segunda-feira, 12 de setembro de 2011

RASCUNHO DE UMA LÁGRIMA

lagrimas                 SONETO
Olhos inesgotáveis!  Lágrimas que correm…
Sorrisos que se abrem mais não existem…
Lábios que se mostram vivos… Sentiamém…
Quando o coração e alma extasiados morrem...

A expressão de uma face na sua indiferença
O sentir da dor que corre no nível subjacente
O fim se alastra ! Pobre misero coração doente
Não vence os obstáculos e morre na letal doença

Ah! Êxtase é o fogo que caminha  tão ardente!
O corpo é quem sofre as insanas consequências!
E com os erros não toma isso como experiências!

E caminha o espírito com a grande dor que sente
Causa pena o coração que só vive de aparências
A face triste  já se percebe os sinais e evidências
thumbnailkkkkkkkkkkkkkk         Devo incorporar aos meus olhos a manipulação de uma lágrima e analisá-la, injetando no seu minúsculo corpóreo, um pouco de mel, porque assim, ela alcançará, atrelada ao seu desejo, a estesia incomparável do sentir que se aprofunda como espinho. É preciso que ela se derrame e me vista com o seu sal, para que eu possa sentir o seu açúcar, impregnando depois, a fusão dos gritos e sorrisos... Ah! Certamente o entendimento falta à língua que não mais se desloca na boca! A minha é volátil e precisa do mover… E o seu bater nos dentes… Para que ela possa sentir que  eu vivo e respiro, mesmo amargamente, o sal e doce da extasiada vida.
             Ah! Mas quem chora são os olhos! Assim me diria um Eu que navega nos níveis superiores e à medida que prossegue, ele aborda a transformação da alma com a união da sua consciência. Os sentidos e a coragem da sua visão com o paradigma do seu olhar nos seus belos estágios progressivos e delirantes...
thumbnailCARX18FPLevo para as construções líricas a configuração do eu sensível nas suas descrições, surpreendendo o espiritual com a sua curiosidade.
Arroga-te, ó lágrima! E na minha memória a tua razão! Não quero deixar por dentro de mim zonas obscuras e vestígios de sombras no labirinto da sonolência dos meus enfados!
Não quero receber o apanágio da tua morte, e sim, arrancar o corpo indiferente do meu espírito solipsismo e encaixá-lo nos seguimentos e entrelaçamentos do êxtase.
Espartilha na minha face a visão das tuas concepções desenraizadas e a matéria do teu insensível no meu coração, fazendo os meus olho chorarem, perdendo-se assim, nos meus lábios, o encanto do teu salgado e a compreensão do teu mundo-sensível. Corre, ó lágrima! Corre no anonimato e advém com a tua reversibilidade, porque o teu escorregar na tessitura da minha carne revela o teu mundo, possuindo com intensidade os perfumes do teu campo e o olhar que articula a perceptiva sensação viva do estado da tua consciência, por ver um espírito chorar demasiadamente, quando mergulha na desvelação dos teus desejos  e nos vértices crescentes das tuas dores.
iiiiiiiiiiiiii      E quando a minha voz soa... Ecoa molhada
Cai-se o pano do meu olhar é rotulado e arde
O minha pele se abre... E aquilo que se chama carne
Treme-se em uma ilusão de pétala despedaçada
E eu descubro a mão do amor que enlaça e afaga
Reviravolta de sentimentos no seio confinados
Sorrisos mórbidos dentro do coração dissimulados
Chuva torrencial que envolve o coração na chaga
Mas eu disse: “ Filho meu, fiques aqui comigo...
Não é hora ainda de visitar a imensa plaga
Não estás preparado para o desconhecido”
Ah! Eu quisera apenas ser o teu melhor amigo
Agita-te como água do mar…Os ventos…. A vaga...
Ah! Eu choro porque eu tenho te perdido...
imageszzzzzAh! Corpo que sofre atropelos! Ah! Face com o seu receptáculo ora chorosa, ora alegre! Descobre o tecido suave do teu resplendor e craveja na tua alma doces estrelas, para que seja sempre radiante o céu da tua face! Procura o sensível manifesto da tua delícia e faz habitar no teu espírito os gozos dos sorrisos ingênuos! Eu sou um ser e a sua totalidade é um corpo exposto e nu, onde o meu olhar foi esfolado pela a presença de um cacto e seus espinhos... As minhas paisagens… O meu universo com o seu principio de interpolação múltipla, desenrolaram no meu ser as suas intencionalidades de dores e a ausência do bálsamo me foi negado. O seu legado foi estendido no corpo frágil e pequeno. A dor...
Oh! Acaricia os sulcos da minha pele febril!
E faça surgir o oxigênio nas suas dimensões sensíveis...
Atinha-te nos latifúndios sensatos dos níveis...
Faça descer aos meus olhos teu céu de cor anil...
ooooooooooooooooooooo              Ela me estendeu um presente todo bem arrumadinho e disse:
- Ah! Eu não te esqueci! Comprei para ti... Abra-o e vamos felicitá-o pelos os suspiros de mais um ano de vida que emana do teu coração...
A verdade foi que, quando eu abrir aquele presente, soltei um gritinho bem abafado, um ai... E a ponta do meu dedo sangrou. Foi quando ela cantou os parabéns e depois riu, olhando a gotícula avermelhada que descia pelo o meu dedo...
- É um cacto... – Disse-lhe já levando o dedo a boca para estancar o sangue...
- Ah! Queria saber se ainda estava vivo. - Disse-me ela.
“Afinal... Eu vivo e ainda sinto o meu ser bruto que é loquaz na sua consciência...E que se cumpre no meu sensível o seu absoluto caminhar, escrevendo o seu sentido e o seu sistema prisioneiro em um homem. Na sombra do seu aspecto: Ela pensa ainda que é humana.”  Pensei comigo, enquanto  olhava o cacto e o comparava com o tom avermelhado dos seus lábios que riam. Obrigado pelo o presente, afinal, é o meu aniversário! Sendo até mesmo cacto o que importa é ser lembrado. Esperarei soar nesta noite o sino e cantarei para mim o cântico de parabéns. E tu espírito... Não me culpe pela a tua solidão... Ouça a tua música e voe como sempre...

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