quarta-feira, 24 de junho de 2015

OS PICOS DE UMA FEBRE




Os
Picos de uma
Febre


Dentro 
de um paciente, e com um deserto infinito, e sem iluminação, pois uma sombra cobre todo o seu corpo.


 O meu tutor caminha com uma vasilha feita de argila, e tão mal assada por um fogo cansado. E o seu barro que também faz parte de mim, algumas migalhas nunca chegaram a ser torradas. A não "ser"
 em algumas partes!

POR QUE 
UM PORÇÃO DO BARRO
 QUE SAIU
 DE MIM FICOU MAL
 ASSADO.


Essa noite
 é triste e o moço que habita em mim
 morre asfixiado.

Manejar o que
 se adapta aos olhos e ficar afeiçoado a um bom percutor, e 
com espectros de retoques por toda a face, e fixar na palma 
da mão um signo que fala alto.

Por que o sangue que brota em uma das mãos 
não contém as nódoas de vilezas da outra. 

E assim
Eu talho a elegância da sua distração, e as suas intenções 
sensíveis corto todas elas com o machado feito também do mesmo
 barro que me molda, e que se aplicam aos monumentos de lascas
 sentimentais das almas.

 E asso, às vezes escondido... Apenas um braço para
 sustentar o peso dos seus enfados.

Oh, meu Deus!

 Devo sair à rua e enforcar o meu rei que come e bebe
 sentado no seu átrio de ouro, e assim tornando gorda a
soberba do seu coração!

E na cosmologia dos seus rituais, e quando a si mesmo 
ele aplica seus odoríferos para o acasalamento com a sua 
rainha...

 Adorar escondido com o seu mago as peripécias de
 todos os seus sentidos sendo perdidos.

 Porque já nasceu afugentado a sua divindade
 que com o seu lobo se esquenta do frio da sua 
luz mística.

E UM LOUVA-DEUS
 pede clemências pelos os seus pecados, 
e CONTA DOIS PASSOS PARA O SEU FIM...

A olhar
 Um rei iluminado afogando suas vitórias consecutivas
 no néscio fracassado do seu coração, e que se gaba do poderio das
 suas vitórias sobre um fraco.

ENGANEI-ME PORQUE 
SÃO TRÊS PASSOS...

 A olhar um juiz de plantão que gratifica as entidades
 famintas da sua alma.

E NO QUARTO
 PASSO...

 Somos ascos e nos sentimos imortais!

POR QUE

Tardio se espalham as ordens de crescimentos por toda
 a parte de um corpo, e abundantes são as destruições das
 substâncias puras,e que feitas chuvas de lágrimas são comidas
 por olhos cheios de incêndios.

 A brilharem por sete dias até a vinda dos outros tantos
 motivos. 

Alcançando o extático adormecido de um êxtase 
que em transe...

 Tornam surdos os seus próprios ouvidos!

E como "EU"choro essa noite!


Um coração
 em desgraça que herdou a posteridade, 
e que beberá 
todos os dias o seu licor amargo.

Dizem 
que filhos é a própria carne.

É VERDADE!
 ENTÃO...

Isolo-me
 porque as aventuras de uma feiticeira batem à minha porta, e 
os mares amenos de uma bonança já se agitam, e começam
 a arfarem soltos com as suas lágrimas de desesperos e 
fúrias.

Pois carpindo e desfolhando, arrebatada e estremecida
 a alma mergulha nas amargas recordações, e a madrugada
 dos júbilos dos lábios amanhece com um grão de luz amarga.

Enfado!

 Pois já não mais canta a mariposa BELA
 enamorada!

 Somente suspira e geme, e no canteiro do seu coração
 a corte dos canalhas e assassinos a transfigurar a sua 
CARNE.

- Adoro os celestes traços dos teus gemidos!

E sendo eu gerado da tua carne  QUE É  O BEM... 

Então
 pratico o mal que a tua carne não faz!

EU OUÇO A SUA FALA!

Devo talhar a minha madeira infatigável e no universo da
 sua solidão transformar a sua matéria em uma pedra, e assim
 ocultar a extroversão de uma realidade que me arde à pele.

Uma 
língua solitária a mordiscar a si mesma e traçar
 marcas íntimas dos gozos entre as linhas dos seus 
desejos.

Infinitas formas que ocupam a sua devoção misteriosa,
 e os enigmas dos seus objetos que são intencionais
 na fecundação de uma febre cheia de ferimentos, e onde a 
sua coloração é uma substância que altera as réplicas de
 todos os sonhos.

A cantar o fogo que desbotam os dias, e que na sua insanidade
 ardente causa delírios a glória dos voos dos risos no pálido
 peito tresloucado de ânsias.

Avivam-se lírios no outono frio da alma, e indecisa e rósea a
 boca se fecha e não mais fala.

EM QUE

 LINDO LUGAR ELE SE ACHA?

 O belo Condor que solitário desfila uma lágrima na
 desilusão de uma carícia que se cala?

Dilui-se o sono em um cálice de bordas cortantes, 
e assim caminham por elas os "AIS" 
petulantes.

 Uma rosa
 febril que de mim oculta o seu nome.
 A síndrome da fome que tanto me consome.

- Viva porque assim pulsa a carne!

ELE JÁ FOI ANJO!

A iniciativa 
da voz de uma comédia englobando inconsolável 
e mansa a sua angústia.

Porque sua sombra tem face, e na 
sua noite negra o grito cala o refrigero de uma 
esperança.

Amarga dor esparsa na volúpia quente, e onde suas veias
 de sangue povoa o castigado
 sonho.

Meu primeiro
 ato é dilacerar minha própria carne, e nas
 presunções das inclinações dos seus futuros atos...

 Dizer-lhe somente uma
coisa:

- Pare de me matar porque em mim EU não te mato!

E somos a mesma carne!

Um apelo nos olhares com uma calma no instante
 em que a sua boca se abre. 

 Um silêncio que escuta 
abafado DENTRO de um momento de suspiros que se
 ouvem:

- Se nada de mal fazes aos outros... Eu por ti tudo faço! 

Mato-me porque assim também sei que te
 mato!

Um monólogo de fluxos odiosos onde a sua apresentação 
são as lágrimas, e variantes são os apelos ininterruptos do 
barulho do seu desespero...

 A se rasgar no seio do 
seu desvario de dores.

EU JÁ
 TE DEI AS  FACES!

O QUE QUERES MAIS QUE EU FAÇA?

Um pêndulo desaprumado que martela as horas
 insuportáveis das obsessões, e onde seus
esparadrapos se acabrunham de estancar o sangue.

Abertos
sempre foram os meus braços, e agora
 pesam como chumbo, e a captura da guarda dos meus dedos 
são simplesmente mágoas ardentes. 

  
Evolar uma saída e sentir a retomada de uma
 vitória.

A se estender pontilhada de amor sobre
 o plano de uma alma, e
 ouvir o seu silêncio precedido do descanso
 do espírito que foi impedido
de alçar suas asas nos voos 
mirabolantes.

Eu confesso que a minha medida falta um pedaço,
e a dependência deste fragmento me leva as lágrimas, e a sua 
abstração dentro da minha alma vive a sua realidade.

Ampliando-se a sua zona chorosa e cheia de saudade.

Olho
 meu sangue que foi tomado para o fôlego de outra alma  e 
falo:

- NESTE CASO...
POR FAVOR ME MATE!
JÁ NÃO MAIS TENHO
 FACE!

PRECISO FUGIR...

POR QUE
Adulterado foi o bálsamo, e o veneno bebo
 no vinho do seu celeiro, e onde
 meu olhar apertado repousa no sonhar do coração, e 
assim assistindo as violências que se desenrolam dentro 
da minha carne.  

 Ou na parte que não é minha.

 Mas que me pertence.

Devastado em rupturas a beleza de um âmago. 

A NÃO renuncia 
dos seus ciclos martiriza um corpo que a mim não
 pertence.

 Entretanto nas suas prescrições eu habito.

 E a inquisição do amante da sua loucura me traz 
um seminário do seu estágio doentio e sem 
prosperidade.

E devo amassar o barro e outra vez cozer.

   Entrechocar nele o belo sentimento que maneja a flor.

MAS...

Minha carne 
jamais terá paz.

AFINAL
 EU SOU  TAMBÉM GERADO DO MESMO 
BARRO!   



Carlos Alberto
albertoesolrac
silêncioelágrimas

Brasília, 24/06/2015
21:50

Não é possível que seja somente eu que se lasca!
O moço me deu um prejuízo desgraçado!