domingo, 12 de fevereiro de 2017

SOMBRA E LUZ







SOMBRA E LUZ
Os rastros de um olhar 
sob as paisagens fechadas e melancólicas, e que deambulam o grande relâmpago da solidão, duradoura aflição, e bem onde na sua biografia poética o seu personagem exótico traça lânguido a luz inerme dentro de uma sombra, e onde a coleção dos seus ruídos conduz a vulnerabilidade da sua alma, e também de onde se subtraia o desejo, e que esse se converge à absorção dos seus anseios em um grande templo da desolação.

Percepção anêmica, e bem
  desarmado o seio que bate e treme, e que suscita sobre os passos fugitivos doidejantes despedidas, e que não contidas tristezas se alargam, e que depois apagam as riscas das alegrias, pois não se lhes aliam as fragrâncias da flor, e que exclusivista não planta o seu odor no sabor.

Além e remota a
 plangente lua chora com os seus contornos
 murmurantes. Constelada fantasia onde nas suas bordas azuis pousa a dor.

 Palpitações e anseios 
soluçantes onde tomba o frescor do amor, e que ecoa convulsa a agitação que vibra febril no pulso do ardor, presa, insensível aroma que não denota nenhum sabor. Íntima escuta que não se eleva o seu esplendor.


Eu tenho sono
 dentro de um súbito olhar que transita à flor da pele, e onde o seu gesto ameno implora pelas as promessas que na nau das lágrimas caminham cheias de faíscas entrelaçadas, e com enormes partículas que alimentam o imaginário. Negra miragem de um ósculo que no seu cenário esconde seu doce, e que apesar de ser tão triste, o espírito que vela no jardim tem o tom significativo da surpresa imóvel que odeia mentiras, e que partilha as pálpebras com o sal que afoga as luzes nas sombras das dores. Músicas com melodias e suas estações entre duas dimensões dos lábios, e sobe e desce como se fosse uma fragmentada ampulheta. Um som lânguido que vem banhando solitário e confuso uma boca que não se molha, e com a sua língua embalsada que estremece intrépido os lábios que se mordem.
Descobrir o que a
 mente tece e assim poder sentir aquilo que o coração não esquece. Olhar O QUE SE REVELA no universo de uma face, e bem onde têm seus sonhos abaulados de profecias recônditas, entremesclados de fantasias e ilusões, e com a mediação do justo e verdadeiro amor.

Oh!
 Primitivo árbitro que cerca os pecados da alma! Órgão que acessa o fenômeno da culpabilidade! Quantas vezes chorei inocente pelos os atos dos outros? Passagens que não respiram a ingenuidade de uma alma?

A máxima saborosa
 de um tempero onde lhe é peculiar o sintoma da inveja. O trânsito da sua predileção que coabita em toda a sua formosura, e com o ciúme do seu coração. A grande escuridão que abnega a sua fé em prol do seu egoísmo DE LUZ.

EU FALO DA SOMBRA E LUZ!

Estranhas repúblicas 
que moram no íntimo, e com o seu feudalismo de comédias, mimos de tragédias modernas nos dramas largamente difundidos por uma boca profana.

Preciso comer o
 pão da eucaristia, e nos sacramentos dos seus cânticos, assim fortalecer os movimentos dos meus olhos que exercem grandes fascínios pelos os pecados. Porque o primogênito do meu primeiro olhar desfila a nudez sedenta da carne, e o bater das asas da minha fome já começa a emplumar por todo o meu corpo a ganância que é costumeira ao humano.
Um repouso aconchegante
 sonha a matéria na vivificante brisa do amor, e depois pôr em movimento outra vez a “vida” ungida com suas relíquias férteis da bondade, e COM UM FAISCANTE tremor no código da mensagem que me entrega no simples gesto do meu olhar.

QUE BELA ARMADILHA DO FOGO!

Incendeia e rompe 
e traz à tona o desejo QUE SE INSTALA NA
 ALMA.

 ACENA E GRITA
 E TAMBÉM VIBRA O SEU CORPORAL, E COM níveis exorbitantes das paixões, e que rompe a dinâmica da inocência, e dolorosa se instala e depois se acena no berço ardente da falência do espírito.  

O eixo das imagens
 sem a consistência dos sentimentos, e que resultam em páginas brancas insinuantes, e sem a concentração expressiva da sensibilidade criadora do mundo particular e sem nenhum aneurisma.

Grandes formas complexas
 se acentuam nas emoções, e que nas cinzas do seu sofrimento ainda queima uma réstia do futuro que se adianta para assim fazer sofrer mais a atração do passado.

Doloroso é o encaixe
 do seu medo nos lábios, é por onde se aperta com os dentes as frustrações que são seguidas por apalpáveis medidas que cabem na palma da mão, produzindo assim o imposto dos suores que salga mais a esperança. E como doí beber o áspide que produz a vida! 

Porque a
 agilidade da língua traça o seu veneno, e nas suas proporções débeis se divulgam os edifícios sombrios onde moram a sombra e luz.

ESTOU CEGO! 
O corpo na carência
 ardil de um gozo que exalta exasperadamente todas as congruências da carne, criando a ciência do medo, e que essa perpetua no principio do avanço das lágrimas emotivas, a desembocarem com as suas variedades amargas nas veias profanas dos desejos.

A luz está nua 
e vestida vem à sombra com o seu traje convidativo. Variedades excessivas de tantos diamantes a reluzirem dilatadas imaginações que prosperam na mente humana. 

A passagem da consciência
 onde se eleva as opressões que divide o homem em dois. As ambiguidades implícitas no seu tempo contaminado por névoas pesadas, e que não se consegue enxergar, e o seu oposto é posto diante de si para extorquir um EU acorrentado por sintomas de acusações.

Dissonâncias que dissolvem
 as alegrias da vida. Elevações insensíveis das imagens que pintam cada passo e não fixa as elucidações na alma humana, e a efusão da força do coração é arrebata pelo o anjo da discórdia.

Onde habita o verbete da salvação?
  A tolerância sujeita a mutabilidade, e sem o triste apanágio do instrumento da sua aflição?

O contraste da propagação das
 luzes causam sombras ao coração, e a virtude da razão não instaura no âmago a razão, e as evidências justificam que o ser jaz gritante nas roupagens das mentiras, e dolorosa é a multiplicidade que se subdividem em quatro partes para um só negro coração.

Eu morro
 a cada dia. Fecho meus olhos em silêncio e como das migalhas do pão, e assim busco a cegueira entravada no pluralismo do barro que me gera, e no fanatismo do horizonte que me espera sempre me lanço temeroso a esperar por ela.


 Tudo é delírio! 
O desejo sem a lógica dos seus eufemismos. Os complementos simbólicos do amor que são lançados nas ilusões, e onde se projetam velhos fantasmas inacabados!  As ideias abstratas sem súbito caráter do real! 

É A MORTE!

Cesso o inconsciente de uma explosão
 sentimental, e na profundidade dos seus ecos peço perdão por ser tão sensível! Balanço a casualidade adormecida da minha inocência e me jogo nu a espera de um novo nascimento. Viro-me com a vergonha que se acende, e no súbito relevo de um pensamento, eis que me escondo impregnado da justiça na mente.

Uma voz que se 
eleva nas alturas, íntima e cheia de uma realidade inesgotável, atmosfera profunda presenteada por uma dádiva suprema, e onde as suas transmutações é um “amor fati” regado por um imenso cenário dinâmico e criador das suas vontades.

Grandes empreitadas
 das informações que cercam singelas o bom artesanal das palavras, lapidadas com suas mentiras, perfuradas com precisão com as nódoas dos pecados, roliços sons que atrevidos alfinetam o tecido da pele, encrustado o fio do entusiasmo que percorre e cinze a carne, nascendo admiráveis hastes para enganar o mágico traçado das verdades.

Sempre vou ao 
seminário da discórdia, e o meu anfitrião sempre pinta o seu itinerário deslumbrante, é por onde as figuras de explicações das suas metáforas são sempre alusivas aos deslocamentos das suas constituições macabras, e nas transposições dos seus eventos sempre renasce o trágico discurso onde o curso das suas figuras sempre o salva dos pecados, e atinam aos inocentes a persuasão das suas palavras.

Salve-se quem puder!



Carlos Alberto
albertoesolrac
silêncioelágrimas


Brasília, 12/02/2017
15:22

Ah... o ser  humano!
 Demasiadamente desumano!