DOIS SONETOS
FEBRE
DO AMOR
Que frio!
Nada me acalma e me agito!
Febre arde
e me endouda nos seus laços.
Tateio, o
senso me falta e o que passo.
Um combate do
amor que me abate.
Ando
diferente e não sei se estou vivo.
Talvez cego
pelo o que caço.
Pulso convulso
e tão evasivo.
Triste íntimo de um prazer escasso.
Infindo
pranto e como dói viver
assim!
Voando e
caindo nos sonhos ardentes!
Sem ninguém para cuidar de mim!
Quebra-me a
febre e sem porto.
Afogo-me e na
gênese do seu crivo.
Vivo sempre e
me sinto mais morto.
FALSIDADE
Profundo avança o clarão de um céu inseguro.
O frígido perfume que resvala o seu aroma.
E na alcova o
penteador mastiga sua goma.
A olhar o amor tão doce por cima do muro.
O olhar
ardente e que pouco ou nada fala.
Tantas vibrações e não sabe a quem
pertence.
Quem nas
dores o seu próprio amor vence?
Para não omitir felicidade a boca cala.
Ousada
cortina que encobre a grande falsidade.
Véu que estala sombria na fria longa madrugada.
Longos eflúvios de amargas dilatantes lágrimas.
E vive-se
ofegante na sua grande dualidade.
A correr
medroso, triste e só e derrotado.
A
padecer do mesmo mal de tantas almas.
UM POEMA
Abri-vos
todas as portas dos espaços da imortalidade, e
seus sons se deliciando com as cordas dos soluços da saudade!
seus sons se deliciando com as cordas dos soluços da saudade!
Rasgando-se
saudosamente as palpitações ágeis que geram as
dolências dos encantos dos olhos, e que suspiram no
vórtice das volúpias, e que são veladas pelos os anseios plangentes e delicados dos sobressaltos da ternura.
dolências dos encantos dos olhos, e que suspiram no
vórtice das volúpias, e que são veladas pelos os anseios plangentes e delicados dos sobressaltos da ternura.
A saltitarem
no céu que enlouquecem as águas do
mar.
O luar
que esmaece e começa a cantar, e no desvario de um
voar que desce e sobe pelo o corpo do
verbo amar.
mar.
O luar
que esmaece e começa a cantar, e no desvario de um
voar que desce e sobe pelo o corpo do
verbo amar.
POIS SE DESENHA
movimentos
chocalhados e sensíveis, e que se
gravam no santuário do amor as formas dos seus risos, e com contorno cerado de um sensual erótico
e bem criativo.
e bem criativo.
Vendavais
de olhares e todos eles
perceptíveis.
perceptíveis.
Suavíssimas
pálpebras esplêndidas de um olhar doce e
forma aveludada a brincar no
flux do luar.
flux do luar.
O verbo
vivo em toda a sua forma de
amar.
vivo em toda a sua forma de
amar.
O piscar que
se desata, e que depois cintila as centelhas da vida, firme e bem cuidado, e ainda levantado a vivenda da estrela do seu posto firme, e a sondar a flor de oferenda que vela o luar e a desejar o mar dos beijos de um outro olhar.
se desata, e que depois cintila as centelhas da vida, firme e bem cuidado, e ainda levantado a vivenda da estrela do seu posto firme, e a sondar a flor de oferenda que vela o luar e a desejar o mar dos beijos de um outro olhar.
Que doce
coração sutil onde o
calor enamorado é lavrado
nas flores ardentes da afeição profunda!
nas flores ardentes da afeição profunda!
E nasce
e mora na face o espírito que abotoa no alto-relevo
da alma os seus voos de finos cristais.
Raro ouro de Ofir com a sua bela música cor da harmonia suprema no Réquiem do perfume se vestindo, e nos azuis das ânsias que galgam felicidades e belos sonhos.
da alma os seus voos de finos cristais.
Raro ouro de Ofir com a sua bela música cor da harmonia suprema no Réquiem do perfume se vestindo, e nos azuis das ânsias que galgam felicidades e belos sonhos.
Oh!
O cume
dos teus olhares que anseiam!
Tocar
o gozo cristalino da ternura!
No
brilho dos olhos estrelas passeiam!
Delineiam-se
aureolados os vórtices dos
ensejos!
Bando
purpúreo de derramados beijos!
Estrela de desejo se despindo!
E
dos lábios o mel fluindo!
Vestes
prateadas ao vento subindo!
Corpos
nus sorrindo!
Braços trêmulos
que se abrem!
Contraídos
trajetos os olhos fazem a
Forma
de um esboço a buscar
teu belo rosto.
teu belo rosto.
Vênus chora,
e o VERSO do amor cogita a se entregar
aos mimos.
e o VERSO do amor cogita a se entregar
aos mimos.
O olhar
que guarda a pérola,
e entre lágrimas os
soluços da ansiedade, pois a máscara guarda AS LINHAS DOS METAPOEMAS que remetem
as suas ideias à posteridade
poética, e que soluçam sentadas entre meia dúzia de poemas
frouxos e solitários.
A composição
da arte que faz a Donzela com o cântico
do seu SONHAR.
Gentil e
perfumada e bem deitada na brisa do seu
luar.
da arte que faz a Donzela com o cântico
do seu SONHAR.
Gentil e
perfumada e bem deitada na brisa do seu
luar.
Oh! E como delira!
O bálsamo
que ilustra os torrenciais da tua face, e cambiantes
paisagens que purpurejam estrofes
paisagens que purpurejam estrofes
de um conto de amor.
Que bela
cúpula tão
alva e sensata e cheia de afagos a compreender castra e vasta os torrenciais do
amor.
E que
no seu luar aprimora o seu gosto, e com uns punhados de derramados olhares, e que resvalam nas vibrações ardentes de um fresco gozo que estala a luz divina cascateada do brilho da vida DO SONHAR.
Oh, meu Deus!
O que acontece com a figueira que se renova e galhos brotam? Por que o seu verão é a minha primavera?
O que está se passando no íntimo poético?
EU SEI!
E que
no seu luar aprimora o seu gosto, e com uns punhados de derramados olhares, e que resvalam nas vibrações ardentes de um fresco gozo que estala a luz divina cascateada do brilho da vida DO SONHAR.
Oh, meu Deus!
O que acontece com a figueira que se renova e galhos brotam? Por que o seu verão é a minha primavera?
O que está se passando no íntimo poético?
EU SEI!
Carlos Alberto
albertoesolrac
silêncioelágrimas
Brasília, 21/03/2016
20:00
O MEU SUPLÍCIO INOCENTE:
“A seiva
que se derrama na reforma da providência,
e que essa desatina no seu
ninho e sem ninguém para
tocá-la”.
que se derrama na reforma da providência,
e que essa desatina no seu
ninho e sem ninguém para
tocá-la”.