quinta-feira, 1 de setembro de 2016

POEMA DE AMOR CANSADO



Secreta
 é a dor que mora no peito.

O choro
 desvaliado que nunca se cala.

A boca que se abre e nada 
fala.

A morrer triste e solitária no leito.

Escutam-se
 Travando os dentes os golpes que vão avante.

O dobrar
 dos gritos que escava o espírito.

E tão triste
 e só e também aflito.

Os roucos ais que fere o coração ausente.

E quente a pele verga no bronze 
frio.

Um vento diáfano a se esconder no 
ventre.

O fogo profundo que respira 
imundo.

A matar a consciência por onde circula a febre ardente.

Veias de afrontas que apressam 
as lágrimas.

A caírem 
pelas a malbaratada face 
desvaliada.

Os suores que roem o íntimo 
desfigurado.

E uma cruz e nela o crucificado.

E JÁ BEM CANSADO:

Um cântico de saudade que morre
 apressado.

Pendente a lâmpada que incendeia 
o fado.

Uma tocha de sepulcro que o peito
 cava.


A lira que tomba e das suas notas não mais soam nada.

A mão que cose 
também apara o pano e raspa. Alinha e cerze e ainda pesponta o tecido. A costurar com sua agulha a máscara que borda as expressões das mentiras de todos os seus suspiros.

SANGRA!

E mancha o linho onde se alisa e se rasga, e para assim esconderem as nódoas que se cunha a face, e que verga e arrebita o mal profano e eterno da sua alma.

Que audácia as virtudes postiças das mentiras, dispensado o filho deslavado que publica os estalos das lágrimas que saltam ofegantes, e caem na conclusão instigada de um crime, inumado mundo e adulterado pela a dor.

Que bela joia a incendiar o candelabro polido pelo o FALSO da sua face. Espelho que espreita os olhos do cupido no áureo pedestal de marfim que esparge o fumo dos frascos de perfumes dos vendavais sem fim.

E SEM NENHUM QUERUBIM!

Porque se ascende o cobre da trama que alça as asas do desespero, e no teto altivo inquietante o fogo lúgubre da luz que arde sendo lavrada pela as suas chamas.


E se na busca na há repouso, então se cai o silêncio no beco dos pensamentos que abre a porta tão torta, e por onde uma escada sem fim leva fluorescente o tempo que persegue o sopro do riso tímido, e que não se alarga com medo exato das palavras fechadas, ásperas, e nos seus conjuntos todas penduradas, entediadas das carícias sem ritmos dos afagos dos falsos convidados que escavacam as almas e nos matam.
Que insânia autômata
 e riscada da amante malformada com sua camisola mal-acabada! E entre lantejoulas irônicas por onde vaga a luxúria bem delineada do prazer semeado, e que se assenta nos vácuos dos lábios.

OLHOS ARREGALADOS!

Condensado
 e apalpável é o modelo de identidade constante na dominação exemplar, e que circula nas reverências excitadas das excursões da mente pelo o profano do real.

 Desvairada
 a arder nos pecados extremos do coração que soluça no trono infernal das flores MANCHADAS, e que se essas esvoaçam em pleno segredo sem medo, e enfeitiçadas pelas as predestinações dos pensamentos, E BEM cerradas na semente, e também se regozijam no abrigo do vento que ensurdecido destroça a sua canção inocente.


E QUEM ME
 ENTENDE DO MEU AMOR CANSADO?

EIS QUE
 AGORA FORA DELA ME ACHO!



Carlos Alberto
albertoesolrac
silêncioelágrimas

Brasília, 01/09/2016

19:12

- Cego!


Pálida luz de porcelanato

 que vaporosamente empina siderais

 contornos ocultos nos vapores da boca.