter sorte.
E
“eu” ainda...
Ergo
os olhos percebo uma miragem
Aspecto
horrível que forma o sonho
Bebo
do cálice e a sobra eu ponho
Na
comida que me leva tua viagem
Envenenarei
tua alma que é maldita
Entorpecer
a ignorância da tua calma
Farei
da bendita tua alma amada
O
instrumento para chibatar tua carne
Pérfido!
Ingrata foi tua vida vazia!
Aos
outros nada fizestes, só roubastes!
Não
salvou quem naufragou no rio!
E
teus olhos incandescentes ardem
Essa
vida vazia que se acha
Fecunda
pelas dores dos teus passos
"O ESTRANHO"
se insinua no resguardo do seu
medo.
Lança
o fulgor de uma luz que lhe cega os
olhos.
Contornos
irregulares das pupilas que queimam os
abrolhos.
Açoitado
e a murchar
na dor o coração aflito
delira.
delira.
O
cansaço oculto vem à tona, e amordaça-me a mesquinhez de um entre errante, a
habitar o seu remorso alarmante, e nas nódoas de pecados confessados, eis que
ele se torna mais anjo, entre caricias de beijos profanos, voraz e a sugar os
prazeres das suas insolências de serpentes, a víbora eleita e asquerosa
esposa, distinções rígidas no habitáculo
da vida humana, e hiante a falsa profetisa se levanta, e dentro de um crânio do
engano, e sob o olhar de um anjo que tem
fome, esfomeados ouvidos a exortarem os pedaços de desenganos, e bem profanos
as velhas bacantes o convida a beber dos seus corantes, e temerário passo
esquelético, e da sua refeição não como, mas sinto tanta fome, e a cúpula apocalíptica me chama, e pálido no
sol ofuscante do seu império me escondo, e afronta-me o ornar vulgar do seu
diadema no carnaval do velho dilema:
"Como ou não como?”
Mas
sinto tanta fome!
E
fervilha
o crânio indistinto, e que respira o ar que borda o veneno das hienas, escorpiões ululantes, míseros desenhos que estupra a paixão, iníquo detrito que da língua emana, e chama como se ela fosse santa, emoção que se agarra em um caixão de espanto, e se planta falsidade no patíbulo hipócrita de uma boca que aclama a dizer que sempre sente fome.
o crânio indistinto, e que respira o ar que borda o veneno das hienas, escorpiões ululantes, míseros desenhos que estupra a paixão, iníquo detrito que da língua emana, e chama como se ela fosse santa, emoção que se agarra em um caixão de espanto, e se planta falsidade no patíbulo hipócrita de uma boca que aclama a dizer que sempre sente fome.
-Então
coma demônio!
Carlos Alberto
albertoesolrac
silêncioelágrimas
Brasília, 16/01/2017
21:11
Carlos Alberto
albertoesolrac
silêncioelágrimas
Brasília, 16/01/2017
21:11