SOLO ÓRFICO
Um preto e um roxo. A maquiagem
dos olhos, e nas pálpebras um
contorno externo a convidar, e os
cílios se fundindo no seu abrir e
fechar, e em sequencias que desenham
imagens reforçadas e transparentes
com o desejo de se entregar, e
absurdamente o vivo arremata o
desejo de amar. Uma visual ideal
de cerdas convidativas com flexíveis
hastes a se aplicarem no seu fixo.
E nos olhos de quem olha o pó
finíssimo de dois tons completa
a pitada de combinações do líquido
a molhar os lábios. Por que
intensos se espalham as pinceladas
nas emoções de possuir a pérola
sexy que faz dobrar os olhos no
seu cansaço.
Ou então dormência para logo
se sonhar!
Por tanto devo
desejá-la?
Ou então simplesmente
caminhar meus passo
nos seus olhares?
Ou então simplesmente
caminhar meus passo
nos seus olhares?
ANDAR E SEGUIR
UMA VIA...
E chama-me um belo solo órfico
com um filósofo sagrado a olhar
as linhas melódicas de uma harmonia.
- És tu?
Devo conectar a sensibilidade nos
símbolos das preces do meu espírito,
e revelar a premência da sua comunhão,
e me aderir a sua dança sem as
vestes das minhas cerimônias.
É tão belo o solo órfico, pois a sua
clave é uma musica vidente e inédita
na bela mulher que me serve de amparo.
Quem é a mulher?
Na escada platônica existem dois
amores, e um me rói, e o seu inseto
come as minhas flores.
Como assim?
Agora eu construo aqui o meu
buquê tão sensível e tão cândido
para ofertar a fome das minhas
lágrimas que choram pelo o modelo
inexistente. Então eu escrevo o seu
estético na minha flor que agora
estar nua, e isso porque todas
as suas
pétalas
as suas
pétalas
me foram saqueadas.
Por favor, toque o solo órfico!
Porque ele é o veiculo da minha
sabedoria, e o Orfeu dentro de mim
chora pela a sua Eurídice!
Incômodos e perceptíveis são os
portadores da preguiça a analisarem
a ideia da sua sensibilidade, pois
mecânica e insana é o psique de
um coração que não evolui no
metafisico da sua angustia, e não
demonstra o funcionamento dos
estágios da sua alma nos cálculos
filosóficos da sua forma humana.
E isso sei porque dela fluem
lágrimas.
EU FUI PUNIDO!
E adveio de um advento das ideias
românticas, e fui lastreado por
sua farda grosseira onde cada linha
dos seus ornamentos me submeteu
as suas cirurgias profundas de cortes,
e sem coerência me puniu com a sua
exclusão ofensiva, e seus artífices
sob a tutela da sua loucura me
excluiu das verdades.
Rejuvenescer os voos às noites,
a caírem sobras de um pássaro
crepuscular que foi estraçalhado,
e abafado o âmago recusa a partilha
dos meus suspiros para alimentar EU
e a minha
AVE.
E ela se camufla dentro de mim e
me perturba!
Devo ajoelhar-me, e TAMBÉM copiar
os minutos de duração dos batimentos
de um coração, e ganhar um tempo
extra para rezar e jogar no seu ar
o balbuciar dos meus pulsos que
querem se cortar, pois eles sentem
a ausência das irresistíveis
formas dos delírios nas loucuras do
amante de Eros, e de sedentos
impulsos que permitem voar.
Por que sensível é o meio exato
da razão de Ser na alma inteligível, e sucedânea da verdadeira dialética
de um titulo, e de efeito susceptível
a sua natureza em operar os
opostos dos seus dois amores.
A unir uma de suas partes e depois
separar a outra.
Devo amar uma e odiar a outra?
Que síntese de experiência
ascendente das lágrimas sem um
auxílio de uma ordem superior nos
rastros das sensações que se reduzem
ao vácuo! E o seu erótico desperta
o seu outro intermediário, e
esconde as verdades, e a sua
condição metralhada finaliza a
morte de um
DOM
tão garboso e cheio de línguas
vibráteis.
MAS QUEM É
A DITA ASSIM?
Devo olhar todas as etapas da
iniciação dos meus olhos a verem
as gotas febris de desejos, e na sua
escala de degradação roubar o
corporal platônico, e o seu crescente
erótico existencial que faz com
que eu não feche a boca, e nos
diversos comportamentos da sua
saliva vigiar qual dela me enche
o coração e transborda pelos os meus
lábios os seus maiores temporais.
Por que não te vestes? A tua
nudez me perturba!
Devo corrigir o comércio do meu
corpo e fazer uma transposição de
sacríficos na censura do tema
elevada dos prazeres, e ser
individualista ao seu corporal
que é o meu também, e não mais
criar os temporais reprodutores
de sonhos fantasmagóricos,
assim a minha indivisibilidade não
acontecerá, e eu serei o absoluto
na única forma de amar, sem o
domínio da concepção de dois “ais”
diferentes a querer possuir umas
das minhas metades. Por que o
banquete é meu e não necessito
ficar em dúvidas de qual licor devo
usar para a mortalidade do meu
espírito, e que se agoniza nos
sucessivos segundos das minhas
dúvidas.
“ Sinto-me melhor à luz
dos meus desejos!”
Glorificar divinamente o que se
liga sem esforços as exigências de
acesso às verdades que transitam nas
formulas dos delírios, e reconhecer
o seu método sem a diferenciação
de uma intuição que no intuitivo
do seu verdadeiro sopro não
cogita se entregar as novas manias
viciosas da loucura, e que se
endereça progressivamente as suas
rupturas de escárnios, e,
Não devo olhar o ponto da análise
que abrem os meus olhos, e nos jogos
dos seus diálogos contorcionistas
não apreciar a amante do seu
particular, porque nascerá um
apetite no amante impetuoso, e o
reparador não explicará depois o
peso de uma consciência a se
subverter também depois em
defesa dos conteúdos que ramificam
a inocência do mísero humano.
A POSSESSÃO DO SEU DESEJO DETERMINA
uma mania reflexiva de me ausentar
de mim, e iniciar um movimento de
inspiração na própria carne que me
constituiu ser, e articular nos
seus rodopios a corrente de Eros
com o seu misticismo de modelo sem
lição de sabedoria.
É UMA DÁDIVA VULGAR ÀS DOENÇAS
da sua possessão, entretanto os
seus elogios de graças nos
signos de fantasias causam a
sacerdotisa uma satisfação em
transito de êxtase na sua dupla
natureza, onde as afecções
lógicas lhe transmitem luxúrias,
e as mesmas ações destas se
infiltram como ingênuos sonhos,
e na medida certa lhe enche o coração
ao achar que estar sendo
amada.
Vira-te rápida e ouça
o que te falo pelas
as costas!
Por que eu me movo por dentro de
ti e sou o privilegiado de
inteligência por não me deixar
sucumbir no que estar a deriva
pelos os teus olhos, e engendrado no espontâneo do titulo da
tua natureza de mulher EU TE POSSUO com grande ironias.
Devo aparelhar as duas tendências
da minha imaginação e fazer
insinuações ao meu cocheiro a
libre que me traga a minha outra
metade, e que não é homogênea.
E misturar nela as direções
inclináveis dos meus olhares,
e assim obter a fissura revestida
de odores para impulsionar a
minha mente nas criações
atrelados dos prazeres, e
encontrar neles a presença de uma
realidade que não me faça sofrer.
- Vem...
Olha só como eu estou!
Olha só como eu estou!
Elevar as asas, apreender a
essência que me observa, e isolar
a ânsia do alimento que me fascina.
Que belo cortejo humano a tutelar
as suas duas metades nas regiões
intangíveis dos gozos, e
acordar ainda sedento,
e com a boca
em transe a soprar a queimação
dos restos da comida que ficaram
presas nos dentes!
Oh! Nascerá em mim um novo corpo
mais justo e sem um tirano
místico a gerar conflitos
incessantes por dentro de mim!
Por que um artesão-médico me
colará as asas que foram perdidas,
e outra vez voltarei a voar pelos
os círculos de contemplação da
felicidade pura. A recordar,
outrora, a predestinação
da visão do entusiasmo sensível
a frear o inseto que me consome.
Estimular os meus entusiasmos e
espalhar o seu incansável no febril
nascimento da loucura das suas
asas, e ter como vital de
benevolência um extremo despertar
não lúcido da minha matéria, e
nela corromper o seu sensato, e
violar os seus sentidos em busca
da fulguração do sensual que se
lança diante de mim e provoca
a dormência da minha consciência,
e que se ergue a contemplar
todos os pontos exatos de
fuga das suas
cobranças.
Devo apenas olhar?
O quê!
Devo apenas olhar?
O quê!
- Devo ir?
Treme-me os nervos e os dentes
rangem no seu esmalte que aparentemente
é tão doce.
- Vens porque apagarei a única
luz da tua consciência e ela não
verá a tua transgressão!
Resistir a uma flor e depois não ri?
Um ninho que força a
pele tremer!
Caminha sorrateiramente às
ocultas e ir
Por piedades as pérolas...?
Ai de mim!
Cego se perde na fuligem do óleo!
Ácidos cipós que amarram e
engolem...
Pois as suas papoulas adormecem
os olhos.
Garganta se abre na floração
do seu pólen.
A sua música enleia e mata e
fere.
E move a corrente inocente da
sua prole.
Cintilam sidéreo e agitado lábios
tão doces.
Comê-los e depois bebê-los...
Não posso!
Senão a mim mesmo ditarei a própria
morte!
Que tortura é o excessivo de
uma face regredida, e em busca da
sua mesmice, e disforme é a sua
impotência nas alienadas
gratificações de coações, porque
o bicho é o lixo, e na sua prática
de evolução transita semelhantes
aos outros nos mesmos lugares,
e a sua insociabilidade desviante
o leva a entrega, sem obstinação,
as paixões de desordens e jogos
de combates dentro de si mesmo,
sem a divina providência do
justo
que o olha e o amaldiçoa na sua
congregação de prazeres.
Curar o meu mundo exterior, educá-lo
e ensiná-lo a se asilar montado na
sua besta maior, e ter o domínio
das suas rédeas, resgatando-o as
tendências elásticas, assim
visando ser o seu dominador, e
nunca antes o dominado, entretanto
se cala para ouvir a voz do além
que sempre atina o seu aroma
angelical e sempre é praxe de
resistências.
Não me vencerás!
Temporais são os espaços
diferenciados das instâncias de
nascimentos das potestades na
minha alma, e as suas espessuras
estão cheias de justificativas
eufóricas para que a minha
vigilância tombe nos excessos dos
seus álcoois, e no ócio pleno da
sua teoria de entrega as suas
luxúrias, mas a minha psique estar
tão fraca, e assim ainda mais
aumentam em mim as fissuras
que pedem as paixões rebeldes e
os seus atos dominantes de
analgésicos estonteantes a
preenchem as luzes dos meus
olhares.
Que apetite incontrolável!
O equilibro que se busca na
sensação do amor para satisfazer
a medida exata de um vazio com
impulsos orientadores de
cegueiras sem freios!
Calculo a minha medida, e sobre
a irradiação de um corpo derramo
nele o seu principio de
ativação para suportar o seu peso,
e residir no seu signo sem
inibições, e com aptidão
constante para movimentar os
seus impulsos, e na sua inconstância
não obter explicações para
frear as suas articulações,
porque se deve preencher a
função da fome e não deliberar
a forma astuciosa nela a deslizar
e redefinir em qual a sua
resistência se aplica melhor
todos os atos eloquentes
de possessão.
Que entidade! Segundo a
investigação dos meus olhos a
reunir dentro das suas pupilas
o desejo de uma presa, e a grande
vontade de ser caçador, e que também...
Céus!
Ser caçado com extremo
ardor?
- vem meu amor!
O cálculo foi medido e a astúcia
dos impulsos já inspiram as correntes
de ar das narinas, o hálito da
boca emana fogo, e a língua
se afoga.
Devo me retratar depois aos
Delfos que a mim concederam a sua
imortalidade, pois a sacerdotisa
é louca, e as graças dos seus
benefícios já não mais conseguem
me segurar do meu clausulo, e
extraordinariamente se aventura
o amante, e sob os impulsos
se inclina revestidos de
desculpas
para depois amenizar as
dores da sua consciência.
Confusa e vaga é uma
reminiscência sem diferenciação da outra,
onde sem poderes não ativa o
principio do seu inteligível
no emergir de uma memória que
se forma em uma figura sem
forças,
forças,
e que não é mais difusa
aos olhos.
Oh! Onde se esconde a Sophia
da inteligência? Pois os meus
poderes não me transmitem mais
sabedoria, e transcendente e
metido em delírios o meu espírito
no auge de um só tormento se
alucina!
Devo abrir os meus manuscritos,
porque o meu apetite agora é
incontrolável, e Lísia me traz o
seu cheiro nas narinas a
impulsionar o excesso dos
seus desejos irresistíveis
pela a minha boca.
Furtar-me e matar a própria
potência de realizações de
um solo órfico, e na justa medida
do seu belo método retomar o
meu erótico e fundir o seu
vínculo que o une aos benefícios
dos seus signos aos meus.
A graça da visão contempla
o ciclo da metamorfose do corpo,
e fixado nele trabalham os
pensamentos na sua multiplicidade
de formas e cores, e também
cheiros que dão ordens e
entusiasmos ao objeto que se
espalha nas asas
contemplativas da sua
libertinagem.
E a adivinha joga as suas
cartas e me apresenta dois lados
iguais, e com duas formas
diferentes de amar.
Elaborar uma escolha com
clareza, e na corrente da sua
interrogação conduzir a sua honra
a um átrio sublime de luz
da verdade, e não se deixar
ser coagido. Entretanto...
Opulento veneno se abre para
nele se viver.
Uma sultana de lindos seios
a oferecer.
Olhares virgens a me marchar dos
seus prazeres.
A deixar pelos os lábios seu
doce florescer
E vê-la!
É um fascino estonteante!
É um fascino estonteante!
E por isso eis que...
Cai-se o pano!
E inquieto o nu se completa?
E o secreto, e eis que ficou cego!
Ai! Ai de mim!
Se for para morrer!
Então devo beber?
Que seja assim o meu fim!
Eis as fontes da alma sendo
traída com uma finalidade de
preenchimento íntimo de um
paradoxo calculado na sua luxúria, e
a origem dos seus concebidos
signos não resistem
aos riscos
publicados na supersticiosa
gravidade intensiva dos seus gestos
que caem, e a sua escrita
tipográfica já vêm marcadas
na língua de irrupção que
incorpora a sua outra fala:
a dos dois ais e ais sedentos.
Apenas sei que uma das partes vai
adoecer e depois
simplesmente morrer.
Brasília, 01/03/2014
Oito e vinte de uma bela manhã.
Apenas sei que uma das partes vai
adoecer e depois
simplesmente morrer.
Brasília, 01/03/2014
Oito e vinte de uma bela manhã.
Carlos Alberto
albertoesolrac
silêncioelágrimas