segunda-feira, 12 de julho de 2010

A MÁSCARA


A MÁSCARA




Alguns anos atrás eu conheci uma bela amiga! Estava sempre a sorri, mostrando o alvor dos seus dentes bem tratados e o seu rico batom importado. Encantei-me da sua beleza extrema e logo subiu aos meus olhos uma profunda admiração por ela. Comecei a tecer com ela uma amizade, isso porque também eu sempre gostava de permanecer ao seu lado, sentia-me muito agraciado e também, por vaidade, queria passar aos homens que me rodeava a inveja por andar ao lado de uma linda mulher.


Com o passar dos dias, eis que já estava fletando com ela! Comprei vários perfumes e todos os dias eu mandava uma cesta de café da manhã junto com buque, ora de rosas, oras de orquídeas e junto, um perfume de sabor diferente, suave e doce e por fim, ela já não suportando as minhas investidas resolveu assim, também a fletar comigo.


Claro que me senti radiante! Sempre deixava pulsar no meu rosto, diante dos amigos a sensação que eu era feliz e eles não! Sempre a levava nos grandes eventos da alta sociedade e tinha enorme prazer de desfilar com ela. Comprei anéis de brilhantes, pulseiras que mandava buscar, especialmente para ela na Europa. Presenteava sempre com os melhores presentes, sempre caro, porque assim faria que aos seus olhos e principalmente ao seu coração, - assim pensava eu -uma bela forma de prendê-la e sempre tê-la comigo; disposta a me seguir e satisfazer assim em mim o meu egoísmo e a sensação estranha que eu era amado.


Este amor durou cerca de um ano e meio, Justamente o mesmo tempo que duraram os meus últimos centavos e quando percebi, já estava totalmente arruinado financeiramente e moralmente e ela, percebendo que a minha gorda conta bancária já não tinha mais a vitalidade de antes, pois ela se esvaiu a tal ponto que tomara até a minha casa, financiada por uma financeira, cujo nome era: “leva e trás” bem irônico.


Fui morar na casa de um amigo de favor. Era um pequeno quarto, construído de tábua, quanto ventava, alias, era quase toda a noite, onde eu padecia muito pelo o frio. Foi tanto que um dia peguei uma gripe tão forte e dela me veio uma pneumonia bastante aguda, onde agravou mais o meu ser esquelético! A comida vinha quando sobrava, isto é, quando o cachorro comia e não queria mais , mas mesmo assim me sentia feliz em ter pelo menos as migalhas.


A verdade, a vida é tão estranha como esquisita! É muito interessante, isso porque, em suas curvas tortas e alucinantes, nem sempre sabemos o que vai acontecer no amanhã! É impossível que nada aconteça e com o passar dos dias, para minha felicidade, aos pouco, voltei de novo para cima, onde arrota a sociedade podre em seu poder, e eis que, novamente estava com um rico “dinheirinho”, fazendo assim, que eu voltasse novamente a ser macho e homem.


Vou resumir a minha história, pois tenho medo de gastar o meu dinheiro com tintas e papéis. Sempre tremo quando relembro daquele cachorro e do seu rosnar quando lá eu ia saquear o seu resto de comida, era um pit bull danado de feio por nome de “gigante”. Nunca esqueço. Eu sempre ficava a espreita, quando ele ia fazer xixi, subindo a perna, eu vap...! Corria e pegava sua comida. Ele não conseguia me pegar... Era deficiente de uma perna e cotô, quase não tinha rabo, por isso não se equilibrava como os carros de formula um que tem grande estabilidade nas pistas e por fim, cego de um olho, era de pobre o cachorro, estava mais para “pitiho bur“ do que um pit bul.


Eu tinha tanto medo de voltar a pobresa – com s mesmo, pois ela é tão sinuosa – que eu só comia nestes restaurantes populares de “1 real” e ainda pedia desconto! Fui buscar juá no quintal do meu vizinho – matei a árvore dela de tanto roubar suas folhas – para escovar meus dentes! Estes eu cuidava muito bem...! Uma vez por ano na chamada ação global do sesi e rede globo pelo menos a aplicação do flúor era garantida! Tomava banho com um diabo de sabão caseiro que um amigo sempre me mandava, - eu desconfiava que ele quisesse me comprar com o seu sabão, ou seja, com o olho no meu dinheiro - arrancava meu couro, mas eu insistia com o danado de cheiro horrível, pelo menos era gorduroso e assim, eu já economizava no creme de pele! Mas eu o achava até bonzinho, era dois em um, servia como repelente para as muriçocas enquanto eu dormia a noite e também como repelente para o afastamento dos colegas, só assim não freqüentava a minha casa e nem me pedia dinheiro emprestado.


Bem, Em uma desta sarcástica irônica peça do destino, um dia, enquanto estava eu a passeio em um shopping, eis que ouço uma voz feminina, doce e suave a qual, já me era familiar.


- Albertus...! Albertus...! – aqui coloco meu quase nome com medo de um processo, de repente usando José, Joaquim, ou outros nomes, podem não gostar e aí to ferrado! Pelo menos acho que eu não vou me processar, ou vou...?


Meu coração disparou quando me virei e a vi...! É ela...! Sussurrou meu coração. É Ela a minha eterna apaixonada! Estava lá com um largo sorriso e como sempre o seu perfume. Abraçou-me ao mesmo tempo em que instigava:


- Que bom ter reconquistado toda a tua fortuna...


Meu Deus – pensei comigo – As mulheres tem um faro bem aguçado quando se trata de dinheiro.


- Olha... – continuou ela – É muito bom te rever! Foi de novo o destino que fez com que cruzamos de novo! Estou sem namorado e fui convidada para uma festa a fantasia, topa ir comigo? Perguntou sorrindo, emitindo nos lábios uma doçura e um encanto, parecia que jorrava mel! Continuou:


- Já havia comprado a fantasia do meu ex – elas nunca falam o nome, mas durante a noite tem sonhos eróticos com os antigos namorados – Olha aqui em minhas mãos...!


Estava ela segurando dois pacotes bem embrulhados e foi logo repassando um para mim assim como o endereço e a hora do tal baile.


- Este é a tua fantasia, nem precisa comprar! Vou te esperar ansiosamente meu querido – disse ela antes da partida.


Chegou o dia do tal baile! Eu ainda não tinha resolvido a ir a esta festa, sem contar por que significava, quem sabe, retorno aos braços da mulher que me deixou sem um vintém. Comeu tudo que ela meu, jogando-me na sarjeta.


Peguei a fantasia que ela me dera e me vesti. Enquanto fui dar um retoque no meu espelho. A verdade, a fantasia ela de palhaço com uma máscara que beirava ao ridículo, parecia que estava sempre a ri da face que ela encobria, mas fui ao tal baile e...


Resumindo:

Reatamos o nosso ex- findado namoro! Quebrei de novo! Ela me deixou por outro e junto levou o meu dinheiro. Retornei para o “gigante” aquele pit bull


torto, assim que para lá voltei, ele estava bem gordo! Mas graça a Deus que pude pelo menos agraciar com os meus olhos e os meus lábios a bela generosidade do meu amigo e eu não sei se ele é burro ou louc!. De qualquer forma se não fossem essas mulheres... Ah! Mulheres! Pelo menos ainda estou com a máscara guardada comigo. Sempre a pego no meu saco, foi o que sobrou... Olho-a e vejo o riso de escárnio que emana dela. Ora, bolas! Parece que ri de mim...!Tanta economia que fiz e deu no que deu..! Mulheres...! Mulher nunca mais, até enquanto eu não me estabilizar de novo.



Conclusão:

“Cuidado quando a tua mulher disser: “eu te amo...” Ela pode ter outro na mente: “o dinheiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário